Capítulo trinta - Mais fortes do que tudo

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     Liam me deixa na casa dos meus pais. Estou tremendo um pouco porque não sei o que vou dizer para eles. Não posso dizer que fui sequestrada, senão meu pai vai entrar em pânico. Eu preciso inventar alguma coisa.

    — Você tem a certeza que quer fazer isso sozinha? — Bratt pergunta. Ainda estou nos seus braços.

    — Eu tenho.

    — Eu posso entrar com você e inventar alguma desculpa. — Ele diz.

    — Não sei se é boa ideia.

    — Vai correr tudo bem. Eu vou com você. — Ele abre a porta.

    — Eu também acho que é uma boa ideia. — Liam responde.

    — É incrível como a nossa vida é cheia de mentiras. — Eu rio sem humor.

    — Isso vai acabar. — Liam pisca um olho para mim.

    — Vamos conversar com os seus pais então. — Bratt sai do carro e me ajuda a descer.

    — Depois a gente se vê. — Liam diz também saindo do carro e joga as chaves nas mãos de Bratt.

    — Pode ser. — Bratt responde mais preocupado comigo do que com outra coisa.

    Nós passamos pelo grande portão até à grande porta. Bratt toca a campainha e suspira duas vezes seguidas.

    A empregada abre a porta e nos deixa entrar. Vejo Yuri sentado no sofá, mas não está fazendo nada. Quando ele me vê, vem pulando para os meus braços. Quase caímos os dois, mas Bratt me segura.

     — Você voltou, Soph! — Ele limpa as lágrimas.

    — Claro que sim. E você está bem grandinho para pular no meu colo. — Coloco ele no chão.

    — Não estou tão grande assim. — Ele sorri.

    — Tudo bem? — Bratt passa as mãos nos cabelos do meu irmão.

    — Você encontrou a minha irmã? — Ele pergunta para Bratt.

     — Digamos que sim. — Bratt sorri.

     — MAMÃE! A SOPHIE VOLTOU! — Yuri grita.

    Meus pais vêm correndo, descendo os degraus e caminham até mim. Não sei como vou explicar as minhas roupas sujas.

    Minha mãe me abraça e limpa as lágrimas. Se eu sou muito sensível, a culpa é dela. Eu choro também e a abraço.

     — Onde você se meteu, filha? — Minha mãe pergunta.

     — Eu sinto muito o que eu fiz. Eu saí sem avisar e... — Não sei mais o que dizer.

    — O homem que dirigia o táxi de Sophie era um bandido e ele deixou ela num lugar desconhecido. Ela estava perdida. — Bratt responde como se estivesse escrito isso. — Felizmente, um amigo meu que vivia por perto e que conhecia Soph, ligou para mim e eu fui buscá-la. Ela poderia ter ligado, mas o bandido ficou o celular dela.

    Meu pai olha para Bratt de um jeito estranho, mas vem me abraçar também. Eu sei que ele não acredita nessa história, apesar de Bratt ser um ótimo mentiroso. Será que isso é bom ou ruim?

    — Ainda bem que você está salva e em segurança. Podia ter acontecido alguma coisa, Sophie! — Meu pai repreende.

    — Eu sinto muito. — Olho para baixo.

    — Não faz mal. O importante é que você está segura e está bem. — Minha mãe passa a mão no meu cabelo. — Mas sem Internet por três meses! — Ela diz.

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