Amadeu (3)

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Passaram-se exatos três dias desde o ocorrido com o rapaz. Amadeu estava incomodado, e aquilo parecia algo errado. A fúria tomou conta da sua mente, o homem começou a culpa-lo.
Sabia o quanto hipócrita era em negar a si mesmo seus desejos, ao culpar alguém que apenas estava disposto a lhe dar amor. Não podia viver com esse sentimento, não podia seguir amando um homem. Isso iria contra todos seus conceitos, isso o tornaria fraco.. um homem fraco.
Cogitou a ideia de tentar, pensou que talvez aquilo o faria feliz. Mas sua mente era muito conturbada, e por mais otimista que tentasse ser, uma avalanche de pensamentos cairia sobre ele.

Pegou o telefone em seu bolso e marcou de encontrar o rapaz. 21:00 ele estaria na frente da casa.

Após o telefonema, Amadeu fora até a cozinha onde pegou uma lata de cerveja. Sentou em sua poltrona e ali ficou, apenas aguardando o momento da chegada do rapaz. Seria a noite da purificação, seria a chance de corrigir seus pecados.

Quem conhecesse Amadeu teria receio de saber o que passa em sua cabeça.
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21:00

Fora até seu quarto. Guardou o que precisava numa bolsa de coro.
Sentou e continuou aguardando.

21:25
Acendeu um cigarro.

21:55
O rapaz chegou. Amadeu desceu com suas pernas tremendo e a garganta seca.

_Eei!

O rapaz o cumprimentou e parecia animado. Amadeu deu um sorriso de canto involuntário.

Entrou no carro e foram até o lago. Amadeu gostava do lugar. Era aconchegante e uma bela paisagem.
Sentaram no gramado e ficaram abraçados tomando algumas cervejas.

Após algum tempo Amadeu se pôs a chorar.

_Como sou fraco. - disse o homem em prantos.

_Ei, o que quer dizer com isso. Está tudo bem?

_Eu sinto muito.Eu sinto tanto.

O rapaz sem entender nada se afastou.

_Onde está querendo chegar? - Perguntou com uma expressão de dúvida.

Amadeu apenas puxou o rapaz e o beijou. O apertou forte tornando o beijo mais intenso.

Logo em seguida agiu rápido.

Tirou o canivete do bolso do casaco e o enfiou no pescoço do rapaz. Ele tentou se afastar mas Amadeu o segurou mais forte.

Ele apenas chorava, um pranto forte e intenso.
O rapaz arregalou os olhos e gemeu de dor.

O sangue começara a jorrar em seu rosto.
Ele continuou a chorar e fincou a faca em todo o rosto do rapaz, nas bochechas, nos olhos, no nariz... Arrancou uma das orelhas e a guardou. Quando terminou pegou sua bolsa e dali retirou um facão. Esquartejou o rapaz e amarrou cada parte do corpo em uma pedra... Fora jogando uma por uma no rio.

Quando terminou sentou novamente no gramado.
Olhou para céu, e observou a lua.

Decidiu então fugir.

Fugir do pecado.

Do pecado de ser quem quer.

O gosto amargo do teu ser (EM PROCESSO)Onde histórias criam vida. Descubra agora