Assim que a USS Enterprise chegou à órbita de Saturno, Riker pediu para que seu oficial colocasse a imagem externa na tela principal, apesar de não haver muito para ser visto. Da base Sat-ômega restara apenas uma tênue poeira cobrindo uma extensão imensa do espaço próximo à borda externa do anel saturniano.
— Senhor — chamou o alferes que estava no comando dos sensores —, eu estou captando uma quantidade considerável de partículas quarkiônicas. Elas estão interferindo com as leituras.
— Qual é a origem delas? — perguntou Riker.
— É impossível determinar, mas elas estão cobrindo exatamente a área dos destroços.
— Não há nada que nós possamos fazer aqui, então?
— Retificando, senhor... Há mais fragmentos espalhados nas proximidades, fora da zona de interferência. Direção 26.9, marco 320.
— Você pode identificá-los? — perguntou Willian Riker indo até o console do oficial para ver o que estava acontecendo.
— Sim, senhor!
Se esforçando para mostrar competência dentro da Enterprise, o alferes digitou os comandos com grande agilidade.
— Pelo tipo de metal do qual os destroços são feitos — ele comentou —, e pela estrutura das partes menos afetadas, eu diria que o que estamos vendo são os restos de uma nave klingon.
Ao ouvir aquilo, Worf ficou inquieto em seu posto provisório. Ele sentiu que a destruição de uma nave de seu povo era uma afronta pessoal.
— Uma Ave de Rapina? — indagou Riker imaginando que o oficial de segurança às suas costas estava ouvindo com desgosto.
— Mais do que isto, senhor... Pelas análises, diria que são os restos de quatro Aves de Rapina.
— Como é? — Worf quase gritou, não podendo se conter mais. Seus ânimos só foram mascarados pelo olhar assustado do imediato, que também não podia esconder sua perplexidade.
— Eu imagino que estamos lidando com um inimigo terrível aqui, não é mesmo, senhor Worf?
— Muitas naves devem ter feito isto, senhor — julgou o klingon, incapaz de conceber uma única nave capaz de destruir quatro Aves de Rapina de uma vez.
— Nós temos muitas perguntas e poucas respostas até aqui — reclamou Riker. — Eu acho que é hora do alto comando da Frota Estelar esclarecer qual é a verdadeira situação.
— Senhor! — chamou o alferes. — Eu posso determinar a hora aproximada em que as naves foram destruídas a partir da taxa de dispersão de seus fragmentos.
— Faça isto!... Talvez nós possamos seguir o rastro do inimigo... Ou dos inimigos — ele corrigiu, olhando para Worf.
Após mais uma breve análise do console, o oficial revelou:
— Aconteceu há cerca de uma hora, senhor.
— Bom trabalho — elogiou Riker. — Agora nós sabemos que podemos sondar o perímetro em busca de alguma coisa. Eu quero um relatório completo indicando qualquer coisa que seja movida por propulsão num raio equivalente ao que uma nave da Federação alcançaria em dobra máxima no período de uma hora. Exclua naves catalogadas da Frota Estelar.
Enquanto o oficial trabalhava nisto, Riker se virou para Worf.
— O que você acha que estamos procurando? — ele perguntou.
— Se não forem Borgs, talvez duas ou mais Aves de Guerra romulanas.
— Eu não quero acreditar em qualquer das duas possibilidades — comentou Riker. — Romulanos fora da Zona Neutra ou Borgs no sistema solar da Terra significariam uma guerra sem precedentes.
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STAR TREK: SÉRIE SPIRITUS - Ep. 1 - A Quarta Lei
Ciencia FicciónPara combater a coletividade borg, a Frota Estelar desenvolve uma classe especial de naves de guerra. Tais naves espaciais possuem um escudo intransponível baseado no teletransporte. Este escudo transforma as naves da classe Spiritus em armas invuln...