capítulo 7♧

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- Alô! - Aquela voz me torturava de tão boa que era.
 - Oi! - Senti meu rosto queimar.
 - Sam? - Nossa, ele reconheceu a minha voz? E não me chamou de Samantha ?
 - Isso! - Dei uma risadinha ao ver que Lola estava de costas simulando duas pessoas se agarrando. - Esqueci de te passar as matérias, hoje depois do recreio. - Ele pediu uns minutos até achar lápis e papel.
 Conversamos durante horas. Ele era incrivelmente interessante, jogava futebol, tocava gaita e violão, o pai dele tinha uma banda, a irmã era maquiadora profissional no Canadá, ele gostava dos mesmos chás que eu, amava chocolate....
 - Por que você tem cheirinho de baunilha? - Em que botão a gente clica para "desdizer" o que já foi dito?
 - baunilha? - Ele deu uma risadinha. - Espera! Cheirar a baunilha é bom?
 - É muito bom! - Falei meio envergonhada.
 - Bom, não sei! - Ele riu novamente. - Faz outra pergunta, uma que eu saiba responder!
 - Qual seu seriado favorito? - Ele pensou um pouco.
 - La casa de papel! - Ele deu um suspiro. - A sua é Bates Motel ainda? - Como ele sabia disso? Eu não falei nada.
 - Sim! - Respondi. - Como assim ainda?
 - É que uma vez você me contou! Mas faz tempinho ja!
 - Como assim tempinho? A gente se conheceu hoje! - O telefone ficou mudo. - Edward ?
 - Desculpa, vou ter que desligar! Boa noite linda!
 - Espe... - Ele desligou.
 .......
 Logo que acordei, vi que meu celular estava mostrando sinal de mensagem, Lola não iria na aula pois estava doente, o que significava ficar sozinha no ônibus, na sala e no refeitório. Peguei minha mochila e fui até o andar de baixo para dar de cara com a vaca da minha "irmã" e a bruxa da mãe dela.
 - Surpresa querida! - Meu pai levantou da mesa em um pulo. - Hoje a Doty vai de ônibus para a escola com você!
 O que? Meu pai estava louco? A Doty não pegaria um ônibus nem se a vida dela dependesse disso.
 -Hum! - Falei me sentando na mesa e esticando o braço para pegar cereais. - Au! - Meu braço travou e meu pai se levantou em um pulo para ver o que havia acontecido.
 - Querida seu braço ainda está inchado! - Olhei para onde ele apontava o dedo, no lugar onde a abelha tinha me espetado. - Vamos ao médico depois da aula.
 .......
 Quando entramos no ônibus, Doty foi para a última fileira com os populares e eu me sentei num banco mais a frente, soltando a mochila no banco ao lado onde Lola costumava se sentar. Na décima parada que o ônibus dava até a escola, vi que uma sombra parou ao lado do meu banco, mas não me dei ao trabalho de levantar a cabeça e tirar a mochila.
 - Edward, oi! - Ouvi a Doty desesperada lá atrás gritando. - Senta aqui!
 - Não, obrigada! - Levantei a cabeça e dei de cara com aquele sorriso. - Vou me sentar com a Sam! - Olhei para trás, vi minha irmã com cara de quem chupou limão azedo e sua amiga dizendo "uii" como alguém que acabara de ser ferida. - Se ela permitir!
 - Claro! - Dei um sorriso meio envergonhado e tirei a mochila. Ele se sentou e ajeitou o cabelo
 - Que pulseira bonita... - Ele pegou na minha mão o que fez eu olhar para ele e ele olhar para mim. - E... interessante.- Como aquele olhos escuros como a noite podiam ser tão iluminados?
 - Obrigado! Minha mãe quem me deu. - Baixei a cabeça e sorri. - Gostei do anel! - Peguei na mao dele.
 - Obrigada! É só um anel comum. - Ele olhou para nossas mãos que agora estava entrelaçadas. - Porém, tem grande valor sentimental. - Ele olhou para mim e eu para ele. - Foi meu pai quem me deu. - Ele sorriu, haa aquele sorriso!

O Garoto dos meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora