I - Strangersood

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17 de Novembro de 2006
Willbrook's Asylum, Grant Groove, Califórnia
03h55 da madrugada

O céu rosado e chuvoso da madrugada contrastava com o frio congelante que fazia do lado de fora do prédio até então cercado por algumas grades e cercas de arame farpado. O vento forte balançava as árvores e a placa do antiquíssimo manicômio.

WILLBROOK THE ASYLUM. THE PLACE FOR PSYCHOLOGICAL

Dizia a placa de madeira grossa e pesada. Os guardas noturnos observavam cada possível movimento que se fazia ali. Corredores vazios, alguns gemidos podiam ser ouvidos a distância. Eram gemidos de pessoas completamente necessitadas de ajuda.

Pessoas desprovidas de suas sanidades mentais que estavam presas em um lugar que prometia as ajudar, mas na verdade era uma espécie de purgatório. Tratamentos horríveis eram realizados ali, desde uma solitária subterrânea ao lado da vala onde era o esgoto do manicômio, até mesmo a terrível cadeira elétrica. Alguns dos "pacientes" do local chegavam a morrer nela.

Em um dos quartos rangidos de cama eram ouvidos. Duas jovens, com aproximadamente 25 e 28 anos, estavam deitadas completamente dopadas. Presas nas camas com algemas de couro marrom nas mãos e nos pés, elas nem se dão conta do que está acontecendo. Dois guardas que deveriam estar protegendo-as, estão as violentando.

Nuas, elas nem imaginam que estão sendo estupradas. Os guardas atingem o clímax do prazer jorrando esperma na barriga e rosto das jovens.

No rádio do manicômio, uma música baixa porém audível invade todos os corredores e quartos na tentativa de acalmar o ambiente.

All Of Me, Frank Sinatra

No quarto 45, deitada em uma cama suando muito, está Rose. Ela se remexe bastante. Estava tendo um pesadelo. Mais um pesadelo... Com ele.

Girando o trave da caixinha de música, a mesma começa a tocar a música que assombrava Rose desde 2003.

Brahms Lullaby, Instrumental

Enquanto All Of Me tocava ao fundo, lembrando Rose do seu marido Christopher, a canção de ninar da caixinha de música acaba a acordando. Mas ela não se mexe, e nem tem reação alguma. Está sob o estado da Paralisia do Sono. Ela ouve sua própria respiração, ouve tudo a sua volta, mas não pode fazer nada. Aquilo a aterroriza e ela quer gritar, mas não pode.

É quando, olhando para a parede a sua frente, ela pode ver as grandes garras surgindo abrindo a porta e arrastando-se no chão, criando um chiado parecido com ferro soltando faíscas em contato com o chão. Era ele. O que ela mais temia estava acontecendo. Completamente aterrorizada pelo seu medo, Rose observa a criatura de pele brilhante e lisa entrar em seu quarto e subir na cabeceira de sua cama. Os olhos brilhantes a fitavam. As garras batiam no lençol e consequentemente entravam em contato com seus pés. Rose encarava o The Rake.

The RakeOnde histórias criam vida. Descubra agora