Lá No Morro.

Noventa e oito.

Aqui estava eu, sendo trouxa novamente! Se não for assim eu nem quero.

P2: Nós pode fazer aquele sexo gostoso que só nós sabe pô, depois nós desenrola esse papo aí.- Falou com aquela voz grossa no meu ouvido e depois deu um tapa na minha bunda, mordi meu lábio inferior fechando os olhos mas logo me recuperei.

Bru: Não, eu disse que era pra conversar comigo, se quiser algo a mais pode ir embora.- Me sentei na cama fazendo um coque no cabelo.

P2: Tu quer saber o que cara?

Bru: Tudo sobre você.

P2: Tá querendo demais, sei lá com quem tu anda! - Falou com deboche.

Bru: Vai tomar no cu cara, quer saber? Cansei! Num te quero mais aqui não, pode ir saindo, bora.- Pela primeira vez ele sorriu de lado.- Você sorriu, teu sorriso é lindo!

P2: Que neurose mulher! Nem sorri direito e nem vou.- Deitou com as mãos atrás da cabeça.

Bru: Você é assim só porque é um dos chefes do comando ou porque aconteceu algo na sua vida? - Sentei perto dele.

P2: Vamos deixar isso quieto parceira.- Olhei pra ele que me olhava com a cara fechada de sempre e encostei a cabeça na parede.

Bru: Tudo bem.- Falei baixinho.

P2: Eu sinto um bagulho por tu, é estranho.- Falou sussurrando.- Mas eu tenho...- Se calou, observei ele por longos minutos e tive coragem de deitar a cabeça dele em meu colo, ele relutou mas eu comecei a fazer cafune nele, aos poucos a armadura foi se quebrando.

Bru: Pode falar se quiser, confia em mim.

P2: Tenho medo.- Voltou a sussurrar.- Eu sou agressivo pô, eu tenho medo de te machucar igual eu fiz com ela.- Mordi meu lábio inferior com curiosidade e ele me olhou.- Com minha coroa, eu me droguei pra caralho e acabei batendo nela.

Bru: Poxa bebê, assim não dá né? - Passei a ponta dos dedos nos cílios enormes dele e ele fechou os olhos.

P2: Tu acha que eu não sei? Por isso faz quase 1 ano que eu não vejo ela, mandei ela pra morar lá no asfalto e me afastei, só patrocínio. Eu não quero machucar ela nem machucar tu, imagina se eu machuco o Rafa pô? É fudido.

Bru: É só você se controlar, meu bem! Não se afasta de tua mãe, ela te perdoa pelo o que tu fez, mas não perdoa você se afastar dela.

P2: Como tu sabe?

Bru: Mãe é mãe.- Sorri.- Se você quiser eu...- Me calei.- Esquece.

P2: Você iria lá nela comigo? - Riu pelo nariz e eu olhei pra ele sem graça.- Quem disse que eu quero te apresentar pra coroa?

Fechei a cara logo! Ele fala como se eu fosse qualquer uma, odeio isso. Tirei a cabeça dele do meu colo e me afastei pegando meu celular.

P2: Para de me fazer esquecer o orgulho pra falar com tu.- Falou depois de quase 1h de silêncio.

Bru: Você pode ir embora? Quero passar o dia com meu filho.

P2: Vamô comigo lá.- Sentou do meu lado e pegou meu celular bloqueando.

Bru: Não apresente qualquer uma a sua mãe.

P2: Colfoi? Nunca falei que tu era qualquer uma, tá de caô pro meu lado.- Fiquei calada e ele colocou a mão na parte interna da minha coxa.- Eu falei na zoeira pô.

Bru: Desde quando você se explica e brinca?

P2: Eu tô sendo purão com tu! Já disse que faço gosto de tu cara, eu num sei como é isso mas eu tô afim de descobri com tu.- Falou totalmente sem armadura nenhuma.

Levei minha mão até o rosto dele alisando a bochecha dele, ele permaneceu de cara fechada, um ogro mesmo! Fui mais perto dele colando nossos lábios, nosso primeiro beijo.

O estranho foi sentir meu estômago borbulhar, me senti uma adolescente! Ele me puxou pro seu colo e eu cuzei minhas pernas em volta da sua cintura, ele apertou minha bunda com força e separou nossas bocas deixando marcas em meu pescoço.

Bru: Vamos ver a sua mãe.- Falei tentando me separar dele.

P2: Uhm.- Mordeu meu pescoço de leve subindo as mãos pro meu peito.

Bru: É sério.- Segurei o rosto dele com a mão.

P2: Caralho tu é chata.- Voltou a cara fechada e eu bufei me levantando, ele deu um tapa na minha bunda e eu dei um gritinho.

Tomei um banho rápido e coloquei um vestido azul, ajeitei meu cabelo do jeito que dava e sai do quarto com ele atrás, Rafael estava com a Jú, tava morrendo de saudades dele.

P2: Tá fazendo o que aqui? - Perguntou assim que viu Lk.

Lk: Vim falar com minha mulher, chefe.- Respondeu baixo e Pietro foi caminhando até ele, tentei entrar na frente mas ele me empurrou de leve.

P2: Ela não é tua mulher beleza? E não tem nada pra falar com ela, se quiser falar com tua cria tá lá no Jota, falô.- Apontou pra porta.

Bru: Deixa ele falar, P2.- Ele virou pra mim como um bixo.

P2: Então tu gosta né vadia? Beleza pô, se fode aí.- Saiu batendo a porta.

Bru: P2.- Chamei mas ele ignorou.

Eu só queria saber o que o Lukas queria cara, eu sabia que ontem ele estava drogado e ele nunca foi disso, além de tudo ele sempre foi meu amigo que me ajudou, se ele tá precisando de algo comigo não vou deixar ele na mão só pelo Pietro ser emocionado!

Lk: Ele vai te machucar Bru, tu quer isso mesmo?

Bru: Você também me machucou ontem, lembra? - Cruzei os braços.- O que cê quer?

Lk: Pedir desculpa, eu me drogei no impulso pô, eu só queria tu de volta.

Bru: Poxa Lukas, não faz mais isso! Você tem seu filho que precisa de ti, o nosso tempo já passou cara. Eu te amo muito, mas você fez merda, aprenda com suas consequências! Sempre falei que não ia aceitar traição, e você faz justamente o que eu pedi pra não fazer. Nós não temos mais volta e se drogar não vai ajudar! Segue teu caminho, se você gosta de ter várias fica assim, tu é gostoso pra caralho e tem várias novinhas atrás de tu.

Lk: Nós não tem mais volta mesmo? - Colocou meu cabelo pra trás da orelha.

Bru: Não, meu bebê.- Ele sorriu fraco e beijou minha testa.- Sempre estarei aqui pra ajudar você, sempre que você cair eu voi te levantar! Como sempre.

Lk: Te amo, meu pedaço de decepção.- Sorri.

Bru: Eu também te amo Lukas, muito mesmo.- Fui caminhando até a porta.

Lk: E se eu mudar? Eu posso te conquistar novamente? Eu me arrependo pra caralho do que fiz, mas eu ainda posso ter tu de novo?

Bru: Eu não sei, segue teu lance que eu sigo com o meu! Se for pra ser a gente se esbarra por aí, assim como foi a 4 anos atrás.- Pisquei e sai atrás do emocionado.