05🔬

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No dia seguinte, bati meu ponto e fui direto para o laboratório, me vestindo com o jaleco que cobria até metade do meus joelhos e que possuía um elástico bem-vindo nos punhos.

Me dirigi à bancada lançando um olhar lateral para o quadro de tarefas no canto central superior do laboratório. Hoje nós precisaríamos verter os meios que estavam armazenados na geladeira para 100 placas de petri e 50 tubos de ensaio, sendo que 20 ml era destinada a cada placa e 50 ml a cada tubo de ensaio.

Eu e meus colegas nos organizamos dividindo o trabalho uniformemente e eu já estava prestes a abrir o armário das vidrarias quando Yoori se adiantou, abrindo o armário escandalosamente e sem avisos.

O material metálico me atingiu em cheio, me fazendo recuar alguns passos.

— Lee Yoori! — Vociferei, conferindo meu rosto. Fora uma grande pancada. Quem diria que alguém tão pequenina teria tanta força oculta em si?

Ela finalmente percebeu o que fez.

Sunbae! Mianhe, você se machucou? — Ela indagou, deixando sua bandeja sobre a bancada um, cujos integrantes acabaram de esterilizar. Eles a lançaram um olhar letal.

— Não, mas presta atenção da próxima vez.— Advirto, retirando sua bandeja posta indevidamente na bancada alheia e depositando-a em suas pequenas mãos. Yoori me fitava perplexa, ainda assustada com a possibilidade de eu ter me machucado, imagino.

— Ah, Jimin... Já que está aqui, pode pegar o pote shot pra mim? — Yoori pede doce e irritantemente, me fazendo rolar os olhos.

Nota mental: Mudar o layout do armário, deixando as vidrarias mais utilizadas em local mais acessível - especialmente para a Yoori, que é baixinha.

Acariciei o topo de sua cabeça antes de me afastar, precisava me equipar com as luvas de borracha nitrílica antes de começar os procedimentos.

Quando voltei para minha bancada de trabalho, os meios já estavam lá, prontos para serem vertidos.

Comecei o procedimento retirando o tampão do enlermeyer recém esterilizado a vapor com o dedo mindinho e com os dedos livres, segurei o recipiente enquanto vertia na placa. Coloquei o suficiente para que não houvessem bolhas e fechei a placa, tomando o cuidado de mantê-la perto do fogo que queimava a partir do bico de bunsen para evitar contaminação.

Foi o momento exato que o laboratório fez silêncio para ouvir um de nossos colegas repreendendo Yoori com grosseria. Suspirei pesadamente testemunhando algumas lágrimas caindo pelo seu rosto enquanto ela mantinha-se com um olhar baixo, tentando evitar as atenções.

— O que aconteceu? — Indaguei com a voz baixa, tentando soar imparcial.

— Ela não consegue fazer nada direito! Verteu o meio líquido nas poucas placas que tínhamos! — Acusou ele.

Direcionei o olhar a Yoori, que lutava contra as lágrimas enquanto lavava as placas.

— Não é problema do grupo que tinha poucas placas enquanto todos deveriam ter a mesma quantidade de placas esterilizadas? — Repliquei. — Então por que você continua culpando ela? — Ele não respondeu e manteve seu olhar baixo.

O dia passou rápido. Fui o último a sair pra fechar o laboratório enquanto Yoori saiu em disparada. Não a vi no ponto de ônibus e em nenhum outro lugar no caminho para casa.

Conhecendo-a do jeito que conheço, deve ter se cobrado muito pelo erro que cometeu, já que os sólidos usados para o meio são caros.

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Assim que cheguei em casa, tomei um banho e me troquei, bati a porta da família Lee e fui recebido pela mãe de Yoori. Não precisei dizer nada para que ela me informasse que a filha estaria no quarto.

Subi as escadas para o segundo andar pacientemente enquanto pensava nas palavras certas para confortá-la. Sim, ela errou. Sim, ela comprometeu o resultado final. Mas ela não deveria se cobrar tanto.

Inspirei profundamente numa tentativa de me acalmar antes de bater à porta de Yoori. Na terceira tentativa, ela me deixou entrar e escondeu o rosto inchado e vermelho no travesseiro.

Me sentei em sua cama e acariciei o cabelo dela - só para acalmá-la - e o efeito foi quase instantâneo.

— Eu sou a pior!— Soluçou enquanto tentava manter-se sentada. Seus olhos estavam inchados devido ao chororô.

— Ei, Yoori. Calma, é só o seu segundo dia no laboratório!

— Por isso mesmo! — Argumentou ela, ficando vermelha. — Era pra eu ser cuidadosa, meticulosa, mas eu só consegui bagunçar o laboratório e eu fiz com que meu grupo perdesse muito meio líquido!

Enlacei meus braços em torno dela, balançando-a num movimento de ninar. Yoori soluçava.

— Erros acontecem, ainda mais vindo de uma desastrada como você. — Brinquei, apertando a ponta de seu nariz como uma campainha. Ela chorou ainda mais. — Ei, tô brincando!

— Eu só queria ser agradável pra você, Jimin!

Espera um pouco... Toda essa frustração não é sobre o laboratório?

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