A única coisa de que se lembrava era do grito lancinante. Depois, mais nada. Nem quem era, nem de onde vinha; nada. Sua memória era um branco absoluto. Não reconhecia o homem que diziam ser seu marido e que ali mesmo, no hospital, o olhava com ódio...
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Quinze meses depois, Harry Tomlinson estava preguiçosamente estendido ao sol na deliciosa poltrona do pátio da fazenda.
As abelhas voavam de flor em flor, seu zumbido convidando ao sono. Clifford tinha saído numa das suas excursões pelo mato e os gêmeos não iam voltar da escolinha ainda por uma hora.
Ele sorriu pensando naquelas crianças inquietas. Estavam se tornando pequenos poliglotas. Falavam espanhol com a mesma fluência com que falavam inglês. E em francês eram mais que passáveis. Já estavam lendo inglês bastante bem e aprendendo a desenhar as primeiras letras.
Nada mau para crianças de cinco anos. Harry só podia esperar que o filho que tinha no ventre fosse tão inteligente quanto eles.
Sorriu para si mesmo. Qualquer filho de Louis Tomlinson seria sempre inteligente, pensou. Deixou os pensamentos flutuarem em torno da imagem do homem que era seu marido. O mero pensar nele estimulava seus sentidos.
Louis era uma criatura única. Ele tinha descoberto isso. Era fiel a si mesmo, fiel a seus sentimentos mais profundos, e capaz de transmitir esses sentimentos, de reparti-los com ele. Ignorava e rejeitava firmemente qualquer coisa que o forçasse a se enquadrar em padrões preconcebidos. Era espontâneo e aberto em sua relação com ele.
Louis ria quando estava contente, chorava quando sentia vontade e amava sem nunca tentar manipular o outro. Tinha feito da vida em conjunto uma obra de arte, sem culpas, nem artifícios.
O amor dos dois era uma fonte constante de beleza para ambos. Para Harry aquele amor era o próprio centro da vida.
Estava grávido há quase três meses e esperava feliz o nascimento do primeiro filho.
A Sra. Tomlinson saiu da casa e veio ao seu encontro no pátio. Sentou-se debaixo do grande guarda-sol e sorriu para o marido de seu neto.
— Está tão bronzeado, Harry. Fica bem assim. Parece que está brilhando.
— Louis acha que estou bem só por causa do tratamento que acabou me deixando grávido. — Harry riu diante do ar chocado da avó. Ele tinha conquistado seu lugar no coração da velha e adorava seu senso de humor discreto e comedido.
— Louis está sempre dizendo coisas que uma avó não precisava mais ouvir. — Ela sorriu, fingindo moralismo. — Mas, mesmo assim, você está lindo.
— Obrigado, vovó. É só porque eu vivo neste lugar tão lindo. Os índios foram muito sábios ao dar o nome de belo a este vale. Ta-La-Ha-Lu-Si... Até as palavras têm um ritmo tão bonito.
Durante alguns minutos ficaram sentados em silêncio.
— Já está tudo pronto para partirem, Harry? — a Sra. Tomlinson perguntou.
— Já. Louis foi para a montanha, ver se está tudo em ordem. Não quer que aconteça nada errado por lá enquanto estivermos na Europa.
— Você adora aquela montanha, não?
— Nem posso lhe dizer o quanto significa para mim. — Harry murmurou feliz. — É uma maravilha lá em cima. E adoro ficar a sós com Louis. Se todos os recém-casados pudessem viver num lugar tão lindo quanto aquele, tenho certeza que haveria menos divórcios.
— Talvez.
O ruído do helicóptero se aproximando interrompeu a conversa dos dois. Harry e a Sra. Tomlinson olharam para o céu.
— Vou sentir falta de vocês enquanto estiverem fora. — a velha senhoracontinuou.
— Eu sei. — Harry sorriu, compreensivo. — Mas é só por seis semanas. Sophia está muito ansiosa para visitar a família e exibir Anne.
O bebê de Sophia era lindo. Tinha os cabelos castanhos de Liam e os mesmos olhos castanhos. Era um modelo de saúde e alegria.
Sophia tinha desabrochado com o amor e carinho que recebia de sua família americana. E a convivência com Louis a tinha tirado da concha, dando-lhe confiança em si mesma. Harry adorava a companhia da jovem e tinha ficado muito contente quando ele sugeriu fazerem uma longa viagem de férias. Iriam para a Inglaterra visitar seus pais e os parentes da família Tomlinson, depois para a França visitar os parentes de Sophia.
Os gêmeos iam junto, mas a Sra. Tomlinson não se sentia com forças para enfrentar a viagem cansativa. Além disso, não queria se ausentar de sua casa.
Harry ouviu o helicóptero pousar. Ficou alerta. O corpo queimado de sol retesou-se, pronto para ir ao encontro do homem que amava. Nem percebeu a risada da avó quando olhou apaixonado o andar firme e elegante de Louis se aproximando deles.
Louis beijou o rosto da avó, depois arrebatou nos braços o marido, sem disfarçar a paixão que queimava nos olhos azuis.
— Está tão lindo! — murmurou antes de beijá-lo.
Harry tremeu um pouco, incapaz de controlar a resposta de seu corpo ao apelo forte do desejo dele.
— Você fica cada dia mais mal comportado. Sabia disso?
— Tudo pronto para partir? — Louis perguntou.
— Tudo. — Harry baixou os olhos, tentando dissimular sua excitação. — Assim que os gêmeos chegarem, podemos comer, trocar de roupa e partir.
Louis levantou o rosto dele com dedos fortes. Harry recusou-se a se entregar, mas ele o apertou mais.
— Olhe para mim, anjo.
Harry continuou reagindo. Louis fez com que se levantasse então, envolvendo sua cintura num braço forte. Incapaz de se controlar mais, ele levantou os olhos.
Louis prendeu a respiração ao ver a expressão em seus olhos, o próprio coração disparado como o dele.
— Suponho que está morto de fome e não pode esperar nem um minuto para almoçar. — o murmúrio baixinho, junto da orelha, fazia cócegas.
O olhar de Harry respondeu por si só ao que ele queria saber. Louis o beijou então e a paixão dominou-o.
— Vovó. — Louis disse para a velha que assistia a tudo sorridente. — Poderia cuidar das crianças? Temos que tomar banho e trocar de roupa. E Harry não está com fome agora.
Era verdade, mas, já no aconchego do quarto, Harry protestou.
— O que é que a vovó não vai pensar de nós? Subir para o quarto... Fugir assim das nossas responsabilidades no meio da...
Mas as mãos de Louis, os olhos, toda a atenção estavam concentrados naquela pele sedosa, despertando o fogo que dormia dentro dele.
— Ah, meu amor! Tenho certeza que a vovó iria concordar que eu sou a primeira, maior e mais premente responsabilidade sua.
E a mais deliciosa também, Harry pensou algum tempo depois, acomodado sonolento entre os braços que ele tinha aprendido a amar acima de tudo.
Nunca tinha se sentido mais realizado. E nunca nenhum homem deu tanta felicidade para ele. Mas tudo isso foi lentamente se dissolvendo na maciez do sono, seu rosto comodamente apoiado num ombro em que cabia perfeitamente.
FIM
...
Eu amo muito essa estória...
Obrigada a todos que chegaram até aqui.
Amores, como já havia comunicado antes, essa conta foi criada pela larriereveza e eu, e se vocês puderem dar uma olhadinha nas fics dela, nos deixaria muito felizes. Tem fic Hbottom e Lbottom, para todos os gostos; e se vocês gostarem não esqueçam de compartilhar com as amigas, ok? Ficaremos muito gratas por isso.