9. Friends

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Sentei no último banco do ônibus, onde normalmente Neymar quem se sentava. Porra, será que eu não conseguiria tirar o rapaz da minha cabeça nem por um minuto se quer?
Foi quando eu avistei Firmino vindo em minha direção e se sentando no banco vazio ao meu lado e ficou me encarando.

"O que aconteceu entre você e o Ney ontem e hoje?" Ele perguntou direto, sem pestanejar. Eu apenas o fitei, com uma careta confusa.

"Como assim? Não aconteceu nada ué" Eu falei rápido, e ele espremeu os olhos em minha direção. Me olhando desconfiado.

"Teve todo aquele episódio da briga em que você se meteu e o Neymar partiu para cima do cara para te defender e..." Ele dizia enquanto gesticulava de um jeito engraçado. Eu o cortei.

"Aquilo lá não foi uma briga, eu só fui tirar satisfações com alguém maior do que eu e levei um soco. Normal" Expliquei encostando a cabeça no encosto do banco.

Merda, eu devia estar parecendo um idiota agora, pensei.

"Sim, você levou um soco e o Neymar foi pra cima do cara de uma vez..." Ele voltou a falar o nome do rapaz que eu tentava de todas as formas tirar da cabeça. "Isso não é normal Coutinho, eu acho" Concluiu.

"Neymar é meu melhor amigo, ele só 'foi pra cima do cara', como você disse, porque é meu amigo e se importa comigo..." Eu dei ênfase, fazendos aspas com as mãos.

Eu não estava mentindo, ou estava? Neymar e eu éramos apenas melhores amigos, como o resultado da amizade bem longa e duradoura que tínhamos.

Melhores amigos que se beijam e que ficam imaginando o outro gemendo o seu nome, pensei.

Eu não sabia se aquilo era normal. Eu não sabia como agir, ou o que pensar sobre o que eu e Neymar tínhamos naquele momento. Afinal de contas, eu não conhecia todos os melhores amigos do mundo... E imagina quantos deles nutriram sentimentos um pelo outro de uma amizade que antes era inocente, como a minha e de Neymar era.

Era...

Eu tinha quase certeza de que o que sentia por ele não era apenas amizade. Nós não éramos apenas amigos.
Amigos não dormiam na mesma cama, amigos não se beijavam como ele beija meus lábios, amigos não se olhariam como eu o olho. Amigos não... Eu era uma outra coisa de Neymar, tal coisa que ainda era desconhecida para mim. Mas eu garanto, eu iria descobrir.

"Couto?" Acordei do meu transe com Firmino estalando seus dedos na frente do meu rosto. Eu rapidamente balancei a cabeça, tentando afastar todos os pensamentos do meu melhor am... Neymar.

"Desculpa, o que você dizia?" Eu questionei e ele me olhou com uma careta, como se perguntasse se eu falava sério. "Eu viajei, perdão"

"Eu perguntava o que tinha acontecido ontem..." Falou Firmino repetindo sua fala, cansado.

"Não aconteceu nada, só cuidamos do Gabriel, ele me ajudou a cuidar do corte na boca... E ficamos bem" Expliquei e Firmino me olhou com uma cara de preocupado.

"Você tem certeza?" Ele insistiu e eu assenti colocando a mão em seu ombro.

"Tenho, Firmino, relaxa" Dei leves tapinhas em seu braço e sorri fraco. Ele rapidamente abriu um enorme sorriso, mostrando seus dentes brancos e bem alinhados.

Não eu não tinha certeza, porque eu sabia que não tinha acontecido apenas aquilo e porque não era realmente aquilo que estava me preocupando. Eu senti uma vontade enorme de gritar para que todos naquele ônibus ouvissem que eu havia beijado meu melhor amigo na noite passada e que eu havia gostado disso.

Mas eu simplesmente não podia.

Neymar

"Oi Phil, cheguei..." Eu gritei entrando pela porta do quarto, virando-me de costas rapidamente para tentar fechar a porta com os pés, já que tinha as mãos atoladas de sacolas. Já era noite quando eu cheguei.

Após travar uma pequena luta com a maldita porta que se recusava a ser fechada, eu soltei de uma vez as sacolas no chão e me virei para a frente, dando de cara com um Philippe sentado na cama, me olhando com um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

"Oi..." Repeti baixinho, cruzando minhas mãos atrás do meu corpo e fazendo uma carinha fofa em direção ao rapaz.

"Oi Neymar" Ele sorriu mais abertamente e se levantou ligeiramente, vindo até mim e olhando todas as sacolas no chão. "Quantas compras..." Comentou surpreso.

"Nem tantas, eu só comprei umas roupas íntimas e umas calças jeans que sirvam bem em mim né..." Falei irônico, lembrando do episódio da calça dele que não servira em mim e ele revirou os olhos.

"Espera aí, e as blusas? Você não comprou blusas, Neymar?" Ele perguntou em um tom de bronca como se fosse óbvio e eu levei meu dedo até seus lábios, pedindo para que ele parasse de falar.

"Então... sobre isso, eu preciso conversar com você" Eu o assisti engolir em seco e dar um passo para trás. "Não se preocupe, não é nada demais, eu juro, eu só queria te pedir para usar suas blusas..." Comentei segurando em cada lado dos seus braços e o puxando para perto de mim.

Perto até demais. Mas aquela proximidade não me incomodava, não... Fazia eu me sentir bem, seguro. As vezes eu ficava me perguntando se ele se sentia assim quando estava comigo também...

Analisei cada traço do seu rosto. Levei minha mão até sua testa, acariciando suas sobrancelhas, fazendo o menor fechar os olhos e suapirar, segurando meu braço que o tocava. Como se ele tivesse medo do que eu poderia fazer caso ele não me segurasse. Desci tocando suas bochechas, que estavam quase tão rosadas quanto sua boca.

Ah, a sua boca. Toquei delicadamente em seu queixo, erguendo sua cabeça e o forçando a me olhar nos olhos. Eu adorava olhar fundo nos olhos de Philippe, pois era engraçado o fato de eu me perder e ao mesmo tempo me encontrar naquelas duas bolinhas pretas.

Pousei meus dedos levemente sobre sua boca, que estava macia, como de costume. Dei um sorriso antes de dizer:

"Está na sua vez..." Deixei a frase voando no ar, enquanto recebia um franzir de cenho do menor a minha frente.

"Do que está falando?" Perguntou ele confuso e eu desviei nossos olhares, olhando para o chão e gargalhando.

"Disse que está na sua vez de me beijar, Phil" Expliquei e ele abriu a boca minimamente, pensando em dizer alguma coisa. "Okay, fica para a próxima" Avisei antes de segurar firme em sua cintura, o trazendo para mim e encostando nossos lábios mais uma vez naquele dia.

Ele sem hesitar, levou suas mãos até minha nuca, entrelaçando seus braços ali. A passagem para língua fora pedida instantaneamente, pois ele me beijava tanto quanto eu o beijava. Eu diria até que ele me queria tanto quanto eu o queria naquele momento.

Mas aquela não era a minha preocupação naquele momento, bem ali, no quarto de número 51, tudo que interessava a mim era em beijar a boca gostosa do meu melhor amigo.

"Você está me deixando louco" Ele disse entre meu lábios, quando nos afastamos um pouco para respirarmos.

"É bom saber disso" Comentei dando um pequeno sorriso entre o novo beijo que iniciamos.

Eu o guiei até a cama, entre um selinho e outro e o deitei de costas, ficando por cima do mesmo no meio de suas pernas.

"Ney..." Aquela foi a primeira vez que o mesmo me chamara pelo apelido e eu não consegui evitar de sorrir, com um tom meio incerto.

"Me diga quando quiser que eu pare..." Avisei e ele assentiu, voltando a grudar nossas bocas enquanto minhas mãos vagavam por toda a extensão de sua cintura, costas e rosto.

Desci para seu pescoço, dando tempo para que o mesmo respirasse. Ele soltava uns suspiros altos em meio aos beijos que eu distribuía na curva do seu pescoço, que soavam quase que como gemidos o que apenas servia para me excitar ainda mais.

Philippe Coutinho, o que você havia feito comigo?

(n/a): desculpem pela demora, houve uns problemas hoje, mas já está tudo resolvido. eu preciso comentar como estou feliz, caramba, tem 3K de leituras nisso aqui, pessoal vocês são fodas. amo vocês e obrigada por lerem até aqui. ❥

falling in love || neytinho [neymar+coutinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora