Becas para o alto e Itália á vista

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Ano de 2008 (Último ano do colegial)

Sinceramente, eu passei horas pensando na minha ideia louca do fichário, é óbvio que eu esqueceria dele, eu tinha mais coisas pra fazer, tipo falar com minhas amigas pelo msn e ver algumas coisas nos fotolog, (uma pena que eles não existem mais...) várias ideias martelavam a minha cabeça, eu devia seguir as ideias do fichário ou devia esquecer aquele garoto e me abrir para novas aventuras, como por exemplo tirar a ideia do intercâmbio do papel e seguir meu rumo?

Eu só percebi que a hora tinha passado, quando minha mãe bateu na porta do meu quarto, para eu sair um pouco do meu quarto e pegar um ar puro, então eu desci pegar minha bike e pedalar um pouco pelo central park, para espairecer um pouco e aproveitar e desenhar uns croquis, talvez os turistas que adoravam passear por ali me inspirassem.

Eu estava tentando não concentrar em ninguém e foi aí que eu percebi que meu problema não era quem eu pensava...

E foi nesse momento que eu corri, corri como ninguém, sabe naqueles filmes que a mocinha sai correndo toda diva e tals, então essa não era eu, basicamente eu suei mais que um maratonista e dei de cara num daqueles postes todo ornamentado.

E foi nesse momento que eu corri, corri como ninguém, sabe naqueles filmes que a mocinha sai correndo toda diva e tals, então essa não era eu, basicamente eu suei mais que um maratonista e dei de cara num daqueles postes todo ornamentado

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Quando voltei pra casa, eu só queria me empanturrar de chocolate e macarons, porque convenhamos fazer esporte cansa...

Eu percebi que minha mãe ficava me olhando de canto, enquanto revisava os textos que iriam para o jornal que ela trabalhava, e eu adorava xeretar ali, mas eu estava em um estado de espírito pensativo demais para aquilo, faltavam poucas semanas para a festa de formatura e assim eu estaria livre.

Parando para pensar, talvez minha mãe soubesse que algo não estava bem, mas ela deixou eu me resolver sozinha...

Não era muito comum eu receber telefonemas em casa, mas para tudo existe uma vez e em fevereiro de 2008 foi a primeira vez que aconteceu, Stefany, minha amiga metida a Paris Hilton com um toque de Spice Girls, me chamou para escolhermos os nossos vestidos da formatura, ela estava super empolgada, principalmente por ter encomendado um vestido que estava na mesma paleta de cor da gravata do George o namorado dela, se isso não era/é clichê, eu sinceramente não sei de mais nada, só posso afirmar que quando eu vi aquele tom de azul berrante, quis cair dura.

Eu só queria encontrar o vestido ideal, o qual eu posteriormente viria a remodelar e criar minha primeira obra prima, ele era lindo em um tom de rosa e com o busto todo trabalhado em pedrarias, era um dos vestidos mais românticos que eu já tinha visto na minha vida.

Muitas pessoas ainda estavam meio traumatizadas pela minha festa bombástica, que acabaram deixando os preparativos da formatura para lá, minha mãe tinha ficado tão decepcionada comigo e tão brava pelo nome da nossa família ter sido manchada por causa de uma tinta spray, que mesmo eu ainda estar cogitando ir para Itália estudar moda, ela já tinha se prevenido em comprar um loft para mim, isso não era de todo ruim, mas o que me chateava era: 1. Eu não ter o poder de escolher o que era bom ou mal para mim e 2. Ver como as atitudes idiotas da adolescência podiam mudar todo um rumo. Se eu me culpava pelo o que aconteceu? Um pouco, se os outros me culpavam? Muito.

Honestamente, eu tentava não me abalar, mas ver o quanto que o Giovani e a Juliana estavam abalados e me olhavam com ódio me chateava e muito, chegaram até a fazer um artigo no jornal da escola falando sobre o garoto e tudo o que aconteceu, isso durou mais de um mês.

Apesar dos pesares a festa de formatura aconteceu e foi uma das mais belas, as famílias mais ricas apareceram nos jornais locais, eu, Juliane e Giovani, posamos juntos para a foto da capa, fotógrafos de várias revistas estavam lá, até hoje, não entendo muito o porque de tanta repercussão, éramos somente adolescentes de 17 anos se graduando no ensino médio...

Para variar a Juliana foi a oradora da classe, ela pode até ter dito palavras belas, mas eu sei que na cabeça dela, não passava de um texto decorado perfeitamente e que muito dele não fazia sentido.

Minha mãe sorria de orelha a orelha, muitos elogiavam a maneira como meu vestido me caia bem e como eu estava parecendo meu pai e blá blá, eu só conseguia pensar que dali para frente, era somente eu para a Itália e a Itália para mim, em poucas horas eu estaria escrevendo o meu destino, a minha própria história e deixaria para trás aquele amor platônico e a birra de infância. 

 

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