Capítulo 2

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Megan odiava ser policial em uma cidade pequena, ponto

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Megan odiava ser policial em uma cidade pequena, ponto. Ela havia se graduado com ótimas notas da academia e trabalhado alguns anos em Nova York antes de se meter em um caso com drogas e grandes políticos... bem, não acabara bem pra ela, já que fora realocada pra um subúrbio idiota e parado no sul. Ela queria ação, perseguições, ajudar gente de verdade, aquilo era seu sonho e, em Bay View, Megan tinha que lidar semanalmente com intrigas entre donas de casa entediadas e senhoras que ligavam reclamando de crianças invadindo o seu quintal. 

Nada naquela cidade parecia muito real, grama falsa, problemas falsos e pessoas falsas. Então quando recebeu um chamado, ficou surpresa. Não haviam muitos chamados em Bay View, ainda mais vindos do bairro mais abastado, onde viviam o prefeito e todos os milionários donos de algum negócio bem sucedido. Harry parecia cansado na manhã e revirou os olhos castanhos enquanto entornava o último gole de café puro. Sem açúcar. O mesmo que ele tomava todas as manhãs nos últimos sete meses depois que o proibiram de tomar umas doses logo de manhã.

- Vamos gata, aposto que alguém roubou uma panela no bairro das rainhas do lar - ele brincou colocando a xícara suja na pequena pia do escritório, Megan achou a piada machista e de mau gosto, mas ela sabia que aquele problema era mais do que presente nas cidades pequenas, então se limitou a um revirar de olhos discreto enquanto ajeitava a arma no coldre. - Você acha que vai precisar da arma no país dos contos de fadas, Mulan?

- Não seja um merda racista - ela disse entredentes ignorando a expressão de 'eu-sou-o-que-sou' feita por seu parceiro.

Os dois entraram rapidamente na única viatura da cidade e dirigiram em uma velocidade baixa pela cidade dos sonhos, conforme passavam recebiam acenos amigáveis de senhoras voltando do mercado e gestos de cabeça da parte de comerciantes que já tinham as lojas abertas naquele horário. Sem dúvida nenhuma aquela não era a realidade de Megan e ela não gostava daquela comodidade. Harry tentava sintonizar uma rádio que tocava blues e quando chegaram ao endereço do chamado se surpreenderam por se tratar da velha mansão do final da rua principal. Nenhum policial era chamado naquele lugar, não se não fosse pra um jantar amigável ou pra tomar um café com a adorável loira que comandava a mansão.

Quando Megan saiu da viatura não esperou por seu parceiro antes de caminhar decidida em direção ao prefeito que parecia um pouco desarrumado pros seus padrões. Ele usava uma camiseta lisa branca e jeans, algo que a policial nunca esperaria de um dos homens mais sofisticados da cidade. O prefeito estava descalço sobre a grama do jardim e seus olhos estavam vermelhos e inchados, como se ele tivesse chorado recentemente. Ao seu lado havia uma mulher com um roupão cor-de-rosa e uma panela vermelha na mão, um garoto semi-vestido com um sorriso de cafajeste e uma menina loira de olhar assustado. Que droga havia acontecido ali?

- Oficial Ishikawa! - o prefeito exclamou como se a conhecesse há anos e não há apenas alguns meses - Oficial Harper.

-Prefeito - ela retribuiu o cumprimento e Harry se aproximando fez o mesmo, fazendo cara feia por ter sido deixado pra trás, como se ele fosse uma criancinha que não fora levada ao supermercado - Recebemos um chamado, só gostaria de confirmar se foi daqui? Não nos deram muitos detalhes.

- Minha esposa sumiu - ele disse e por um momento Megan realmente olhou pra ele. 

O prefeito que era um homem sempre elegante e bem visto, estava desgranhado e assustado como uma criancinha perdida. Os olhos vermelhos do marido, a cara de assustados dos filhos e da vizinha, não havia dúvida alguma de que eles estavam desesperados o bastante pra chamar a polícia e ela imaginava que devia ser difícil pra eles envolver a força tarefa... afinal, com toda aquela história de boa imagem, não pegaria nada bem pro prefeito que tentaria se reeleger no ano seguinte.

- Quanto tempo faz? - Megan começou com o interrogatório padrão naquele tipo de caso - Ela disse alguma coisa sobre sair de casa? Ela é uma adulta, as pessoas as vezes saem de casa pra espairecer um pouco.

- Eu não tenho certeza... - ele disse com certa dúvida - Não estava em casa quando ela saiu, mas eu lembro de vê-la ontem, na hora do almoço.

- Não faz nem 24 horas?! - a policial exclamou, era meio dramático... - Não sei se -

Antes que pudesse continuar com a frase padrão que pediria pro homem esperar pelo tempo recomendado, pediria que ele ligasse para os amigos e familiares da esposa e se acalmasse um pouco. Talvez as coisas se resolvessem sem a intervenção policial? Mas ela não disse nada disso, porque Harry a puxou pra um canto, sorrindo cinicamente pro prefeito.

- O que você pensa que tá fazendo sua Mulan idiota? - questionou ele em voz baixa para que não fosse ouvido pelos civis.

- Seguindo com os procedimentos padrões - Megan respondeu como se não tivesse se ofendido com o que ele dissera, ela dizia a si mesma que idiotas como Harry Harper não a incomodavam, pois ela era melhor do que eles.

- Cavando nossa cova profissional, você quer dizer! - ele exclamou exaltado.

- Mas o prefeito também tem que.... - 

- Não é porque ele é o prefeito, é porque ela é o que é - justificou como se ela pudesse entender tudo com aquela frase.

- Eu não...

- Esqueci que você não é daqui - ele disse frustrado antes de a olhar intensamente com seus olhos castanhos, fazendo Megan querer se encolher - Erica Furller não é só a esposa bobinha do prefeito, ela é um dos pilares dessa cidade, se ela cair a cidade vai junto e adivinha quem eles vão culpar se acontecer alguma coisa com a amada rosa azul de Bay View? Isso mesmo! Os policiais malvados que não escutaram o prefeito que pediu ajuda.

- Nós não temos culpa de nada! 

- Não é o que todos da cidade vão pensar, Mulan - ele suspirou - Desculpa tá, eu sei que eu exagerei, mas eu só tava pensando em você... não tem problema eu ser um pouco odiado, não pretendo sair daqui, mas sei que você quer voltar pra Nova York, se não resolvermos isso você vai ficar presa aqui pra sempre.

Megan engoliu em seco e empurrou a mão do parceiro que segurava seu braço. Ela não era idiota, sabia que lutas valiam a pena e aquela não valia. Fabricou uma expressão de preocupação no rosto e caminhou para o garoto que abria a porta para que os policiais entrassem. Megan sabia que uma vez que entrasse por aquela porta, não teria volta. Ela entrou no espelho e esperou os espinhos da rosa azul. 

Olá olá, como vocês estão?

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Olá olá, como vocês estão?

Esse foi mais um capítulo de rosas azuis não existem patrocinada pela nãoseioquefalar.com kkk o que vocês acharam dos novos personagens?

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Jane

Rosas azuis não existemWhere stories live. Discover now