LITERATURA CRISTÃ | TRILOGIA "ATÉ" Livro 3
"Se eu permanecesse mais um minuto nessa terra sem a certeza de que há esperança de um reino porvir, preferia não existir. Mas glória a Deus, pois há e eu espero por ele."
A espera é um processo desafiador...
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SAFIRA
#DasCompanhiasAPior
Os últimos dias estavam sendo os piores. Assim que eu acordava, precisava correr para a oficina e ajudar o Benjamin a fazer um serviço para o qual nenhuma dama nasceu para fazer. A criatividade do meu pai era absolutamente detestável.
— Bryan? — Bati na porta entreaberta do quarto do meu irmão.
— Saph? — Ele perguntou, empolgado, enquanto corria até mim. Entrei no quarto, sendo puxada por ele, até que nos sentamos em sua cama macia. O super-herói favorito dele era o Homem-Aranha e eu conseguia ver isso em seu material escolar alocado em cima de sua mesinha de estudos. — Está cansada? Suas mãos ainda estão sujas de graxa?
Dei uma risadinha.
— Não. Eu tomei banho, sabia? — Apertei-o em um abraço forte. — O que você estava fazendo?
— Estava brincando com o Jerry. — Meu irmão apontou para o seu hamster e eu sorri. — Mas eu acho que ele já cansou.
Fui até a casinha de Jerry e fiz carinho nele enquanto o mesmo comia.
— Será que você não queria me ajudar em uma missão super secreta? — Perguntei, mordendo os lábios e torcendo para que ele aceitasse.
— Hum... O que eu preciso fazer? – Bryan questionou, curioso.
— É algo bem simples. — Segurei em suas mãos por uns segundos, esperando a sua colaboração. — Você só precisa me emprestar seu computador rapidinho.
Bryan me encarou por míseros segundos até coçar a cabeça, parecendo pensativo.
— Mas o papai não vai brigar?
Respirei fundo, tentando pensar em uma resposta eficiente.
— Bem... Ele não vai ficar sabendo. Além do mais, eu só vou falar com a minha amiga.
— Que amiga? — Era isso que dava ter um irmão inteligente.
— É... — Procurei um nome, mas não me veio nenhum na cabeça. Isso se deu talvez porque eu não tinha nenhuma amiga. — Você não a conhece.
Bryan se posicionou em minha frente, pronto para falar alguma coisa.
— Posso confiar em você? — Seus olhinhos pareciam implorar para que eu respondesse com verdade.
— É claro, meu amor. — Mentir para ele pareceu errado, mas eu precisava do computador.
Meu irmão se virou e pegou o notebook em cima de sua mesa de estudos para me entregar.
— Vai ser o nosso segredo, certo? — Perguntei, enquanto me levantava da cama e ia até a saída.
