Capítulo 08

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Minha mãe buscou Felipe e nos levou para o aeroporto, estamos esperando o voo há uns trinta minutos e até agora não trocamos uma palavra.

- Annie, você está bem? - Felipe me perguntou virando - se na sua cadeira de espera para me observar.

- Sim. - Eu disse abrindo um sorriso fraco. - Estou ótima, por que não estaria?

- Sabe com tudo que aconteceu. Seu pai. - Ele falou ainda me encarando.

- Eu estou bem Felipe. - Eu disse colocando os meus fones e me afundando no meu mundo.

Ficamos assim por quase uma hora até nosso voo ser chamado.

- Se cuide querida. - Minha mãe disse abraçando - me.

- Você também mãe. - Eu disse aprofundando ainda mais aquele abraço.

- Felipe, cuide dela para mim. - Minha mãe disse quebrando o abraço e olhando para Felipe.

- Pode deixar senhora Collins. - Ele disse sorrindo docemente para minha mãe.

- Vamos? - Perguntei virando - me para ele.

- Vamos. - Ele respondeu e viramos em direção ao portão de embarque.

Entramos no avião e ficamos novamente em silêncio até a sua partida.

- Você e a sua mãe estão mais próximas né? - Ele perguntou tirando-me da minha distração de admirar o céu através daquela janela minúscula.

- Sim, a situação fez com que isso acontecesse. - Eu disse olhando para ele.

- O que você vai falar para ele? - Ele perguntou olhando para meus pulsos. - Sobre os cortes.

- Nada. - Eu falei passando os dedos pelos machucados.

- E se ele perguntar? - Felipe perguntou pegando a minha mão.

- Ele não vai. - Eu disse apertando a sua mão.

- Como pode saber? - Ele perguntou voltando seu olhar para o meu rosto.

- Ele não vai perguntar, porque ele não vai sequer reparar. - Eu disse olhando para baixo. - Ele não me vê há meses, você acha mesmo que ele vai se dar ao trabalho de reparar nisso?

Felipe apenas negou com a cabeça.

- Que tal um filme? - Sugeri forçando um sorriso.

- Perfeito. - Ele falou abrindo um sorriso e ligando a televisão presa à poltrona.

Ficamos assim por horas, assistindo um filme atrás do outro, até que eu cai no sono.

- Annie... Acorda. - Ouso alguém disser enquanto me cutuca.

- Annie, chegamos precisamos descer ou se não alguém vai vir nos expulsar do avião. - Uma voz rouca diz e eu sorrio. Abro os olhos e levanto um pouco rápido por causa do susto que tomei isso faz com que eu fique um pouco tonta, eu dormi encostada no ombro do Felipe, ou melhor, eu dormi atirada no ombro dele.

- Finalmente dorminhoca, temos que descer. - Ele disse enquanto se levantava e pegava nossa bagagem de mão.

- Por que você me deixou dormir desse jeito. - Digo apontando com a cabeça para os nossos acentos.

- Encostada no meu ombro? - Ele fala sorrindo enquanto anda pelo corredor e eu afirmo. - Porque você estava parecendo um anjinho e fiquei com dó de te acordar.

Sorri com a resposta e acompanho-o até o portão de desembarque. Pegamos as nossas malas e fomos para saída encontrar meu pai, no meio do caminho eu simplesmente travei, parei de andar e o Felipe seguiu na frente sem perceber. Depois de um minuto ele olhou para trás e me encarou, quando viu que eu não ia me mexer veio atrás de mim.

- O que foi Annie? - Ele perguntou parecendo preocupado.

- Eu não quero vê-lo. - Eu disse encarando os meus pés.

- Vai dar tudo certo. - Ele falou e eu olhei para ele.

- Como pode ter certeza? - Perguntei com medo enquanto encarava seus olhos.

- Eu estou aqui, Annie, nada vai acontecer. - Ele disse e pegou a minha mão, segurei sua mão forte, respirei e voltei a andar de mãos dadas com ele.

Assim que avistei meu pai respirei mais uma vez e fui em direção a ele.

- Oi pai. - Disse sem encara-lo.

- Oi filha - Ele disse me abraçando e depois virando-se para Felipe. - E você deve ser o Felipe? - Meu pai perguntou estendendo a mão para cumprimentá-lo.

- Sim, Senhor Collins. - Felipe disse abrindo seu melhor sorriso e cumprimentando meu pai.

- Então, essa é a minha noiva, Elena. - Meu pai disse apresentando uma loira que poderia ser uma das minhas amigas mais velhas.

- Ai querido eles já podem me chamar de senhora Collins. - Ela disse olhando diretamente para Felipe. - E você pode me chamar de mãe se quiser. - Ela falou me olhando e lançando o sorriso mais falso que eu já vi, com dentes que sofreram tantos branqueamentos que provavelmente podem ser enxergados da Lua.

- Eu nunca vou te chamar assim. - Disse irônica e também abrindo um doce sorriso falso e sai andando para fora do aeroporto.

A única coisa que ouvi foi meu pai dizendo um: "Dê um tempo para ela".

Depois só senti Alguém segurando o meu braço.

- O que foi aquilo? - Felipe perguntou sem entender nada.

- Simples, eu não preciso de mais uma pessoa falsa na minha vida. - Eu falei me soltando das suas mãos.

- E eu? - Ele perguntou olhando no fundo dos meus olhos.

- Você é você Felipe. - Eu disse baixo olhando no fundo dos seus olhos.

- E o que isso significa. - Ele perguntou com medo da resposta.

- Você é mais verdadeiro comigo do que eu mesma sou. - Eu falei e ele abriu um sorriso lindo. O meu sorriso.

- Não devia ser tão dura com ela, Annie. - Ele falou pegando a minha mão e a balançando.

- Ela destruiu a minha família, Felipe. - Eu disse parando as nossas mãos no ar e me encolhendo nos seus ombros.

Então meu pai apareceu e fomos para o Hotel trocando apenas algumas palavras.

- Annie, seu quarto é o 32. - Meu pai disse me entregando as chaves. - E o seu é o 33, Felipe. - Ele disse também entregando as chaves para Felipe.

- Nós estaremos no 40 se precisarem. - Elena falou.

- Acho que podemos nos virar sozinhos. - Eu disse abrindo um sorriso e empurrando a minha mala até o quarto.

Quando finalmente achei meu quarto entrei e me joguei na cama.

Estava cansada disso. Estava cansada de tudo.

I am Fine (revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora