Capítulo 4 - Me marque

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 Miguel chegou com o seu ar de desejo como sempre vinha, e eu adorava aquilo. Ele me encostou na árvore de uma forma que parecia bruta, mas foi com tanto carinho e sensibilidade. Isso era o que eu gostava nele, ele sabia se dosar. Ele sabia a hora de ser bruto e a hora de ser carinhoso. Um equilíbrio que poucos têm. 

 Miguel me deixava de uma forma que ninguém conseguira antes. Eu me sentia drogado pelo seu beijo, pelo seu toque, pela forma que ele fazia nossos lábios se encaixarem totalmente. Era como se o beijo dele me viciasse. Ele conduzia um beijo tão calmo e ao mesmo tempo tão feroz, tão voraz, tão bom. Será que existe faculdade ou curso técnico para beijos? Porque se existe, Miguel tem diploma honrado.

 Paramos o beijo para respirar e eu só consegui focar em seus olhos. Grandes olhos castanhos. Quando eu digo grandes, eram grandes mesmo. Eu sentia que estava olhando para uma corujinha. Uma corujinha que possuía uma imensa constelação nos olhos. Eu via galáxias e não somente elas. Eu via gentileza. Eu via uma bondade que nunca vira em nenhum olhar. Aquele garoto era realmente especial.

 Miguel chegou mais perto, e achei que aí viria outro beijo, mas estava enganado.


 -Você tá bem? -Disse Miguel. Eu achei tão fofo ele se preocupar. Não sei se fui muito garotinha norte-americana apaixonada de novo ou simplesmente era fofo mesmo.
 -Estou bem sim, e você?
 -Tô bem.
-Respondeu ele.
 -Onde você mora?- Perguntei. Precisava de informações do meu príncipe encantado e também não queria ficar só nos beijos né. Mentira, queria sim.
 -Eu moro em Jundiaí, e você? 
 
Enquanto isso no lustre do castelo, vulgo minha cabeça:"PUTA QUE PARIU LONGE PRA CACETE. COMO EU VOU FAZER PRA VER ESSE MENINO SE COMEÇARMOS A NAMORAR CARA?"

-Ah sim, conheço
- Não fazia a mínima ideia de onde era, mas sabia que era longe -Eu moro na Zona Leste, perto de Itaquera sabe?
 -Nossa, longe né? -Disse Miguel. Acho que ele teve o mesmo pensamento que o meu. Ainda bem. -Tu trabalha, estuda, faz o que? 
 -Olha, no momento eu tô desempregado e sem fazer nada. Semestre passado eu fazia jornalismo, numa faculdade ali pro centro mas não deu muito certo, e você?
 -Eu trabalho como VM em uma loja num shopping ali na zona oeste.
-Eu não fazia ideia do que era "VM" mas dei a entender que sabia, eu acho. -Você não sabe o que é né? -Disse Miguel entre risos.
 -Sinceramente? Não faço ideia. -Disse rindo sem graça.
 -Significa "Visual Merchandising" -Entendi menos ainda. -Eu sou responsável pela arrumação da loja. Por como os manequins estão vestidos, por como as peças estão expostas na loja, essas coisas.
-Ah sim, agora entendi. -
Rimos um pouco e vimos que o assunto acabaria ali, então juntos, partimos pra mais um beijo.

 Aquele era diferente. Parecia que nossas bocas já haviam se conversado e marcado de sair um dia desses. Era um beijo mais quente, com mais vontade um do outro. Um beijo com mais coisas quentes. A mão de Miguel passeava por todo o meu corpo fazendo um tour, conhecendo meus pontos fracos, nos quais ele gostava  e se divertia muito. Minhas mãos percorriam suas costas largas. Eu estava adorando aquilo, óbvio, quem não adoraria? Miguel parou o beijo de forma abrupta e me disse:

 -Eu quero que você me deixe uma marca. -Hmmmm, gostei da ideia, pensei.

 Então coloquei minhas mão para dentro de sua camiseta e pude sentir sua pele. Um choque percorreu meu corpo começando pela ponta dos meus dedos. Sua pele era macia, quente e suave. Comecei a arranhar as costas dele com uma certa força. Estava tão alucinado que parecia que o mundo estivesse parado e se resumisse apenas em nós, ali, naquela árvore. Entre o beijo, Miguel sussurrou:

 -Me arranha mais forte. Eu quero que você deixe uma marca  de verdade em mim. -Um sorriso de canto de boca surgiu

 Como recusar um pedido desses não é mesmo? Comecei a por mais força nas mãos e ouvi Miguel novamente:

 -Isso, era disso que eu estava falando. -Vi um sorriso malicioso entre os selinhos que dávamos.

 E o beijo continuou, a cada minuto mais quente, mais voraz. A cada toque eu me arrepiava mais. Aquela onda de calor e de frio não saía do meu corpo enquanto Miguel estava comigo. Ele não precisava me beijar para isso acontecer, bastava ele estar ao meu lado. Mas quando ele me beijava, parecia que a sensação se apossava de meu corpo de uma forma maior.

 Miguel parou de me beijar e foi descendo pelo meu maxilar até chegar no meu pescoço. Ah menino, ele tinha achado o meu ponto mais fraco. Miguel percebeu isso e começou a usar a seu favor. Ele beijava e mordiscava meu pescoço com a mistura de carinho e voracidade que só ele sabia fazer. Eu queria gritar, mas sério, gritar. Esgoelar pro mundo todo ouvir "Alguém por favor poderia prender esse menino numa sela e depois me colocar lá também?". Aquilo era covardia. Jogo sujo completo. Mas quem disse que eu queria que ele parasse?

 Miguel continuou descendo pelo meu pescoço e parou no meu peito. Ali ele fez a coisa mais covarde e injusta que poderia fazer. Miguel começou a me dar um chupão. 

 Ele fazia aquilo com tanta vontade, com tanto... Ah, não tem outra palavra para ser usada, ele fazia aquilo com muito fogo. Eu queria gemer, queria tirar a roupa dele e dar o mesmo prazer que ele estava me dando para ele. Não, não queria transar no primeiro encontro. Mentira, se ele quisesse, eu queria também. Esse negócio de "ai, não pode transar no primeiro encontro, o que a pessoa vai achar de você?", ué, ela vai achar que é uma pessoa que estava com vontade de transar e já era pessoal. Mas estávamos numa rua, aquilo não podia acontecer. Pelo menos não ali.

 Quando Miguel finalmente terminou o chupão, na hora eu adorei. Pareciam sete tiros em forma de círculo, todos juntinhos e extremamente roxos. 

 Cada um deixou sua a sua marca no outro.

       Hey amores! E aí, o que estão achando da história? Comentem o que acharam até agora e me deem sugestões. Não se esqueçam de votar se gostaram do cap, isso ajuda muito. Vejo vocês no próximo capítulo. 


XoXo.

Olhos CastanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora