🌙{Por você}🌙

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Marco P.O.V.

- Não se preocupe. Vamos voltar tarde da noite então você pode ir dormir antes de chegarmos. - Falou minha mãe dando-me um beijo na testa.

- Vai passar um filme legal na TV hoje. Aproveite... Mas não conte a sua mãe... - Meu pai cochichou no meu ouvido, rindo com a última parte que fez minha mãe olhar desconfiada.

Ri baixo.

- Bem, não vá dormir muito tarde. - Disse minha mãe antes de fechar a porta, que emitiu um longo rangido.

Logo, eu estava sozinho.

Fui até a cozinha procurar algo para comer. Rondei meus olhos pela geladeira e não encontrei nada de interessante. Rondei-os pela cozinha e parei meus olhos na tigela de nachos em cima da bancada.

Peguei a mesma e sentei-me no tapete macio que mais se parecia com uma cama. Eu gostava de dormir ali mesmo, quando eu era criança.

Peguei o controle da TV pra ver se havia algo de interessante passando. Não tinha nada demais então eu parei no filme que meu pai tinha indicado, mesmo sabendo que se minha mãe soubesse que eu estava assistindo TV muito tarde da noite ela mataria a mim e meu pai.

Minha nossa.

(...)

Depois de uns vinte minutos eu senti sede. Acho que foi por causa do sal nos nachos.

Me levantei novamente indo até a geladeira e pegar a garrafa de água. Ao fechar a geladeira vi uma pequena folha de caderno com a letra da Star grudada com um adesivo de glitter. Lá tinha um rabisco (que pra ela era um planejamento) de como seria nossas férias de verão. Talvez se ela não estivesse passando tempo demais com o Tom, consigueriamos fazer tudo da lista. Mas acho que não vai rolar.

Sem mais nem menos, ou interferência minha, a tinta da caneta no papel começou a borrar e escorrer, formando uma palavra um pouco distorcida. "Sorry."

Dei dois passos para trás encostando minhas mãos na pequena mesa da cozinha.

*** Mas o qu-?

Ouvi uma risada sinistra vindo do segundo andar que ecoou por todo lugar. Por mais estranho que fosse, aquela voz era familiar. Antes que eu podesse esboçar qualquer tipo de lembrança com aquela voz, as luzes da cozinha começaram a falhar, por fim se apagando por completo. Passando as mãos na bancada eu segui até a sala, de onde vinha a única luminosidade do andar de baixo. A TV continuava ligada.

Chegando na sala eu escutei a risada novamente que me fez arrepiar. No móvel da TV, procurei pela gaveta onde eu sabia que tinha uma lanterna. Quando a achei, segurei firme com as duas mãos e subi lentamente as escadas seguindo o som da risada estranha mas ainda sim, familiar.

Ao chegar no final dos degraus, admito que tive medo de achar algum tipo de aberração. Mas não. Só tinha um dos cachorrinhos fofos que Star tinha criado.

Ri mentalmente.

Me agachei o suficiente para conseguir fazer carinho no cachorrinho.

- Acho que você ainda não sabe rir, não é mesmo? - Brinquei fazendo carinho na sua barriga branquinha.

Levantei para ir embora e suapirei aliviado. Quando desci o primeiro degrau senti ser-me empurrado. Perdi o equilíbrio depois é acabei caindo na escada. Parei de cair no penúltimo degrau e me sentei no chão.

- Aí... - Resmunguei levando a mão ao nariz que doía muito naquela hora. Senti molhar um pouco a minha mão, e quando a olhei denovo ela se encontra suja de sangue.

Só espero não ter quebrado...

Me levantei com cuidado e percebi que as luzes da cozinha já haviam se acendido novamente.

Eu realmente estava tentando manter a calma mas estava ficando cada vez mais estranho. Eu quero que isso seja um pesadelo.

Um simples pesadelo...

Segui para o banheiro novamente no segundo andar e tranquei a porta. Me encarei no espelho por alguns segundos.

Meu casaco já estava marrotado de tanto alvoroço nequela noite. Minhas bochechas estavam um pouco sujas com migalhas dos nachos que estavam quase encostando no sangue escorria do meu nariz. Olheiras um pouco profundas eram evidentes. Não era apenas noites em claro. A maioria eu passava chorando em silêncio.

Suapirei novamente abrindo a torneira da pia. Lavei o nariz com cuidado deixando o sangue misturado com a água, descer pelo ralo. Peguei o sabonete com cuidado pra não escorregar mas senti um aperto na garganta que me fez deixar o sabonete cair.

- Olá Marco. Como vão as coisas? - Era aquela voz. Meus olhos se encontravam fechados. Eu não queria abri-los. Mesmo com medo eu abri um pouco os olhos e finalmente tudo se encaixou.

Era Tooffe. Ou pelo menos uma figura distorcida dele. Suas garras apertavam cada vez mais forte o meu pescoço. Tanto que eu já não sentia meus pés no chão.

- Você é Star realmente não achavam 1ue aquilo iria me matar, certo? - Riu novamente, desviando seu olhar para o chão mas depois ele voltou a me fitar. - Eu por enquanto só vim te ver. Mas você vai manter isso em segredo. Claro, se não quiser que uma estrelinha pare de brilhar de uma hora para outra. - Ameaçou. - Bem, não se preocupe, Marco. Eu não quero te matar. Muito pelo contrário. Eu quero se junte a mim. - Disse apertando ainda mais o meu pescoço. - Não importa o quanto você relute. Uma hora ou outra você estará ao meu lado. Por bem, ou por mal. - Sorriu psicótico e voltou a rir. - Bom, nos vemos por aí... Aliás eu vou te atormentar até o seu limite. Tome sua decisão rápido. - Disse passando uma gosma verde que o formava no meu rosto e logo me soltou no chão.

Aos poucos, eu estava recuperando meu fôlego ao mesmo tempo que eu tossia.

Ouvi a porta do banheiro ser aberta com brutalidade.

- Hijo? - Era meu pai. Ele estava preocupado e me ajudou a levantar. - O 1ue aconteceu?

Meu olhar talvez não fosse o suficiente para explicar o que eu realmente sentia naquela hora. Mas as marcas no meu pescoço... Eu as via no espelho do banheiro. Ele não parecia ver diferença alguma.

- Vo-você não vê? - Perguntei ainda com dor.

- Ver o quê? - Ele parecia não entender. Seu olhar era extremamente confuso.

Olhei para trás e vi minha mãe na porta. Ela estava do mesmo jeito que meu pai.

Eu não acredito...

Corri para meu quarto sem falar com ninguém e me sentei encostando às costas que doíam na porta e abracei as pernas, encostando meu rosto nos joelhos.

Eu prometo que vou aguentar por você, Star...



Broken Hope - Star & Marco [Marco Dark]Onde histórias criam vida. Descubra agora