Alguns poucos fios de cabelo loiro - acinzentado, perdidos entre os outros vermelhos, tingidos pelo sangue. Um homem extremamente alto, de cabelos curtos na altura dos ombros ,mais ou menos, magro, de pele pouco enrugada, trajando um camisão de manga curta branco, uma calça jeans azul desbotada, uma bota cavalera desgastada, com um conjunto de chaves entre seus dedos, com toda a extensão de pele visível em seu corpo pálida, gélido, sem vida. O detalhe chocante era uma machadinha fincada em sua cabeça! Aquela cena fez meu corpo estremecer, recuei alguns passos assustada, fazendo meu corpo chocar com algo atrás de mim, me virei rápidamente e vi Gregory me olhar piedoso. O mesmo deu de ombros e eu me direcionei ao corredor principal, ouvi mais vozes e entre elas soluços de desespero. Uma sala estava com a porta aberta e era de lá que o som vinha, entrei me deparando com Melissa e Steve, os dois estavam consolando e tentando acalmar um jovem que soluçava em meio à lágrimas. Me aproximei pousando a mão em seu ombro e me abaixando em sua frente. Seu olhar carregado de pavor e dor, fez meu coração se apertar.
Eu- Ei, se acalme okay!? Vai ficar tudo bem. -o garoto apenas concordou com a cabeça, tentando conter o choro. -Ele já disse alguma coisa? -encarei os outros dois.
Melissa- Nada.
Eu- Certo. -me voltei novamente ao rapaz. -Você pode me ajudar, só que eu preciso que você se acalme e me conte exatamente o que aconteceu. Se não quiser, você pode me contar amanhã. Tudo bem? -mais uma vez concordou apenas com ajuda cabeça.
Steve- Ele ligou desesperado pra delegacia, não conseguiu dizer nada além do local em que estava.
Eu- Deve ter sido realmente chocante pra ele, foi pra mim!
Melissa- Com certeza, todo mundo se surpreendeu.
Eu- Então, pode me dizer seu nome? -esperei uma resposta, com um sorriso doce no rosto na tentativa de acalmá -lo.
...- M-me chamo Lucas Gaillard.
Eu- Você não é de New Castle, né?
Lucas- Vim da França há 1 ano e dois meses.
Eu- Ah sim. -Suas características físicas entregavam um pouco, juntamente com seu sobrenome, traços finos e pele clara, com um sotaque ainda presente na pronúncia de palavras com "r". -Você acha que consegue me contar resumidamente o que aconteceu?
Lucas- E-eu acho que consigo contar tudo.
Eu- Quando quiser!
Lucas- Eu estudo aqui e hoje quando sai da aula, esqueci meus fones de ouvido na mesa. Apenas jantei e voltei, esperando achar o professor aqui ou pelo menos fechando a escola...
Eu- Que horas você voltou?
Lucas- Tem mais ou menos meia hora que cheguei aqui...Eu cheguei e tudo estava apagado, mas o portão estava destrancado, com a corrente pendurada apenas. Eu decidi entrar e ver se tinha alguém...
Eu- Você nunca devia ter feito isso. Se ainda tivesse alguém aqui, poderia ter feito algo com você também. Ligar pra polícia é a primeira coisa a se fazer, mesmo que não tenha nada, nós teríamos vindo e olhado com segurança.
Lucas- Eu errei, mas é que na hora não pensei em algo trágico.
Eu- Tudo bem. Agora você já sabe o que fazer, continue.
Lucas- Quando eu entrei vi a luz da sala principal acesa, eu acendi as do corredor e fui até lá, aí encontrei o professor daquele jeito e já liguei pra polícia...-os soluços e as lágrimas ameaçaram voltar.
Eu- Okay, okay. Chega, já está ótimo o que você falou! Vamos te levar pra casa, tá bom?
Lucas- Tá.
Melissa- Quantos anos você tem Lucas?
Lucas- Fiz 20 semana passada.
Eu- Parabéns atrasado. -lhe lancei uma piscadela e me levantei. -Steve, consiga alguém pra levá -lo para casa, por favor?
Steve- Eu mesmo faço isso Lisa! -os acompanhei até o carro do investigador.Me aproximei de Gregory e o encarei questionadora.
Gregory- Ninguém viu nada. As pessoas só chegaram quando viram a polícia aqui.
Eu- Ninguém, nada mesmo?
Gregory- Nada. O único que está mais por dentro do caso é o garoto que ligou pra delegacia.
Eu- Ele me contou o que aconteceu e não posso dizer que ele é um suspeito.
Gregory- Talvez seja um suspeito que finge bem sua dor.
Eu- Não seja insensível delegado. Ele é só um rapaz. Eu sei que não podemos confiar em ninguém, mas não acho que ele tenha feito isso.
Gregory- Vamos interrogar ele mesmo assim.
Eu- Com certeza.
Mark- Me disseram que ele era grande amigo do prefeito. -disse se aproximando de nós.
Eu- O prefeito Arnold Day?
Mark- É o que parece.
Gregory- Sabemos então por onde começar certo?!
Eu- Sim, mas acho que vai ter que ficar pra amanhã.
Gregory- Ele não deve estar dormindo essa hora, 23h:12m.
Eu- Gregory não é só porque estamos acordados, que ele estará.
Gregory- OK! Vamos lá amanhã cedo.
Mark- Certo. O carro do IML já chegou, podemos fechar o local?
Eu- Não, pode deixar que eu ainda vou lá dentro.
Gregory- Vai fazer o que lá?
Eu- Preciso investigar.Caminhei novamente até o interior da escola. Olhei no teto e vi câmeras de segurança, desligadas. Procurei a sala de controle das câmeras e a porta estava arrombada. Entrei cuidadosamente, não havia ninguém, uma cadeira estava no meio da sala e tudo desligado, reiniciei os aparelhos e voltei as filmagens algumas horas antes.
*O professor organizou os matérias nas grandes mesas, apagou todas as luzes da escola, antes conferindo se as portas estavam devidamente fechadas e saiu, no exato momento em que ele fecha o portão principal, algo chama sua atenção e ele olha para a rua....A filmagem acaba nesse ponto.*
Eu- Droga!!! -acertei um murro na mesa. -Como é possível isso? Por que alguém faria tal coisa? Esse infeliz planejou tudo, não deixou rastros.
Jonh- Tudo certo aqui agente? -me virei para a porta o encarando brava.
Eu- Tudo certo, tudo! -antes de sair da sala, peguei os DVDs das filmagens de todas as câmeras e levei para meu carro. Deve haver algo aqui que ajude a encontrar o sujeito.🔜
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Segredos do Luar
Mystery / ThrillerUma jovem agente policial, com a carreira em seu auge, começa a ter casos de assassinatos noturnos realmente "estranhos" e apavorantes para resolver e o mais intrigante, não há suspeitos ou são todos inocentados pelas provas... mal imaginando que o...