Capítulo dezenove - Despedida?

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     Já passou uma hora desde que Bratt saiu daqui. Minha cabeça está doendo de tanto chorar e não consigo me livrar das cordas. Está tudo em silêncio, não suporto ficar aqui e olhar para as paredes.

    Talvez isso seja motivo suficiente para eu deixar de ser uma idiota. Ele é um bandido e ponto final. Teve a coragem de me sequestrar e ainda por cima me deixa sozinha.

    Oiço o carro de Bratt, mas não sei se fico feliz ou triste. Não sei o que ele vai fazer comigo. Talvez tenha ido chamar seus amigos bandidos e trouxeram armas.

    Bratt abre a porta. Em suas mãos eu vejo muitas sacolas e ele está sozinho. Acho que exagerei um pouco.

    — Você ainda está aqui! — Ele sorri e põe as sacolas por cima da mesa.

    Não sei onde ele espera que eu estivesse já que estou amarrada com uma corda que está machucando os meus braços a cada movimento.

     Olho para ele com fúria.

     — Eu sinto muito. — Ele puxa uma cadeira e senta na minha frente. — Eu não devia amarrar você nem obrigar você estar aqui.

    Eu reviro os olhos. Ele tem sorte que os meus braços estão amarrados porque eu estou pronta para dar socos em todos os lugares do seu corpo.

     Ele suspira. — Também não acho justo você não saber. Você precisa saber.

     Olho para ele assustada. No que se refere? O que ele está falando? É sobre ele ser bandido ou por ter terminado comigo?

     Ele passa a mão pelo cabelo. — Sophie, eu não terminei com você porque não te amo. Não tem nada a ver com isso.

     Eu tento falar. Ele lembra que estou amarrada e liberta a minha boca e os meus braços.

    — Do que você está falando? — Eu levanto. Fiquei sentada por muito tempo.

     — Naquela noite, quando eu pedi você em namoro, não era para ser assim. — Ele olha para mim. — Eu queria dizer que não sinto nada por você.

     — É isso que tem para dizer? Não se preocupe que eu sei que você não sente nada por mim. — Digo.

     Bratt se levanta. — Sophie, não é isso. Oiça até eu terminar, por favor!

     Eu sento na cama com os braços cruzados e olho para ele. Ele está pálido e triste.

    — Continue.

    — Eu não consegui partir seu coração naquela noite porque eu já estava completamente apaixonado. Eu tentei, mas foi mais forte do que eu e o que você falou sobre eu ser o melhor para você, aquilo aqueceu o meu coração. — Ele senta novamente. — E me pediu em namoro. Eu não consegui negar porque eu queria namorar com você.

    — E porquê o nosso namoro era escondido? Porquê ninguém podia saber, Bratt? — Pergunto.

     — Porque... — Ele suspira. — Eu trabalho com pessoas perigosas.

     — Você é um bandido!

     — Não foi por escolha! — Ele levanta de novo. — Quando minhas sobrinhas foram raptadas pelo meu chefe, eu não tive outra alternativa. Ele me obrigou a fazer parte disso. Eu tive que aceitar para ele deixar minha irmã, minhas sobrinhas e Paul em paz. — Ele vira para a porta e bate contra a parede. — Eu sei que prometi para Jolene, mas não podia deixar Jacob machucar as minhas sobrinhas.

     Eu não acredito nisso. Bratt está sendo obrigado a fazer parte de uma organização de bandidos? Tudo isso começou há imenso tempo e a gente não sabia de nada?

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