Capítulo 9

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SAFIRA

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SAFIRA

#SaibaDissoHojeESempre

— Que aula chata. — De relance, vi Evelyn revirar os olhos durante a infindável aula de português.

Pisquei os olhos algumas vezes e percebi que estava quase dormindo.

— Tenho que concordar. — Bocejei.

Evelyn me olhou com um sorriso sugestivo no rosto. Logo se aproximou e me disse o que tinha em mente.

— Aprenda como fazer uma aula tediosa se tornar muito divertida. — Dito isso, arrancou uma folha de papel, amassou e, aproveitando que a professora se virara para copiar no quadro, Evelyn, como uma criança de fundamental, jogou a bolinha nela.

Em menos de cinco segundos a sala toda estava rindo. A senhora Neves, no entanto, não ficou nem um pouco feliz.

— Quem fez isso? — Perguntou, apanhando a bola de papel e encarando a turma que nem um general. Ninguém falou nada. — Não acharam tão hilário? Por que não continuam rindo?

Evelyn me olhou de escanteio e eu não me contive, soltei uma risada. O olhar da senhora Neves não demorou muito para me encontrar.

— Espero que ache engraçada a conversa que terá com o diretor, Safira. — A professora apontou para a porta, pedindo para que eu saísse da sala. Por dois segundos, pensei que aquilo era coisa da minha cabeça, mas então percebi que tinha acabado de assinar um tratado de mais um castigo em casa.

Que ótimo.

— Não vou pedir duas vezes.

Meia hora depois, lá estava eu e minha mãe, ambas sentadas em frente ao diretor do colégio. Por um lado, era um alívio saber que quem havia vindo era ela e não meu pai. Por outro lado, a cara da mulher ao meu lado me assustava pela primeira vez na vida.

— A professora se sentiu ofendida com a situação. Não tenho outra opção a não ser dar a suspensão mínima a ela. — Gregory, o homem de cabelos brancos que regia a escola, falou como se eu não estivesse ali. — Três dias.

Minha mãe assentiu, de cabeça baixa, parecendo cansada. Naquele momento, minha consciência pesou e eu senti vontade de estapear a mim mesma.

— Entendo senhor. — ela disse. — Podemos ir agora?

— Com certeza.

Dentro do carro, assim que entrei, tentei pedir desculpas.

— Eu não achei que...

— Chega, Safira! — Contemplei-a, emburrada, prender o cabelo e começar a dirigir. Nunca tinha visto minha mãe assim. — Estou decepcionada.

— Eu só faço besteira.

— Não quero nem imaginar como seu pai vai ficar quando souber disso.

Mordi os lábios, tentando não ficar nervosa.

Até que te espereiOnde histórias criam vida. Descubra agora