And now I'm one step closer to being two steps far from you
Nenhuma decisão foi proferida e os dias foram passando com as duas muito bem acomodadas numa rotina sem rótulos. Ambas queriam que aquilo continuasse mas tinham expectativas e sentimentos diferentes, então quanto menos falassem sobre, mais chances tinham para fazer dar certo. E estava funcionando. Elas desenvolveram uma despretensiosa rotina de casal sem se denominarem de tal forma e assim seguiam, sem comentar sobre.
Qualquer um que as enxergasse do lado de fora da bolha em que viviam, comentava com tranquilidade sobre o belo casal que eram, mas se elas ouviam, fingiam que não o tinham feito. Elas estavam bem uma com a outra, contudo, não sabiam o que fazer com o status que carregavam ao estarem juntas.
De um lado, Olivia suprimia sentimentos enquanto criava expectativas, vivendo um pequeno conto de fadas com a mulher por quem estava apaixonada; e de outro, Maven estava bem, ela estava com a garota que gostava, mas ela não tinha uma visão a longo prazo, ela estava apenas vivendo um dia após o outro. Não era como se a professora de grafite não tivesse uma visão de futuro, na verdade, ela não fazia questão de ter, gostava de viver um dia de cada vez sem preocupações desnecessárias para com o amanhã enquanto Olivia, por sua vez, tinha todos os seus passos planejados e via seu futuro até a uns cinco anos a frente.
Uma gostava da outra, mas elas viam as coisas de um jeito muito diferente. Elas se gostavam de formas diferentes. No entanto, no momento, isso não importava.
[...]
Sem se importar com os olhares assustados sobre si, a garota adentrou o pronto-socorro completamente desnorteada, olhando em todas as direções, procurando a mulher dos cachos ruivos. O lugar não estava cheio, a maior parte das cadeiras estava vazia, mas Maven, pelo o que se podia ver, não estava ali.
-Oi, boa noite! -Olivia cumprimentou a recepcionista, chamando a atenção da mulher que anotava alguma coisa num dos inúmeros prontuários.- Eu vim... Eu vim por Maven Knight. -A garota disse um tanto quanto perdida, a preocupação já havia tomado conta de si.- Eu recebi uma ligação do hospital, para vir buscá-la.
-Olivia John, certo? -A mulher perguntou e a garota assentiu.- Posso ver sua identidade? -Às pressas, a garota procurou o documento na bolsa e o passou para a recepcionista que checou rapidamente e assentiu, devolvendo-o e pegando o telefone do balcão.- É da recepção, pra Maven Knight. Sim... A acompanhante já está aqui para buscá-la... Certo, sim... Ok. Obrigada! -Assim que desligou, voltou a atenção para a jovem.- Ela já finalizou tudo e está pronta para ir, já vão trazê-la aqui pra baixo.
A garota se sentia mais perdida do que cego em tiroteio.
-Você pode me dizer o que aconteceu? -Pediu, preocupada.- É que quando me ligaram não me informaram de nada e eu...
-Sinto muito, mas esse tipo de informação não desce pra mim. -A recepcionista a interrompeu educadamente.- Mas o médico ou enfermeira que a trouxer com certeza vai poder te informar com precisão.
-Obrigada. -Ela respondeu num tom polido e forçado.
Inacreditável! Como que eles não tinham uma informação dessas? Se ela fosse cardíaca, já teria tido um ataque.
Contudo, ela não teve que esperar muito. Em poucos minutos, a ruiva apareceu sendo empurrada numa cadeira de rodas, com duas muletas descansando em seu colo e uma tala na perna esquerda. Olivia arregalou os olhos em espanto, mas o homem que empurrava a professora de grafite tinha um sorriso tranquilizador no rosto.
-O que aconteceu? Por que você está numa cadeira de rodas? -A garota se apressou a falar sem conseguir conter o nervosismo, fazendo com que o doutor risse e Maven exibisse uma expressão derrotada no rosto.
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Made in the A.M.
Non-FictionOlivia John é só uma garota, uma jovem adulta no seu ano de vestibular enfrentando um turbilhão de conflitos internos ao mesmo tempo em que se desdobra em mil para conseguir viver fazendo o que ama: música. Ela não é como Maven, uma mulher independe...