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Mesmo após dias investigando, não descobrimos nada sobre o caso do assassinato de Tomy Morris. Logo que recebeu o relatório a Juíza decidiu aparecer e fazer uma reunião.

Julie- Como vocês me mandam um relatório de um inquérito vazio? Sem provas, sem suspeitos. - falou séria encarando todos nós.
Gregory- Nós não achamos nada disso Julie. Por isso mandamos ele assim, pra ver sua opinião.
Julie- Se o caso não tem suspeitos, as digitais no objeto utilizado no crime são da vítima e não há mais provas, não seria coerente considerar isso um suicídio delegado Gregory?!
Eu- Aí está o problema juíza, é impossível ter sido suicídio.
Julie- E por que você diz isso Lisa Parker?
Eu- Nas filmagens das câmeras de segurança do parque tem cortes. Não teria como a vítima ter feito isso e se ele tivesse mesmo se suicidado não teria porque querer sumir com as filmagens. Não tem o momento que ele chega no local, apenas quando o corpo já está lá. Não faria sentido considerar isso um suicídio.
Julie- Se você não quer considerar isso, por que então não continuou a investigação até achar o "verdadeiro" motivo? -me calei para não ser desrespeitosa, mas a fuzilei com o olhar.
Jonh- Nós demos o nosso máximo juíza, mas esse caso não pode ter uma finalização errônea. Você poderia conseguir reforço da Nova Jersey....
Julie- Eu não vou chamar policiais de outro lugar pra resolverem um caso que é de vocês. Ou o caso vai ser finalizado como suicídio ou vocês continuem a investigação até acharem o "verdadeiro" motivo. - sorriu desafiadora.
Eu- E se nós arquivasse - mos o caso, para reabri -lo futuramente se acharmos provas ou algo do tipo?
Julie- O Gregory já relatou ao MP (Ministério Público) sobre não haverem mais investigações a serem feitas e eles me mandaram a solicitação de arquivamento, mas eu neguei.
Eu- Por que? -indaguei indignada.
Julie- Agente Parker, aquí é uma cidade pequena, todos nos infernizariam o resto da vida se esse caso fosse arquivado e não tivesse uma finalização.
Mayra- Verdade Lisa. Já aconteceu isso aqui, arquivamos um caso de furto que também não tinha suspeitos e passamos meses recebendo ligações diárias e pessoas vindo questionar o porquê do caso estar parado.
Eu- Mas se as ligações pararam é por que conseguiram resolver!
Henry- O cara veio se entregar. Foi muito estranho, mas finalizamos o caso.
Eu- Então vocês estão acostumados a finalizarem casos com as suposições que fazem, nada concreto?!
Julie- Todos são profissionais excelentes Lisa, sabem o que fazem.
Gregory- Por não haverem mais suspeitas e nem provas...- o olhei desacreditada, torcendo pra que não terminasse essa frase. - O caso será finalizado como suicídio e o assunto das câmeras de segurança será sigiloso. -suspirei decepcionada e sai da sala, seguida por Jonh e Cody.

Caminhei rápido até o lado de fora da delegacia, ar fresco me acalma.

Cody- Lisa fica calma, nós podemos continuar a investigação.
Eu- Cody por mais que nós continuemos, você acha que se descobrirmos alguma coisa ela vai permitir um novo inquérito?!
Jonh- Com certeza não! Isso iria destruir a imagem de juíza dela, por ter finalizado um caso de maneira errada.
Eu- Viu só! Fomos vencidos. Só deixa isso pra lá, eu vou me acalmar uma hora.

Terminei a tarde organizando a papelada do caso com Gregory, enquanto a juíza ocupava a sala dele para fazer a finalização de tudo.

Gregory- Eu sinto muito por...
Eu- Não fala comigo Gregory. Pelo menos agora não. -falei sem o olhar, o mesmo suspirou e abaixou a cabeça voltando a mexer nos papéis.

Já de noite, tudo organizado, estava na minha sala pegando minhas coisas para ir embora quando Gregory apareceu na porta.

Gregory- Já posso falar com você? -mostrou apenas metade do rosto, escondendo a outra metade na porta.
Eu- Pode. -falei desanimada.
Gregory- Eu sinto muito por ter tomado aquela decisão, mas seria melhor Parker. Aqui realmente as pessoas querem ver tudo resolvido, senão culpam a polícia e ficam em cima até saberem tudo e conseguirem o que querem. Vamos continuar a investigação e futuramente eu posso pedir ao MP a reabertura ou um novo inquérito.
Eu- A Julie nunca aceitaria.
Gregory- Eu mando para outro juiz, ele analisa o caso e o máximo que poderá fazer é me perguntar o porquê de termos finalizado de outra forma sem termos certeza.
Eu- E o que você responderia?
Gregory- Que as provas que mudaram tudo, surgiram de maneira mágica. -fez um movimento de explosão com as mãos e riu se aproximando, ri com o ato, mesmo estando chateada.
Eu- Fala sério.
Gregory- Quer que eu convença ela a arquivar o caso de maneira sigilosa? Aí nós falamos que provavelmente foi suicídio, para as pessoas e familiares.
Eu- Você faria isso? -me animei.
Gregory- Posso tentar.
Eu- Então tente, por favor, por mim! -fiz cara de piedade o encarando fixamente.
Gregory- Você quer a minha alma também? Me olhando desse jeito é só pedir que eu dou! -riu e me abraçou.

Me aconcheguei em seu peito pensando por onde começaria as novas investigações. O barulho da porta se abrindo nos assustou, me soltei dos braços de Gregory e encarei a porta, vendo Mayra sem graça pelo que viu.

Mayra- Eu...sinto muito!!! Volto depois e desculpa ter entrado sem bater, é costume.
Gregory- Pode ficar Mayra, eu já estava de saída. -saiu rapidamente, também constrangido.
Mayra- O que foi aquilo amiga? -exclamou alegre me encarando.
Eu- Não foi nada. -sorri.

Algumas horas depois*

Estava já deitada quando meu celular alertou a chegada de uma mensagem.

"Consegui! Ela aceitou, apenas pediu que tudo ficasse em sigilo e caso não conseguíssemos nada, deixarmos a mesma finalização. - Gregory"

Eu- Uau, melhor notícia da noite! -comemorei. -Talvez ela não seja tão bruxa assim. -zombei conversando comigo mesma.

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Segredos do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora