AUDREY HOLDEN
Tem momentos, que acho não saber que existe uma real consequência para cada um dos meus atos.
Quando simplesmente troquei o pijama que havia passado quase o dia todo vestida e caminhei um pouco até chegar em frente a fraternidade do Gregory realmente foi algo anestesiado. Assim que estava ali, em pé, pronta para tocar na campainha o receio me corroeu por dentro, dizendo que deveria apenas voltar. Toda a confiança que me incitou a levantar da minha cama e vir aqui, havia sumido.
Antes de girar meu corpo e simplesmente fingir que não havia chegado até ali, toquei no botão da campainha.
Qual é, Audrey? É o cara que você está muito a fim, e ele é totalmente recíproco nisso? Tentei me incentivar nos pensamentos.
A porta foi sendo aberta, revelando um Gregory de rosto amassado e alguns pelos sujando seu rosto, querendo formar uma barba. Seu rosto denotava que não era apenas eu que havia ficado, um tanto chocada, com a minha ousadia hoje. Entretanto o sorriso travesso que havia usado quando decidir vir, estava novamente na minha face.
— Você parece muito surpreso, esperando outra pessoa?
— Oh inferno, não. Quero dizer... Achei que fosse um dos caras que tinha esquecido a chave.
— Com certeza eu não me pareço com um dos seus irmãos de fraternidade.
— Não... Eu só...
— Gregory... — chamei colocando minha mão no seu rosto quente — É legal saber que te deixei sem palavras, mas não vai me convidar para entrar?
Ele não respondeu, apenas me deu espaço para passar. Era do meu conhecimento há algum tempo que não era permitido a presença de garotas sem o presidente saber, muito menos se não fosse uma namorada. Espero que amigas não pese tanto assim em possível punição ou talvez fosse ser engraçado... Foquei meus olhos na TV que passava uma serie que eu conhecia.
— Bela noite vendo Elementary — comentei me sentando no sofá.
— É reprise — respondeu sorrindo de lado.
— Pensei que você sair com o resto do pessoal — falei não querendo que o silêncio se alojasse entre nós dois.
— Decidi ficar aqui aguardando sua divina surpresa — respondeu me fazendo rir levemente.
— Você assiste série ouvindo música junto? — perguntei rindo, notando seu celular próximo e pegando. Ele não correu para pegar, como achei que poderia acontecer, continuou sentado como se nada tivesse acontecendo.
— Estava muito silencioso — falou, me aproximei novamente dele. Não tinha senha no celular, então foi fácil mexer na playlist que ele estava ouvindo e ver se tinha alguma música que eu conhecia por ali. Haviam várias, na verdade.
— Não sabia que você gostava tanto assim de The Neighbourhood... ou só está ouvindo por estar nessa playlist?
— The Neighbourhood chega a ser uma das minhas bandas favoritas, nada de obrigação aqui — falou me puxando para o seu colo.
— Realmente? — perguntei aproximando meu rosto do seu, enquanto os primeiros acordes de Daddy Issues soavam por todos os lados.
Raspei meus lábios nos seus, seguindo depois do seu queixo pelo seu maxilar lentamente, aproveitando minuciosamente o clima que se instalava entre nós delicadamente. Suas mãos apertavam a minha carne. Sim, gosto de reações imediatas. Quando a primeira frase da música começou a ser tocada, pronunciei lentamente com a boca próximo o suficiente do seu ouvido.
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Smoked Flowers
RomanceHá alguns anos minha vida mudou com a morte dela. Daisy. Eu tentei fazê-la continuar vivendo e falhei, então me recusei a falhar uma segunda vez. Foi quando criei smokedflowers.com, era para Daisy continuar vivendo em textos, mas quem viveu foi eu...