Como (não) achar Hyungwon completamente adorável?

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Eu sempre tive uma leve impressão que minha família não era lá uma das mais normais, principalmente minha querida progenitora, – afinal que tipo de mãe arruma um barraco na escola e sai aos tapas com a diretora só por causa de bullying sofrido? – mas, nenhuma das loucuras feitas pela Sra Shin chegavam aos pés dessa atual.

Mamãe simplesmente me deu um híbrido de presente com a desculpa esfarrapada de que eu estava muito sozinho.

Eu devo ter ficado cerca de dez segundos digerindo a informação de que havia um garoto meio híbrido sentado na minha cama que provavelmente deve ter pensado que eu sou algum problemático por ficar encarando ele e refletindo durante todo esse tempo.

Minha reação após isso não foi uma das melhores também, eu simplesmente fechei a porta novamente e refiz meu caminho até a sala com os olhos tão arregalados que qualquer um pensaria que eu teria acabado de dar de cara com alguma fanfiction sobre pornô de desenhos infantis ou algo do gênero.

– Pela sua cara parece que foi algo totalmente inesperado – Kihyun comentou assim que me viu – Meu Deus ela te deu um dinossauro em miniatura?

Eu poderia ter caçoado e rido da ingenuidade do meu caro melhor amigo mas infelizmente o choque do momento ainda estava presente em meu corpo o que impediu esse feito que com certeza melhoraria meu dia.

– Mamãe por que a senhora me comprou a porra de um híbrido? – Tentei não soar desesperado, coisa que provavelmente não deu muito certo – Ou melhor dizendo, como a senhora conseguiu comprar um híbrido? Eles são extremamente caros.

Há mais ou menos umas duas décadas atrás os cientistas liberaram as primeiras amostras de híbridos, que eram metade humanos metade algum animal que variava entre coelhos, cães, raposas e gatos, o que apesar de parecer bizarro, era um tanto genial ao mesmo tempo.

Apenas as pessoas com mais dinheiro no bolso e status podiam comprá–los afinal eles eram extremamente caros, e mesmo tendo se passado todo esse tempo deles estando no mercado – inclusive eu sempre achei isso bizarro e imoral, afinal querendo ou não eles estão vendendo humanos, isso é doentio, mas quem sou eu para dizer isso na cara dos milionários e cientistas? –, o preço nunca teve uma recaída.

– Eu tenho meus contatos – Ela de ombros – Um novo vizinho nosso maltratava o coitadinho, eu fiquei com tanta dó que dei um dinheiro para ele sumir e deixar o gatinho comigo, porém eu percebi que não tinha tempo para cuidar dele já que eu e seu pai vivemos viajando pelo trabalho, então eu me lembrei que você existe e é um desocupado na vida e resolvi trazer ele pra cá, simples não?

– Mamãe eu não sou um desocupado, eu faço faculdade lembra? – Digo batendo a mão na testa – Eu não sei nem cuidar de mim mesmo imagina de um gato em tamanho humano?

– Espera, você deixou ele sozinho no quarto? – Só então com a fala de Kihyun eu me recordei que deixei o pobre bichano sozinho – Eu preciso conhecê-lo!

E então ele sumiu no corredor.

– Escuta aqui Hoseok, Hyungwon já sofreu demais nas mãos asquerosas daquele ex-dono dele, eu espero que você saiba cuidar dele se não eu corto sua herança, mesada, cancelo sua faculdade e te deixo vivendo nas ruas, ouviu? – Assenti quase me borrando de medo das ameaças de Shin Hani – Ótimo, eu e seu pai vamos aproveitar nossos dias na belíssima Seul, até mais criança.

Me deu um beijo na testa e saiu andando tranquilamente com seus saltos de quinze centímetros.

– Espera mãe! O que eu faço com o híbrido? Eu não sei o que eles comem, bebem sei lá, eu não sei de nada! – Falo desesperado com a ideia de praticamente ter que cuidar de uma pseudo criança.

Como (não) cuidar de um gato .2won {chw + shs}Onde histórias criam vida. Descubra agora