I.

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"Você não está sozinho"

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Bakugou levantou novamente naquela noite por conta do pesadelo, novamente a morte dele lhe assombrava e se culpava amargamente por isso. Era culpa sua... Kirishima morrer era total e somente culpa sua. A máscara do amigo estava ao lado da foto, onde Eijirou sorria e Bakugou pela primeira vez também, colocou as mãos sobre o rosto e abriu a boca em um falho grito. Era culpa sua...

A manhã veio calma, o vento fazia as cortinas do quarto balançarem e os raios tímidos do sol se atreviam adentrar aquele ambiente melancólico e triste. Katsuki se forçou a levantar (como tem feito depois do trágico acontecimento) e foi ao banheiro para exatas meia hora de banho, a água quente percorrendo seu corpo lhe fez lembrar Kirishima, as mãos quentes segurando a sua na vez que fora salvo pelos amigos.

- Filho?

A voz de Mitsuki o fez voltar a realidade, ela sempre aparecia para lhe chamar para o café. Se não o fizesse ele não comeria, ele não sairia do quarto, ele não seria mais o filho explosivo.

- MOLEQUE É MELHOR DESCER LOGO.
- PORRA VELHA! EU JÁ VOU SAIR DESSA DROGA DE QUARTO.

Então ela sorri satisfeita, mesmo quebrado ele era o seu filho explosivo. Bakugou vestiu uma calça preta, uma blusa branca qualquer e calçou o sapato.

- Que tal sair um pouco?

Incentivava Masaru, o garoto tomava seu café mas parecia não estar ali, seus pensamentos sempre estavam longes.

- ... - Suspirou a mãe - Katsuki.
- Irei.

Nada mais forá dito, o loiro deixou o café de lado e saiu de casa. Por que o mundo estava tão feliz? As pessoas agiam como se nada houvesse acontecido e isso lhe irritava. Tirou a mão dos bolsos e comprou um sorvete, foi para a praça e se sentou no banco abaixo da árvore. Quantas vezes não fez essa mesma rotina quando ele se forá? Olhou para o sorvete que se derretia com o calor e pingava na grama, os olhos cabisbaixos olhando seus pés e se desligando do mundo... Kirishima amava esse lugar.

- KACCHAN.

O esverdeado parou frente a si junto com o namorado meio-a-meio. O loiro os olhou e largou o sorvete fazendo o mesmo cair na grama.

- O que querem?
- Iremos ao cinema, quer ir? - Bakugou o olhou fazendo Deku apertar a mão do namorado e ficar meio sem graça - Você tem ficado muito sozinho e distante, não queremos perder mais um amigo.
- Bastardo... - Se levantou do banco e suspirou profundamente - Vamos.

Forá inesperado mas não fizeram perguntas, seguiram para o cinema e escolheram um filme de ação, algo que fizesse Bakugou esquecer um pouco do que acontecerá.

Depois do filme foram comer algo na praça de alimentação e mesmo tentando ao máximo fazer o loiro voltar a ser ele mesmo, nada funcionava. Tudo indicava que Bakugou nunca mais seria o mesmo.

- Obrigado pelo convite mas preciso ir.
- Ah... Tudo bem, Kacchan. A gente pode ir ju...
- Não, eu já atrapalhei o suficiente.
- Estamos apenas querendo anima-ló Katsuki - Se pronúncia Shouto - Você tem estado longe, mais do que o normal. Sabemos que é doloroso mas...
- SABEM? - Bakugou bateu as mãos na mesa chamando a atenção de todos no local - ELE MORREU E FOI CULPA MINHA! ACHA QUE É FÁCIL SUPERAR A PERDA DE UM AMIGO?
- Você amava ele - Todoroki se levantou - Por isso dói tanto.
- Shouto! - Deku colocou a mão no peito do namorado - Deixa o Kacchan.
- NÃO PRECISO DA SUA PROTEÇÃO, DEKU MALDITO.

Bakugou se afastou, saiu do local e foi embora, chegando ao lado de fora do shopping pode sentir as primeiras gotas de chuva em seu rosto, saiu em disparado mas não por causa da chuva mas sim pelas lágrimas que se formaram em seus olhos. Não queria ser visto chorando, não queria ser visto sendo fraco, não queria que tivessem pena de si.

Quando parou de correr, notou estar naquele lugar de novo, aquela praça, maldita praça cheias de lembranças. Sentou ao banco todo molhado pela chuva e tombou a cabeça para trás... Ah sim, como estava se odiando.

- Kat... Tsu... Baku.

Bakugou levantou em um pulo e olhou em volta, de onde tinha vindo isto? Quem o chamava? Olhou para todos os lados e não havia ninguém. Então uma baixa risada lhe chamou atenção, olhou para o lado e atrás da árvore uma cabeleira preta o chamou atenção.

- APAREÇA BASTARDO DE MERDA!

As explosões em suas mãos estavam baixas e calmas até demais para si, a pequena cabeleira foi saindo aos poucos de trás da árvore e o olha. Seus cabelos baixos e sorriso pontiagudo o fizeram recuar.

- M-Mas que diabos...
- Bakug!!

Katsuki fechou os olhos e balançou a cabeça, era sua mente lhe pregando peças, tinha que ser. Abriu os olhos e a criança de no máximo 6 anos estava de frente a si, o mesmo se abaixo e tocou o rosto da criança que sorri abertamente.

- Kugo!
- K-Kirishima...??

O renascer de Eijirou Kirishima (KiriBaku/BakuKiri)Onde histórias criam vida. Descubra agora