dois

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05/03/2015

"Olá? Hoje eu estava revirando as coisas dentro de casa e em meio à tanta bagunça encontrei o primeiro poema que fiz para você de quando éramos  jovens, para ser exato, de quando éramos adolescentes. E mesmo aquele pequeno poema sendo um monte de versos com palavras soltas, eu sempre tentava demostrar com palavras um pouco dos sentimentos que eu guardava no peito, contendo uma boa parte daquela imensa comoção que sentia quando eu ficava pertinho de você, mesmo aqueles pequenos trechinhos sendo bem mais que palavras para você enquanto eu segurava aquela folha de caderno velho com minhas mãos tremulas lendo para você ouvir pela primeira vez. Lembro-me também de você ter ficado em silêncio por alguns segundos, abrindo aquele pequeno sorriso lindo de lado, de seus olhos se espremendo na mesma intensidade na qual você sorria contentemente impulsando seu corpo em minha direção para me abraçar . Sentindo em meu corpo o calor e o aperto do seu corpo, o cheiro do seu perfume, o tocar de seus dedos em meu rosto ao tocar em meus lábios. Essas são algumas de varias memorias maravilhosas que guardo aqui dentro do peito e que carrego comigo mesmo. Eu sinto tanto a sua falta, sinto tanta saudade de cada momento que tivemos de quando estávamos juntinhos, de cada momento que apreciamos, que sorrirmos, e isso dói muito porque eu queria tanto que você estivesse neste exato momento aqui e agora."

Eu era apenas um atrapalhado e sem jeito! E você me conhecia melhor do que ninguém. Não é mesmo?

"Você se lembra de quando íamos ao cinema? Brigávamos para quem assistiria o filme desejado estampado no catálogo de melhores edições. Eu só queria assistir um bom e arrepiante filme de terror macabro ou algo do tipo, ao contrario de você que era apaixonada em romances de épocas e histórias clichês de amores rebeldes e reviravoltas dramáticas com finais felizes. Eu vazia birra e você sempre sorria causando a impressão para a aqueles que nos víssemos de longe daquela maneira, pensariam que certamente éramos dois adolescente problemáticos, e que, mesmo assim você sempre ganhava, e sempre assistíamos seus filmes bobos que "as vezes" me faziam encher os olhos.  Apesar de que seus romances, de fato, eram sem sombras de dúvidas clichês de quinta categoria, eu adorava fazer as coisas do seu lado porque era muito satisfatório ficar hipnotizado observando você contente e sorrindo daquela maneira que me fazia sentir medo de perde-la a qualquer. E quando o filme acabava, iríamos à sorveteria que ficava próxima ao cinema, ignorando aquela que havia ao lado da sala com aquelas filas enormes. Você se aproximava, tocando as pontinha de seus dedos entrelaçando-os aos meus ao se inclinar para beijar-me, e de como ficávamos com aquela expressão boba no rosto. Caminhávamos pelas longas estradas da nossa pequena cidade iluminaria olhando para céu estrelado a cima de nossas pálpebras e comigo dizendo o quão era lindo de ver você de tão pertinho ou dos momentos no qual você me contava do seus planos de quando virasse mamãe quando ganhasse alguns anos à mais, e de como você iria adorar iria adorar aquele momento que estivera aquele bebê em seus braços... e também me lembro de quando caminhávamos em direções a nossas casas, eu aproxima perto de seus ouvidos dizendo-lhe que naquela manhã eu tinha acordado com tanta saudades de você mesmo nós estando morando na mesma casa, ou de quando eu te abraçava pela costas, falando com a lua de que você é a única que me faria feliz por toda a vida e que cada momento com você é um momento no paraíso no qual eu não pretendia perder jamais. Eu estava doente por você e você sabia o quanto eu apreciava cada segundo com você e que eu faria qualquer coisa por você, apenas por você. O aperto de seus dedos junto com aquela leve mordida em meu peito acompanhada da sua voz me chamando de idiota e um beijo no rosto."

Você certamente apreciaria a lua de ontem se estivesse aqui juntinho de mim...

"Parávamos defronte a porta de casa, mantendo em seu rosto aquele sorriso obsceno relembrando o que eu teria dito minutos antes. - Eu também acordei sentindo a sua falta, e você não faz ideia do quanto me faz sentir bem estando próximo de você todos os dias. Nos beijávamos iguais aqueles casais de filmes de comedia romântica enquanto eu colocava as mão nos bolsos procurando a chave para abrir a porta de casa, para abri-la depois de dezenas tentativas para girar a chave na fechadura. O meu rosto borrado de seu batom vermelho carmesim, eu a colocando-a contra a parede, aproximando-me para perto e dizendo que por aquela noite você seria só minha como todas as noites. Você vira-se, com aquele seus olhar marcante de garota má falando que fomos feitos um para o outro e que ninguém poderia mudar isso. Eu lhe segurava em meu colo enquanto a colocava em cima da pequena mesinha de vidro da sala de estar, tirando meu casaco quadriculado, beijando o seu pescoço, mordendo seus lábios, sentindo sua língua incitar a minha, o calor do seu corpo contíguo ao meu, tirando o seu vestido jogando-o no piso da sala. Você mordendo meu pescoço após tirar meu cinto, derrubando aquele pequeno vaso de flores que estivera murchas, ouvindo aquela baixo ruído de vidraça quebrando enquanto corríamos subindo as escadas em direção ao nosso quarto. Eu sentava sobre a cama e você subia por cima, me encarando com aquele olhar que dizia que eu certamente iria ser submisso a você naquele momento. E você sabia muito bem de como era me deixar sem chão, sussurrando em meus ouvidos que acordaríamos os vizinhos da casa ao lado, apertando meu maxila com suas mão macias e delicadas dizendo-me o quanto me amava e que cada uma de nossas transas era uma sensação completamente diferente da outra e que adorava o quanto amava sentir prazer todas as vezes de quando nos tocávamos." 

Você sempre foi surpreendente... e você sabe o quanto estávamos bem.

E quando terminávamos, ficávamos deitados na cama enquanto você mantinha sua cabeça encostada em meu peito ouvindo o meu coração pulsar na mesma proporção em que eu passava meus dedos acariciando seus fios de cabelos rebeldes. Apenas ficávamos em silêncio apreciando aquele nosso maravilhoso momento juntos.

Se de alguma maneira você voltasse, você certamente brigaria comigo e com certeza falaria para que eu tomasse um banho e pediria pra que parasse de beber e diria o quanto odeia sentir cheiro de cigarro... e eu diria o mesmo e pediria que me perdoasse... porque eu sinto muito!


Cartas para você.

Cartas Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora