Capítulo 4: Brigas e Teimosia

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Abro a porta de casa após uma tarde cansativa do trabalho e vejo o quanto precisava estar em casa. Gustavo pula em meu colo e Lena vem me beijar.

- Credo, papai. - Gusta faz cara de nojo ao nos ver beijar.

Coloco ele no chão para retribuir o beijo. Depois, dou um beijo nas cabeças de Guilherme e Ana Júlia que assistiam televisão. Vou até o quarto de Matheus e entro. Ele podia não gostar de mim, mas eu amo aquele menino tanto quanto amo meus meninos e Ju. Ele estudava, como sempre.

- Oi, Matheus, o que tá estudando?
- Biologia.

Eu não podia perder a oportunidade, era a minha matéria preferida desde que eu tinha meus 15 anos, um ano a menos do que ele tem agora. Chego perto dele e vejo que ele estudava o sistema nervoso.

- Você gosta de biologia? - Eu sabia que ele gostava de história e odiava matemática, mas só.
- Não.
- Vai ter prova?
- Sim.
- Quer ajuda para estudar?
- Não precisa. Mesmo não gostando vou bem.
- Você sempre vai bem nas provas, Matheus. Além de ser inteligente, estuda muito.
- Não é assim.
- É sim, nós dois sabemos disso. Se precisar de ajuda ou tiver alguma dúvida, estarei aqui.
- Obrigado, Daniel.

Passo a mão em seu cabelo curto para sinalizar que estava indo embora. Eu precisava de um banho. Vou para meu quarto e separo uma camiseta e um short para eu vestir. Tiro a roupa que eu vestia, deixo-as no cesto que estava no banheiro e entro no chuveiro. A sensação da água caindo no meu rosto sempre me tranquilizou. Tomo um banho rápido, mas com tempo suficiente pra tirar de mim todo o estresse do meu dia de trabalho. Assim que termino, seco meu corpo, visto a roupa que separei e penteio meu cabelo.

Ao abrir a porta de meu quarto, escuto gritos vindo da sala. Guilherme, Gustavo e Lena. Me aproximo e, mesmo do alto da escada, enxergava Guilherme e Gustavo rolando pela sala aos gritos enquanto Lena pedia que eles parassem de brigar. Vou até a sala e já me preparo para acabar com aquilo. Chego perto dos dois e os puxo do chão pela orelha de cada um.

- AAAAAAAAI! - Gui reclama.
- Aaaaai, papai, para! - choraminga Gusta.
- Vão os dois pro quarto de vocês e nada de briga lá em cima, entenderam? Se eu ouvir um pio de vocês lá, eu vou pegar o cinto, porque não basta vocês ficarem brigando que nem dois animais, vocês ainda desobedeceram a Lena. - ameacei.

Os dois, provavelmente assustados, sobem no mesmo instante que falei. Aproveito para dar um tapa no traseiro de cada um, que colocam a mão sobre ele logo depois.

- Me desculpe pela atitude deles, querida. - Me viro para Lena.
- Não precisa se desculpar, amor, eu tô acostumada com essas briguinhas.
- Sério mesmo?
- Você acha que Ana Júlia e Matheus não brigam?
- Pensei que eles eram maduros já para isso.
- As brigas continuam sendo as mesmas, tendo 8 e 10 anos ou 14 e 16. Sinto muito por quebrar sua esperança que elas acabam.
- Tudo bem, é bom que me preparo. Agora vou tentar resolver com aqueles dois.
- Boa sorte, você é capaz disso, Dan.
- Espero que sim. Obrigado, Lena.

Deposito um beijo na bochecha da minha esposa e vou até o quarto de meus filhos. Encontro cada um sentado em sua cama, com uma cara emburrada. Me sento ao lado de Gustavo e peço que Guilherme se sente do meu outro lado.

- Primeiro, quero que vocês contem o motivo de vocês terem brigado - falo.
- Eu queria ver o jogo de futebol, mas o Gui ficava brigando, porque ele queria ver aquela porcaria de desenho!
- Eu cheguei lá antes e você ficou enchendo meu saco pra ver aquele jogo!
- Parem de gritar os dois! Vocês não conseguem ficar um minuto sem discutir? - brigo com eles. - Gustavo, quantas vezes eu falei que se um chega na TV primeiro, é ele que escolhe o que vai assistir? E você, Guilherme? Você é mais velho e podia muito bem ter evitado aquela briga com seu irmão.
- Desculpa, papai - os dois pedem.
- Gui, espera lá no meu quarto, ok? - Os dois eram irmãos, mas nem por isso podiam presenciar a surra um do outro.

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