Capítulo 13 - Corvos mágicos e tragédia grega

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Kol sabia que os corvos de Odin eram os mensageiros diretos do rei de Asgard (Ou ex-rei...) e isso deveria lhes conferir um status e respeito divino, mas não tinha nem meia hora desde que estavam na estrada e ele já estava com vontade de se transformar em lobo e abocanhar aquelas aves.

Pouco depois de terem deixado Clarence para trás, Hugin e Munin tinham pousado no capô da picape e quase feito ele sair da estrada por conta disso, depois, voaram para dentro do veículo, sujando os bancos com a água de chuva, e deram um banho em todos quando começaram a bater suas asas. Nenhum deles se desculpou por nada disso.

— Dá para me explicar porque vocês precisam estar aqui dentro? — Ele perguntou, segurando a raiva, enquanto olhava para os dois corvos, agora empoleirados no colo de Anne, que estava a seu lado no banco do passageiro.

— Você está de brincadeira? — Um deles disse. Ele ainda não tinha ideia de qual. — Não está vendo a chuva que está lá fora?

— Vocês são corvos! — Kol disse. — Não sabia que voar na chuva os incomodava.

— Veja só, Munin. — O outro corvo disse. — O garoto lobo pensa que corvos são à prova de chuva. Eu não tinha recebido esse memo. Você recebeu?

— Com certeza não. — Munin respondeu. Então olhou para Kol e disse. — Mas olha só, você é um lobo não? Que tal você ir lá para fora e seguir a gente debaixo da chuva. Lobos gostam de ar livre, não?

Kol encarou os dois corvos e deixou seus olhos e dentes assumirem um aspecto mais lupino.

— Sabe do que mais lobos gostam? — Perguntou, rosnando de forma ameaçadora.

Anne deu um basta naquela briga.

— Será que podemos parar com essa birra? — Disse. — Não temos algo mais importante para discutir? Tipo, não sei, criar um plano de resgate ou algo assim?

Kol respirou fundo e deixou seus dentes e olhos voltarem à sua forma humana. Ela estava certa.

— Só acho que vocês podiam ter entrado de uma vez na picape se não iam voar atrás da gente desde o começo. — Disse.

Hugin e Munin olharam um para o outro.

— Que ideia deveras genial! — Hugin disse.

— Acha mesmo? — Munin respondeu.

Kol finalmente percebeu algo que diferenciava as duas aves. Hugin sempre falava como se tivesse saído de um romance do século dezenove. Munin já era menos... formal. Devia ter sido isso que fez com que Malcolm os tivesse diferenciado tão rápido porque de resto, os dois eram iguais. Até o mesmo cheiro tinham.

— O lobinho está certo. — Munin continuou. — Queria mesmo ter pensado nisso antes.

— Mas se fosse assim, meu sagaz companheiro, — Hugin contra argumentou. — quem teria dispersado o cheiro de icor divino que estes dois jovens semideuses deixaram para trás?

A FILHA DO FOGO: CAÇADOS POR ASGARDOnde histórias criam vida. Descubra agora