Capítulo 19 - O barco dos mortos

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Ser transportado por meios sobrenaturais não era uma novidade para Beckett

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Ser transportado por meios sobrenaturais não era uma novidade para Beckett. Angrboda já o tinha transportado pela ponte arco-íris Bifrost mais de uma vez.

Mas a sensação de ser carregado pelo enxame de borboletas negras não se parecia em nada com a magia da Bifrost. O semideus teve a impressão de que seu corpo foi despedaçado e cada parte sua estava sendo levada por uma das borboletas mágicas. A experiência não era dolorosa. Apenas esquisita, muito esquisita.

Ele perdeu a noção de tempo e espaço, não sabia para onde estava sendo levado, apesar de seus instintos lhe dizerem que aqueles animais o levariam diretamente aonde queria chegar. Não conseguia mensurar quanto tempo tinha se passado desde a batalha na praia e também não sabia o que tinha acontecido com Tisha. Espero que ela esteja bem, não quero ter que explicar ao barão que sua filha foi banida ou morta por uma bruxa troll.

Seus pensamentos foram interrompidos quando seu corpo se tornou um novamente. Em um segundo ele era apenas partes minúsculas de si mesmo, no outro estava sólido e unido de novo. Para seu azar, a primeira coisa que seus olhos viram assim que se recompôs foi o chão. Deu de cara com ele e sentiu o gosto de sangue na boca.

— Podiam trabalhar um pouco mais nessa aterrissagem, não? — Resmungou enquanto se colocava de pé e olhava à sua volta.

Estava em uma espécie de caverna. O lugar era enorme e ele não conseguia ver o teto e nem onde o lugar terminava. Não estava na escuridão completa, o lugar era tomado por uma penumbra estranha e constante, mas não dava para determinar de onde vinha a parca fonte de luz do lugar.

Deitada à poucos metros de si estava Tisha. A garota tentava levantar com algum esforço, sentindo-se claramente desorientada pela experiência que passara. Encontrar a filha de um deus que faria da minha vida um inferno. Missão concluída. Agora, onde estamos?

— Você está com uma cara péssima. — Disse, ajudando a garota a ficar de pé. — Tenta não vomitar em mim, ok?

— Sem promessas. — A semideusa respondeu com um sorriso fraco. — Onde estamos?

— Não faço ideia, mas tenho um palpite.

Beckett olhou de novo a sua volta à procura de mais alguém que pudesse estar observando-os. Não encontrou ninguém além de algumas borboletas que voavam de lá para cá naquela caverna gigantesca.

Deu de ombros e decidiu jogar um verde.

Deixou o nome da deusa asteca passando por seus pensamentos e tentou visualizá-la indo a seu encontro. Um pequeno truque que já tinha usado antes. Sabia que seu poder não teria nenhum efeito caso seu alvo não estivesse por perto, mas valia a pena tentar.

Nunca tinha tentado aquilo com um deus, mas sabia que funcionava com semideuses então por que não funcionaria com um ser divino? Pensou.

— Fizemos uma viagem longa e agitada até sua casa e é assim que nos recebe, Itzpapalotl?

A FILHA DO FOGO: CAÇADOS POR ASGARDOnde histórias criam vida. Descubra agora