GREGORY HOOVER
Tentei ouvir algum sinal de que as garotas haviam saído da fraternidade, porém nada surgia. Quando começou algum barulho era os rapazes voltando de alguma festa. Passei as mãos pelos fios desarrumando-os, queria entender por que de todo meu interesse repentino naquelas meninas, já que assim que as outras chegaram cuidei em sumir da sala.
Bufei pegando meu celular, apenas para ver o horário. Garotas sempre foderam a minha cabeça, Audrey foi a que mais fodeu de todas. Engraçado como todas as minhas exs tinham ciúmes dela, nossa história era conhecida entre as pessoas ao nosso redor. Nos conhecemos crianças, algo parecia ter acontecido no minuto em que nossos olhos se encontraram pela primeira vez. Não estou dizendo que foi paixão à primeira vista, nem sabia o que era isso naquela época. Ficamos adolescentes que se apaixonaram um pelo outro. Mas todo o sentimento, toda a "história" sempre ficou no que os outros costumam chamar de platônico.
Algo recíproco, porém complicamos tudo. Ela mais do que eu, talvez. Ah, é sempre tão fácil culpar o outro quando algo dar errado, tão mais simples que assumir seu próprio erro, não é? Ficamos anos enrolando, ela me enrolando. Quero dizer, Audrey praticamente fugia de mim e mesmo assim ainda me diziam que ela estava na minha.
Sei minha parcela de culpa em não ter dado certo. Nunca tomei uma atitude cara à cara. Audrey fugia e eu apenas ficava parado olhando. Então tudo chegou em um ponto que simplesmente decidi seguir em frente e deixar essa história de lado, mas porra. Parece que quando algo não tem um ponto final dentro de você lhe persegue até o inferno se você for.
Aquela história de quem vive de passado é museu? Mas se for um passado que te afete, ele será passado, presente e futuro, tudo ao mesmo tempo e vai trazer confusão toda vez que vier à tona. Quase não via Audrey, temos nenhuma aula em comum e mesmo ela andando bastante com o Ethan, não saía tanto quanto esperam do quarterback do time da universidade de Berkeley, Califórnia.
Quando nos encontrávamos sem intenção disto em algum evento estudantil, era meio inevitável não trocar olhares, uma p0rra complicada já que sempre minha namorada da vez estava por perto. Acho que existia um problema comigo de nunca seguir sem estar namorando alguém, como se simplesmente não quisesse encarar alguma realidade até então encoberta por meus namoros um seguido do outro. O "seguir em frente" está muito mais dentro da cabeça do que das atitudes.
Passei meses sem vê-la, faz pouco menos de um ano que ela chegou na universidade, Ethan me informa de tudo, até do que eu não quero saber ou não pergunto. Um fofoqueiro de primeira. Posso passar anos sem olhá-la, mas toda vez que coloco meus olhos nela aquela sensação estranha ressurge. Eu evito, como evito. Até porque os amigos que nos queriam juntos já seguiram em frente nisso.
F0da-se. Ela não me quer e o que menos preciso agora é pensar em garotas para mim namorada.
Principalmente uma garota que já tenha uma história longa e complicada comigo, para f0der a minha mente f0dida. Está mais do que na hora de quebrar a tradição de namoradas atrás de namoradas sem uma pausa.
— Cadê a princesinha que está se escondendo no seu quarto no alto da torre? — Ethan falou entrando no meu quarto de repente me fazendo quase cair da cama de susto. Que p0rra.
— Tô cansado de te explicar que a porta existe por um motivo — resmunguei me sentando, ajeitando a minha calça no movimento.
— Um motivo que claramente sou a exceção, principalmente na vida do priminho lindo que Ethanzinho ama tanto!
— E em pensar que se não tivesse ficado dois anos fodido na escola não precisaria te aturar...
— Mas aí a loira do banheiro não conseguiria viver sem seu banheiro.
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Smoked Flowers
RomanceHá alguns anos minha vida mudou com a morte dela. Daisy. Eu tentei fazê-la continuar vivendo e falhei, então me recusei a falhar uma segunda vez. Foi quando criei smokedflowers.com, era para Daisy continuar vivendo em textos, mas quem viveu foi eu...