O que você faria se fosse dormir no ensino médio e quando acordasse descobrisse que, ao invés de uma noite, na verdade, treze anos já haviam se passado? E pior ainda, e se quando acordasse, você estivesse casada com seu maior arqui-inimigo do ensino...
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A SENSAÇÃO ERA A MESMA QUE ACORDAR COM RESSACA, porém o que me deixava extremamente intrigada era o fato de que eu não bebia. Ao menos não após a desastrosa noite em que Joohyun havia me arrastado para uma balada e consequentemente ali eu tive meu primeiro - e último - contato com bebida alcoólica.
Meu celular ainda não havia despertado, o que significava que provavelmente eu havia acordado cedo demais ou não tivesse escutado o mesmo despertar, mas acho que não, caso contrário mamãe já teria entrado em meu quarto como o Katrina e me feito levantar para ir a escola. Minha cabeça estava realmente doendo bastante, pediria a mamãe que me deixasse ficar em casa hoje, ela com certeza negaria me dizendo que era só tomar um analgésico que logo passaria, mas papai com toda certeza a faria mudar de ideia. Ele sempre fazia.
Abro meus olhos lentamente e pisco pelo fato de o cômodo estar praticamente todo no escuro, exceto por uma pequena fresta entre as cortinas, assim que observo o lugar a minha volta rapidamente o estranho. Desde quando minha cama é de casal? E por que raios, exatamente, a porta do meu banheiro mudou de lugar e onde ela deveria estar, na verdade há a porta que se dá para um closet enorme? Me sinto tonta, mas mesmo assim tento levantar-me da cama e tomo um tremendo susto quando o lençol cai de meu corpo, revelando minha nudez. Sinto um frio na barriga inexplicável e rapidamente sei que o que sinto é medo, o mais puro medo por ter acordado em um lugar completamente desconhecido por mim, nua e sem lembrar de como exatamente eu vim parar aqui.
Sinto minha garganta apertar e meus olhos arderem, tento lembrar-me de como diabos vim parar aqui mas sem sucesso, a última coisa que realmente me lembro e de deitar na minha cama para finalmente dormir tudo aquilo que eu não havia dormido durante a semana de provas do colégio. Me sinto frustada e com nojo, afinal eu estar nua em uma cama alheia só pode significar que eu fiz sexo com alguém, ou seja, eu perdi minha virgindade com um desconhecido e sequer me lembro de como exatamente isto aconteceu.
Eu estava ali com medo e prestes a chorar, imaginando como minha mãe me mataria por passar a noite fora de casa e depois me traria de volta a vida, só para me matar de outras mil maneiras diferentes, quando ouvi a porta se abrindo e então a luz do quarto se acendeu revelando ali quem eu menos esperava ver. Foi ai então que eu gritei. Rapidamente trato de pegar o lençol jogado no chão e me cobrir, não demora muito para que lágrimas de raiva e frustração comecem a rolar pelo meu rosto.
- Burra, burra, burra. Como você é burra Park Somin! - eu sussurro para mim mesma. - Tinha que ser logo ele? Sério? Tinha que ser logo o Jeon!?
- Jagiya, você está bem? - a voz irritante de Jungkook pergunta reverberando dentro da minha cabeça. Quando levanto meu olhar para finalmente encará-lo, vejo um Jeon um tanto confuso enquanto segura uma bandeja de café da manhã nas mãos.
- Jagiya? - eu debocho e então o olho com incredulidade. - Que merda é esta Jeon Jungkook? Quem você pensa que é para me chamar assim, hein?
- Jagiya, eu não estou te entendendo. - ele sorri para mim, ainda que há uma centelha de confusão em seu semblante da qual eu não consigo entender. - Olhe, eu fiz nosso café da manhã, agora que tal comermos enquanto você me explica o que está acontecendo?
