Despedi-me das minhas amigas e foi para o meu carro, não deixava de pensar no facto de ter encontrado membros do grupo a que o meu pai pertencia, estava feliz, mas ao mesmo tempo triste, tenho muitas saudades dele. Dirigi em direção a casa, não era muito longe dali, quando faltavam cerca de 2km para chegar o meu carro começa a abrandar, o gasóleo tinha acabado. Estava completamente sozinha nas ruas da Califórnia, não havia bombas perto e o meu telemóvel estava sem bateria, como é que eu agora ia embora? Passou-me pela cabeça ir a pé, e no dia seguinte pedir a a alguém para vir comigo buscar o carro, mas hoje em dia há tantos assaltos que era provável que ficasse sem ele, só me restava esperar que alguém passasse e com um pouco de sorte parasse. Passaram três carros e nenhum deles parou, podiam pelo menos ter perguntado o que se tinha passado. Passaram-se trinta minutos e nada, até que oiço o som de uma mota, fiz sinal para que parasse e rezei para que o fizesse, e Deus deve ter ouvido porque ela parou.
-Desculpa estar a incomodar-te mas fiquei sem gasóleo podes ajudar-me?
O sujeito ainda tinha o capacete, não lhe conseguia ver a cara, quando finalmente o tirou, reparei que era o rapaz do bar, fiquei sem jeito naquele momento.
-Sim eu posso ajudar-te- disse olhando para mim- Tu estavas no bar à pouco não estavas?- disse indo até ao meu carro.
-É eu estava lá- fui atrás dele.
Ele apenas me lançou um olhar quando eu lhe respondi- Eu tenho um amigo que mora a uns trezentos metros daqui, podes deixar o carro lá, eu levo-te a casa e amanhã vens com alguém buscá-lo.
-E vais-me levar a casa de mota?- foi meio estúpida ai perguntar aquilo, porque era óbvio que ele me iria levar embora de mota.
-Estas a ver aqui algum carro ou coisa parecida?- olhou para mim com cara de gozo, como se eu fosse burra, não tinha gostado, mas também mereci por ter feito aquela pergunta estúpida.
-Sim tens razão, é só que...esquece, vamos fazer aquilo que sugeriste.
Ajudei-o a levar o carro para casa do amigo, ainda demoramos uns vinte minutos, porque não é propriamente fácil, carregar um carro que não esta ligado. Quando chegamos o rapaz, do qual eu ainda não sei o nome, falou com o amigo, que aceitou logo que eu deixasse o meu carro lá, combinamos a hora em que o ia buscar amanhã, e saímos de lá para ir buscar a mota. O caminho até lá foi silencioso, ninguém falou, e eu agradeci porque sinceramente estava nervosa, porque depois de todos estes anos ia voltar a subir em cima de uma mota, as recordações não paravam de me vir à cabeça.
-Está tudo bem contigo- a voz do rapaz tirou-me do meu transe.
-Sim está tudo bem, apenas penso naquilo que não devia- dei um pequeno sorriso de lado- Já agora, será que posso saber o nome do sujeito que me vai levar a casa?
-Justin, Justin Bieber- respondeu de imediato, olhando para mim, à espera que eventualmente eu me decidi-se a dizer o meu nome.
-Noa, Noa Campbell- respondi, e vi o mesmo a ficar tenso.
-Campbell?- perguntou, parando de andar.
-Sim, porquê a pergunta?
-Tu és uma Campbell? O teu pai era o George Campbell?- ele parecia um retardado a fazer-me aquelas perguntas todas, um pequeno estado de choque estava na expressão da cara dele.
-Sim ele era- respondi secamente, não queria muito falar sobre o meu pai.
-Eu tinha um grande respeito pelo teu pai- disse continuando a andar em direção à sua mota- Foi um total desrespeito o que fizeram com ele, com certeza será dos chefes que eu tive, euq mais respeitei e admirei.
-Espera lá, chefe? O meu pai não era chefe de nada- respondi sem saber daquilo que ele estava a falar.
-Não devemos estar a falar do mesmo George Campbell então, o teu pai era sim chefe, este símbolo aqui, agora percebo porque é que estavas colada em mim o tempo todo que estávamos no bar, tu reconheceste este símbolo, o teu pai andava com ele para todo o lado, porque ele era o chefe do nosso grupo, Hell Angel's,
Eu estava em choque com esta revelação, eu sabia que o meu pai fazia parte do grupo, mas não que era o Chefe, admito que ele também não falava muito a cerca disso, já que reconhecia que eu não tinha idade para certo tipo de informações.
-Tu não sabias mesmo?- perguntou um pouco chocado por não saber.
-Não eu não sabia, mas isso também não faz diferença nenhuma certo, ele era apenas o chefe, nada demais.
-Ai é que te enganas Noa, o teu pai era muito mais que um simples chefe.
Continua...