Rui (2) '89

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A casa era inteira de alvenaria e no quintal havia um gramado imenso que dava espaço a algumas palmeiras. O lugar era aberto, isso o agradava pois sentia-se livre e confortável. Rui não gostava de nada que o prendesse, isso o deixava frustrado e nervoso. O Sol iluminava aquele lugar e ele sentia sua pele quente, isso era sua zona de conforto literalmente, pois o homem gostava do calor e do clima tropical.
Começou a pensar em tudo que acontecera entre ele e Sandra, ele a amava tanto... algo que era difícil de manter dentro dele.
O amor sempre fora algo distante dos planos de Rui, ele sempre manteve os mesmos pensamentos sobre isso em sua cabeça. "O amor pode ser um vício, e vício não tem cura", isso que seu tio o dizia, ele estava certo. Rui mudou ao conhecer Sandra, ela era algo perfeito para ele e o amor dessa mulher era complexo, incontrolável e insubstituível. O homem sabia o quão arriscado fora se envolver com ela, e como isso o afetava. Ele nunca deixara nada afeta-lo.
E agora era como se Sandra fosse uma serpente, daquelas perigosas e astutas,paciente e vulgar, com calma e sutileza, Sandra era esse tipo de serpente. Rui se tornou uma presa fácil, ele sentia como se tivesse sido tudo de surpresa. O homem não admitia que teria deixado Sandra se aproximar, que teria dado essa brecha a ela... ele se sentia um inútil. Um fraco que não soube se proteger, não soube se esconder e muito menos se defender do veneno da mulher .

- Olá!

Rui levou um susto. Olhou pro lado e tinha uma mulher parada com uma cara de espanto.

- Desculpa se te assustei..

Rui reconheceu quem era. Ela era baixinha, loira e bronzeada. Mirele era vizinha do casal.

-Oi, me desculpe... estava distraído.

A mulher deu um sorriso sarcástico, como se ouvisse ele falar isso muitas vezes.

-Vi que ela saiu.. - disse a mulher naturalmente.

O gosto amargo do teu ser (EM PROCESSO)Onde histórias criam vida. Descubra agora