Capítulo 21

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"Ela não é como um livro. Não. Ela é uma pintura, dessas que custam milhões e só são reconhecidos seus valores depois que seus autores morrem. Dessas que muitos tentam decifrar o que aquelas pincelas querem nos transmitir, e muitos chegam a questionamentos e respostas diferente. Dessas que por vezes podem fazer seus olhos brilharem e outras vezes chorar. Dessas que não são enigmas, apenas não foram pintadas para terem apenas um significado."

  

GREGORY HOOVER

Acho que estava passando por uma daquelas crises de escritores que havia lido sobre. Já não contava mais quantas vezes estava relendo o mesmo texto que postei há alguns dias no meu site, simplesmente pela sensação de insatisfação. De alguma forma sentia que minha escrita havia desmoronado. Não é como aquele sentimento de que poderia fazer melhor tivesse surgido apenas agora na minha vida, a única diferença é que ele não está indo embora depois que releio algo que escrevi.

Odeio ter essa sensação de que não está bom o suficiente e mesmo achando que poderia fazer melhor, não conseguir, continuar vendo o mesmo desde o inicio.

Virei a cabeça rápido quando ouvi o barulho alto de um carro ultrapassando o meu em alta velocidade, levantei o olhar vendo o semáforo com a luz verde iluminando. Guardei o celular e voltei a dirigir tentando deixar minhas paranoias de lado.

Um sorriso se apossou do meu rosto quando notei estar praticamente na rua da irmandade de Audrey, desde a nossa conversa sobre visitinhas fiquei pensando na possibilidade de ser realmente a minha vez de fazer aquilo.

Infelizmente tive que pedir ajuda ao Ethan, já que diferente da Audrey eu não poderia simplesmente chegar na Kappa Kappa Gamma batendo na porta e dizendo um "oi" como ela fez há alguns dias. E já que meu queridíssimo primo tem o domínio da arte de invadir o quarto da namorada, resolvi usar isso ao meu favor.

Tentei ao máximo não deixar nada tão nítido para o Ethan, mesmo que ele já tivesse suas desconfianças e indiretas. Isso era um nível diferente para se ir. De qualquer forma, Dolman ficou bastante feliz em finalmente ser um cupido eficaz, usando as suas próprias palavras.

Estacionei o carro em uma distância segura de onde fica a irmandade exatamente no sentido de não se pego por ali em flagrante no meu pequeno delito amigável. Tirei o celular do bolso mandando uma mensagem para Audrey.

"Está em casa?"

"Oi para você também lol"

"Infelizmente sim ):"

"No seu quarto?"

"Humm... vai me perguntar o que eu estou vestindo agora?"

"Sexo por telefone é melhor em ligação, não por mensagens"

"Garota experiente, hm?"

"Você tem preferência por garotas experientes, Gregory?"

"A minha única preferência é você"

Guardei o celular no bolso, com a confirmação e já em frente a casa da Irmandade, me preparei para literalmente escalar para entrar no quarto da Audrey. Não é como se fosse um terceiro ou um real segundo andar, a altura que eu teria que subir era apenas alguns centímetros maior que o meu próprio comprimento. Só esperava não ser o palhaço principal de um circo hoje.

Não foi tão difícil assim a pequena escalada, obviamente o meu condicionamento físico me ajudou nesse quesito. Nesse momento agradeço ao treinador pelas horas de treino árduo.

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