Capítulo 6 - Pedreira

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O sons das batidas e de pedras se rachando podiam ser ouvidos pelos guardas no topo do penhasco onde eles observavam os prisioneiros se matarem de trabalhar em baixo do sol quente.

Tiago observou ao redor e bufou.

-O que foi?- Cássio perguntou vendo o olhar de Tiago.

-Só procurando um jeito de sair daqui.

Cássio franziu as sobrancelhas.

-Então desista.

-Você vai continuar nesse mal humor? Sabe, não podemos deixar Afonso fazer tudo sozinho, ele vai precisar de ajuda para subir ao trono.

-Afonso subir ao trono, agora...Não seja ingênuo Tiago.

-Claro...-Tiago aprendeu que era melhor não insistir com Cássio sobre esse assunto, e os guardas estavam lançando olhares desconfiados em direção aos dois.

Tiago ainda tinha fé de que ele acharia algum tipo de brecha ou que ele poderia aproveitar a distração dos guardas, mas a cada dia que se passava essa fé ia se esvaindo. Ele odiaria ter que concordar com Cássio.

"Tenho certeza que Afonso deve estar fazendo alguma coisa." Tiago pensou e foi beber um pouco de água, esperando encontrar Cássio mas quando não o viu entendeu que ele deve ter ido se acalmar um pouco.

-Acabou a folga rebeldizinho!- Um dos guardas grita.

Tiago larga o copo de água e volta ao trabalho ainda sem encontrar o parceiro.

Cássio pegou sua marreta e se dirigiu para outra área, apertando o cabo com raiva, raiva de seu amigo, de seu "irmão.

Ele passou a vida inteira lutando ao lado de Afonso, lutando pelo seu reinado e o que ele faz, abdica do trono e joga o reino para seu irmão irresponsável.

Ele tentou aguentar Rodolfo, mas o monarca era insuportável, agora ele tenta ajudar Afonso e o que acontece? Ele é preso.

Enquanto martelava as pedras ele se perguntava do que valeu tanta lealdade no final das contas.

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A noite caiu e as tochas que rodeiam a pedreira foram acesas e guardas começaram suas rondas noturnas, em um ponto da floresta um pequeno grupo estava reunido observando o local.

-É agora.- Afonso disse pegando um graveto e desenhando um mapa na terra. - Vamos repassar o plano.

-Selena e Ulisses vão distrair os guardas enquanto eu, Saulo e Amália vamos entrar disfarçados, quero todos aqui.- Afonso aponta para o mapa onde tem um "x" marcado.- No portão lateral, onde vamos pegar a carroça e sair daqui. Todos de acordo?

-Sim!- Eles dizem em uníssono.

Selena sentiu Ulisses se aproximando dela e sussurrando.

-Qual é a distração?

-Você vai ver.

-Por favor me diga que isso não tem algo haver com seus poderes.

-Talvez sim. Talvez não.

-Isso não é uma resposta.

-Vamos!- Afonso diz.

Selena e Ulisses se aproximam com cautela dos muros que cercam a prisão. Ulisses não consegue parar de tremer, já Selena esta completamente focada, ela já sabe o que tem que fazer, agora é como ela vai fazer.

-Você vai me falar o plano ou não?- Ulisses perguntou segurando a espada com nervosismo.

-Vou te mostrar.- Selena deu alguns passos para trás e respirou fundo, a ação necessitava de concentração, quando ela se sentiu pronta, usou toda sua energia e jogou as mãos para frente.

Mas nada aconteceu.

-Então...era para alguma coisa ter acontecido?- Ulisses questiona levemente confuso.

-Argh! Que droga!- Selena em frustração por seus poderes terem falho chuta um pequena pedra.

O que ela não esperava e que vinhas saíssem do chão e abrissem um buraco na parede fazendo um estrondo que foi ouvido em toda a pedreira.

Os dois encaram o estrago, sem dizer uma palavra.

-Bem, não foi do jeito que eu esperava, mas...Conseguimos nossa distração!- Ela murmura animada.

-Eu realmente não sei o que dizer.

-Ei vocês dois!- Um guarda esbraveja.

-Então não diz nada, só corre!

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NOTAS FINAIS: Um capítulo curto em preparação para a treta, o importante é tentar Selena!

Deus Salve O Rei: Scarborough FairOnde histórias criam vida. Descubra agora