Die With Me (malec horror shortfic)

New Life

Austin, 1890

Alec não queria se mudar. Ele não queria uma “vida nova” como os seus pais. Ele não precisava de tratamento, não precisava de remédios. Não precisava de uma nova vida. Alec perdeu um irmão, não sua habilidade de viver. Desde que seus pais perderam Max, tudo havia mudado. Alec estava com depressão, Izzy – sua irmã mais nova – não falava com mais ninguém. Ele não tinha ninguém. Seus pais estavam presos em seu próprio mundo e Alec apenas queria escapar de tudo isso. Então, eles haviam se mudado.

Era uma casa velha, era uma mansão velha. Sua família não precisava de uma mansão. Eles eram quatro pessoas. Mas a casa saiu barato. Ninguém queria comprá-la por causa do garoto que morreu nesta mesma casa, séculos atrás. Mesmo assim, seus pais compraram. Era um bom negócio.

Tudo parecia um inferno nos primeiros dias. A escola era horrível, seus pais não haviam mudado nada e a ideia de felicidade estava cada vez mais distante e Alec não conseguia ver um futuro em que ele poderia sorrir de verdade.

Até que Alec conheceu ele. Ele tinha olhos puxados e verdes, era moreno e alto. Ele conseguiu fazer Alec sorrir de verdade. Alec ainda não sabia o seu nome. Tudo havia acontecido rápido demais. Mas, depois de conheçe-lo. Alec não ligava mais para nada.

Alec estava voltando do horrível colégio quando o viu, duas semanas depois da mudança. Ele estava na frente da casa do único vizinho que Alec tinha na região, um homem chamado Asmodeus. Ele estava brigando com o pai sobre algo. Tudo que Alec pode ouvir foi “Você nunca poderá falar ou interagir com ele! Está me ouvindo?” vindo do pai do garoto. E o garoto correu para longe da casa chorando, ele violentamente chutou tudo que tinha a sua volta e Alec quis correr dele ao ver a sua raiva. Alec deu dois passos em direção a sua a casa e quando menos esperou o garoto se bateu contra ele. Ele olhou para Alec com um olhar maligno, como se quisesse, e pudesse, o matar. Alec se encolheu com medo e quase se afastou. Quase. O garoto arregalou os olhos suspreso e olhou Alec de cima a baixo. Não parecia a primeira vez que o estava vendo mas Alec mal notou isso. Alec sentiu-se nu ao ser observado pelo outro. Alec também o olhou, ele parecia cansado, tinha algumas olheiras em baixo dos olhos e mesmo assim, era a pessoa mais bonita que Alec já havia conhecido. Ele era perfeito. Tudo nele atraiu Alec, seus olhos puxados e seus lábios, seus cabelos negros e até mesmo o tom dourado de sua pele.

— Oh céus. – O garoto disse. Ele arregalou os olhos ao notar que estava observando Alec e olhou para a sua casa e sem pedir permissão pegou o pulso de Alec e puxou ele para atrás da casa de Alec, onde não dava para ver a casa de Magnus. Alec quase gemeu de dor e prazer ao sentir a mão firme daquele garoto segurar os seus cortes no pulso. — Se Asmodeus me visse com você ele poderia te...

Ele parou, arregalou os olhos assustado novamente. Alec não entendia nada, a mão do garoto ainda estava no seu pulso e Alec não queria afastar.

— Asmodeus? – Alec perguntou confuso. Esse era o pai dele?

— Meu... pai. – Ele disse, confirmando as suspeitas de Alec. — Ele não pode me ver com você.

— Por que? – Alec perguntou, sem nem ao menos perceber que havia se aproximado demais.

— Ele não gosta que eu fale com ninguém. Não é... por sua causa.

— Ele parece violento. – Alec disse sincero. O garoto riu baixo, era um riso triste e que deixou Alec extremamente agoniado.

— Se você ao menos soubesse o que ele já fez... Você é a primeira pessoa que eu converso a muito.... muito tempo. Ele não deixa que eu fale com pessoas.

— E como você estuda? – Alec perguntou curioso. O garoto riu baixo se apoiou na parede da casa, soltando o pulso de Alec e fazendo ele se sentir vazio. Ele queria aquela dor de volta. Alec sempre gostou da dor em seus pulsos, sempre gostou de se cortar. Ele gostava de ver o sangue escorrendo por sua pele pálida, ele gostou de ver o sangue escorrendo por toda a pele pálida de Max também.