Capítulo 3

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Muitas vezes rosas perfeitas nascem nos lugares mais inesperados, como lixões, jardins maltratados e varandas solitárias

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Muitas vezes rosas perfeitas nascem nos lugares mais inesperados, como lixões, jardins maltratados e varandas solitárias. A adaptação era um milagre da natureza, uma das pequenas coisas que faziam a humanidade acreditar na divindade de um criador onipotente. Contudo, a rosa azul de Bay View'não viera de um lixão ou de uma varanda e sim de uma grande fazenda ao sul da cidade onde viria a morar. Na fazenda da bela rosa, Edgar Roosevelt estava estressado.

O homem, que tinha por volta de 65 anos, andava de um lado para o outro em seu escritório bem decorado no interior da casa. Para observadores curiosos ele pareceria apenas um senhor bastante estressado, mas um observador curioso teria mais cuidado e repararia nos detalhes. Repararia em seus sapatos lustrosos, na roupa alinhada, nos cabelos perfeitamente tingidos e arrumados, veria o suor que descia por sua face e veria também a papelada acima de sua mesa, veria uma carta estranha para um dono de fazenda, uma ameaça. Edgar Roosevelt estava sendo ameaçado e antes que pudesse sequer pensar em chamar a polícia, esta apareceu na porta de sua casa.

Vieram em dois. Um policial mais velho com um cabelo castanho de aparência sebosa e uma levemente mais jovem, asiática. Era uma dupla estranha aqueles dois e ao vê-los Edgar levantou uma sobrancelha inquisitora, será que agora os policiais tinham alguma espécie de sistema de denuncias telepático? Provavelmente não, então ele preferiu colocar a sua usual expressão de desgosto e ódio ao atendê-los na soleira de sua porta. Edgar não pediu que entrassem, gostou de ver a garota se sentindo desconfortável na porta da casa e o homem olhando de vez em quando pro velho carro de policia parado na estrada de pedra a alguns metros do jardim.

- O que querem aqui? - Perguntou ele carregando a frase com um sotaque típico das pessoas mais velhas do sul, ele lembrava vagamente que as filhas odiavam quando ele usava aquele tom e costumavam revirar os olhos pra ele e sorrir para os estranhos. As filhas provavelmente pediriam desculpas pelo comportamento dele e acolheriam os policiais com um pratinho de biscoitos e uma xícara de café feito na hora.

- O senhor é Edgar Roosevelt? - Perguntou a asiática naquele tom de voz irritante que os policiais costumavam utilizar na cidade grande, todos maravilhosos servidores da lei que protegem a ordem e toda aquele besteira que eles gostavam de falar pra si mesmos quando queriam ter o seu ego massageado. O policial ao seu lado por sua vez encolheu-se como se pedisse desculpas pelo tom de voz, ele gostava mais daquele, sem dúvida alguma um bom cachorrinho de Bay View.

- Se está aqui pra falar daquela maldita cerca, saiba que eu já retirei a queixa há semanas! - ele revirou os olhos, tentando fingir que sabia qual era o assunto, pois estava confuso quanto aquela visita - Vocês demoram de mais e eu já consegui resolver o problema há muito tempo.

- Senhor Roosevelt, estamos aqui pra fazer algumas perguntas sobre a sua filha, o marido dela registrou o desaparecimento dela há alguns dias - disse a mulher com um ar triunfante.

Por um minuto ele não soube o que pensar ou como agir, muita coisa passou por sua cabeça naquele instante. Qual das duas havia sumido? Ele imaginava que seria Amanda, ela sempre gostara de fazer um bom drama assim como a mãe e provavelmente havia brigado com aquele palerma que chamava de esposo. Não seria a primeira vez que a sua impetuosa filha caçula resolvia que era boa de mais pra uma cidade tão pequena e simplesmente ia embora sem dar satisfações a ninguém.

- Amanda? - ele perguntou verbalizando suas suspeitas - Ela faz isso o tempo todo, porque resolveram chamar a polícia agora?

- Amanda não - a policial informou e ele se questionou se o seu parceiro era mudo ou algo do tipo - Erica. 

Erica. Erica havia sumido. Sua Erica sumira... ele abriu mais a porta e pediu para que os policiais entrassem, na sua cabeça uma infinidade de coisas davam voltas e sempre que o nome de Erica aparecia ele lembrava da estranha carta que recebera naquela manhã, a carta que o deixara estressado e que o esperava no topo de sua escrivaninha.

 ele abriu mais a porta e pediu para que os policiais entrassem, na sua cabeça uma infinidade de coisas davam voltas e sempre que o nome de Erica aparecia ele lembrava da estranha carta que recebera naquela manhã, a carta que o deixara estressado ...

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Rosas azuis não existemWhere stories live. Discover now