Capítulo vinte - Decisões

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    Bratt pára o carro na frente da minha casa na manhã de sábado. São quatro da manhã e está muito frio. As mãos de Bratt seguram as minhas firmemente para me manter quente, e eu não quero quebrar esse contato. Não quero sair do carro de Bratt, porque depois disso a gente vai se afastar. Ele acha que é uma despedida.

    Eu olho para ele com os olhos marejados e tento não chorar. Eu não quero perder ele agora que finalmente está apaixonado por mim. Eu esperei anos por isso. Eu sempre quis que estivéssemos juntos. Mas o destino é muito cruel.

    Permanecemos em silêncio e o único toque dele é de sua mão. Bratt se esforça para sorrir, mas é um sorriso triste.

    Eu aperto sua mão e deixo as lágrimas caírem. Eu não posso chorar porque eu não vou permitir que seja o fim. Eu não vou desistir dele assim. Não cheguei até aqui em vão.

    — Não chora! — Ele diz. — Eu preciso ir e se você chorar eu não vou conseguir.

     — Eu quero que o Jacob morra! — Digo limpando as lágrimas.

    — Você não é a única que quer isso, acredite! — Ele suspira. — Eu preciso ir.

    — Ao menos a gente pode conversar por mensagem?

    — É melhor não porque quando você disser que tem saudades eu virei correndo. Preciso proteger você.

     — E se você conseguir se livrar desse inferno que chamam de organização?

     — Eu venho correndo para os seus braços. — Ele beija a minha mão.

     — Então a gente se vê por aí! — Eu abro o cinto de segurança.

     — A gente se vê por aí. Por favor, tome cuidado.

     — Está bem. — Eu desço do carro com muita relutância.

     Vou em direção à casa sem olhar para trás. Não quero mais chorar e preciso desabafar com alguém. Infelizmente, não posso falar sobre isso com as minhas melhores amigas porque elas não podem saber no que Bratt está se metendo. Não posso falar com ninguém.

    Eu entro em casa silenciosamente e vou para o meu quarto, mas encontro meus pais dormindo na minha cama.

    Era só o que me faltava!

    Eu ando com cuidado para não acordar eles, mas meu pai acorda. Ele esfrega os olhos e olha para mim.

     — Onde você estava, senhorita? — Ele pergunta com a voz rouca, fazendo minha mãe acordar também.

    — Soph! — Ela me olha com reprovação apesar do rosto sonolento.

    Eu não consigo falar só consigo chorar. Eu começo a chorar e minha mãe levanta para me consolar. Ela vem me abraçar.

     — O que foi, meu amor? — Ela beija o meu cabelo.

     — Você está grávida, Sophie? — Meu pai pergunta.

     Eu faço que não. Minha mãe me leva até à cama e eu fico no meio deles. Minhas lágrimas não param de cair. A dor no peito só aumenta. E meus pais estão muito preocupados comigo.

    Depois de tanto chorar, eu falei para os meus pais que eu estava com Bratt e que a gente tinha terminado definitivamente. Meu pai ficou furioso, mas me consolou. Eu dormi durante seis horas, depois fiquei presa na cama e a empregada veio trazer o café na cama. Eu tive que comer para não deixar os meus pais mais preocupados ainda.

    Já é meio dia e eu continuo na cama. Pego no meu celular e tento fazer de tudo. Entro nas redes sociais, mas nada me anima. Também tenho vontade de enviar uma mensagem para Bratt, mas ele pediu para não o fazer.

Fortemente quebrados Onde histórias criam vida. Descubra agora