6. Never Say Never

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Neymar

Eu e Philippe carregamos Gabriel até seu quarto, o garoto andava com dificuldade, talvez pelo fato de que estivesse, de modo literal, dormindo. Mesmo a massa corporal do menor não sendo tão grande, eu preferi não arriscar a carregá-lo no colo. Teríamos treino na manhã seguinte e eu não podia comprometer meu bem estar físico, por mais que fosse por uma boa causa, como cuidar do nosso menino. Até porque também não pegaria bem para a carreira dele ser visto sendo carregado pelos amigos, ainda mais por estar bêbado.

"Phil, arruma a cama para colocarmos ele" Pedi calmamente enquanto observava o meu amigo se livrar do braço de Gabriel e correr até a cama, tirando todas as camisetas que haviam ali.

"Pronto, pode trazer ele" Ele falou, voltando ao seu posto anterior e começando a guiar o rapaz "desmaiado" até a cama.

Assim que chegamos próximos o suficiente da mesma, eu apoiei o garoto na cama, ficando de joelhos e o puxando para cima, checando se seu pescoço estava confortável no travesseiro e o cobrindo logo em seguida. Dei dois tapas fracos em suas costas antes de me erguer.

"Acha que devemos ficar aqui com ele?" Philippe perguntou e eu neguei com a cabeça. "E se ele acordar sozinho?" Perguntou preocupado.

Eu senti-me admirado com toda a sua preocupação com o nosso amigo.

"Provavelmente não se lembrará de nada do que aconteceu essa noite e vai sentir dor de cabeça da ressaca, mas é normal, Phil" Eu o tranquilizei, sorrindo da sua carinha.

"Eu não sei não..." Ele disse incerto.

"Está tudo bem, qualquer coisa estamos bem aqui ao lado. Não tem perigo algum" Eu o convenci, dando um sorriso em sua direção.

"Ai..." Murmurou ele quando foi tentar sorrir de volta para mim e acabou machucando o canto de sua boca, que ainda tinha um pouco de sangue. Logo me lembrei do seu ferimento no rosto.

"Acho melhor irmos agora, ainda preciso cuidar de você..." Eu o encarei e ele apenas assentiu.

Estendi minha mão para ele que a pegou sem nem pensar duas vezes. Saímos juntos do quarto do menino Gabriel, fechando a porta. E em menos de dois minutos estávamos no nosso quarto. Quero dizer... estávamos no quarto de Philippe que ficava bem ao lado do outro.

"Você troca de roupa rápido que eu vou descer ali para pegar umas coisinhas... Já volto" Ordenei e Philippe concordou com a cabeça, obedecendo.

Demorei cerca de dez minutos para descer dois andares e contactar uma moça que trabalhava no hotel para me entregar alguns itens para tratar os ferimentos de Philippe.
Estando de volta ao quarto eu dei de cara com um Philippe sentado na cama, com as costas apoiadas na cabeceira e as pernas dobradas. Não deixei de notar que ele trocara de roupa como eu pedi e usava agora um short largo azul escuro, meias brancas nos pés e estava sem camisa.

"Trouxe as coisas..." Comentei erguendo a pequena maletinha de pronto socorro que eu havia conseguido com a mulher.

"Eu estava esperando por você" Foi a vez dele dizer, mudando a posição dos seus pés encima da cama. Me olhando fixamente.

"Okay, primeiro eu vou limpar você, certo?" Eu questionei e ele assentiu freneticamente, como uma criança faria.

Eu sentei-me na cama, próximo e de frente para o mesmo. Ele olhava para mim, como se acompanhasse cada mínimo movimento meu com o olhar.
Abri a meletinha, deixando-a sobre um dos travesseiros. Peguei um pedacinho de algodão, juntamente a um frasquinho de alguma coisa que servia para cicatrizar rápido, e pelo sangramento, Philippe aparentava estar com um corte no canto da boca.

"Por favor, fala que isso não vai arder" Ele perguntou enquanto eu abria o frasco e despejava umas gotinhas do líquido do algodão.

Uma pequena gotinha desgovernada passou direto pelo algodão e escorreu sobre o peito de Philippe.

"Merda" Exclamei vendo o líquido amarronzado escorrendo pelo peitoral do meu amigo e descendo por toda a extensão de sua barriga.

Rapidamente eu peguei um outro pedaço de algodão e fui subindo, de pouco abaixo do seu umbigo até acima do seu mamilo, limpando o rastro desastroso que o líquido havia feito.
Philippe acompanhava tudo aquilo com o olhar e um pequeno sorriso devertido em seus olhos.

Eu não sabia nem mesmo se aquilo era humanamente possível, mas o meu melhor amigo conseguia sim sorrir com os olhos.

"Você é desastrado..." Ele me lembrou e eu o encarei, sorrindo envergonhado. E só então me dando conta de que eu continuava com a mão sobre o peito de Philippe.

Ao perceber isso, eu, em um movimento rápido afastei minha mão do seu corpo.

"Okay, fica quieto agora, por favor" Eu pedi, fechando o frasco e o guardando, antes que um desastre ainda maior acontecesse ali. "Parado, Phil"

"E se doer?" Philippe perguntou com una careta de choro e eu sorri para ele.

"Se doer você pode fazer qualquer coisa para te distrair" Eu comentei inocentemente e ele pareceu gostar da ideia.

"Qualquer coisa?" Tornou a perguntar e eu assenti.

"Sim, qualquer coisa. Agora não se mecha!" Ordenei enquanto levava um algodão até o canto da sua boca e o passava ali levemente, tirando o sangue. "Muito bem..."

Falei antes de pegar o algodão com as gotas do remédio e colocando sobre seu pequeno corte e segurando.

Os olhos de Philippe estavam vidrados em mim, assim como os meus estavam nele.

Eu segurei por apenas alguns segundos antes de Philippe se ajeitar na cama, ficando de joelhos para ficar mais alto e levou uma de suas mãos até o meu rosto, fazendo um carinho ali e descendo para minha nuca. Ele fez carinho no meu cabelo e a aquele ponto eu já havia esquecido de seu machucado e afastado minha mão.

"Phil... o que está fazendo?" Perguntei sem obter uma resposta.

Foi apenas questão de segundos para que o meu melhor amigo encostasse seus lábios nos meus calmamente.
Tudo começara com apenas um selinho inocente, até que Phil pediu passagem para a língua e eu, sem raciocinar direito o que estava fazendo, o permiti me beijar.

Minhas mãos foram de encontro a sua cintura, nua, e naquele momento eu agradeci pela sua falta de blusa, pois facilitava o contato dos meus dedos com cada pedaço da sua pele.

Philippe era tão macio, tão tocável, que naquele momento eu sentia vontade de nunca mais parar de tocá-lo.

Nossas bocas se afastavam vez ou outra, apenas para recuperarmos o fôlego. Se bem que aquele beijo estava tão bom que nem mesmo a falta de ar nos incomodava.

Entre umas separadas e outras eu podia ouvir baixos gemidos de Philippe, que de fato estaria sentindo dor em seu corte...

Aquilo me fez voltar cruelmente a realidade. O que estávamos fazendo?

Separei nossos rostos, dando um fraco empurrão no meu amigo, que de repente me olhava sem entender nada. Até porque a minutos atrás eu estava completamente entregue ao seu beijo.

Então minha mente fez uma recapitulação de tudo que tinha acontecido naquele dia. Enquanto eu encarava o meu melhor amigo, ambos ofegantes e com os lábios vermelhos...

Ele havia dito que nunca sentiria nada por mim. E bem ali, naquele exato momento, parecia que o nosso "nunca" tinha acabado de chegar.

(n/a): obrigada por todos os comentários, espero que estejam gostando. ❥❥❥

falling in love || neytinho [neymar+coutinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora