Capítulo 2!

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(Revisado)

A meses que eu não saio de casa, e nesse sábado meus amigos do jornal resolveram me levar para comemorar os 4 anos que trabalhamos juntos.

Estamos indo em um restaurante no centro da cidade, o nosso restaurante, desde que cheguei e antes de começar a namorar, nós íamos todo final de semana, era o restaurante dos pais do Alam, um restaurante brasileiro, os pais dele eram de lá, e quando vieram pra cá resolveram trazer as maravilhas também.

Nós sempre sentamos na mesma mesa, é regra. E dessa vez não foi diferente. Eu, a escritora dos contos, Alan o repórter, Bryan o fotógrafo, Diogo o editor e Verônica é quem escreve o horóscopo.

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Depois do jantar, eles resolveram que iríamos a uma boate, não estava muito no clima , mas eles me obrigaram.

Chegamos a boate mais perto do restaurante, estava lotada, entramos e pegamos umas bebidas, o som estava alto, eles foram dançar e eu fiquei sentada no bar.

— Desculpa te incomodar, mas você é nova aqui, não é? - me pergunta um cara de mais ou menos 28 anos.

— Não, eu estou morando a cinco anos aqui, mas não sou muito de sair, até porque a uma semana eu namorava.

— Então você é solteira? - eu afirmei com a cabeça - você quer dançar?

No momento em que ele diz isso, começa a tocar minha música preferida.

— Claro, porque não.

Desci do banco, e fomos para o centro da pista. Era uma música sensual, então ele começou a dançar bem próximo de mim, eu já tinha tomado um pouco de vinho no restaurante, e mais uma dose da bebida mais forte do bar, então não estava tão sóbria.

Dançamos a noite toda, e era de se imaginar que acabaria um na cama do outro, mas não foi isso que aconteceu, ele apenas me deixou em casa, quando entrei não consegui nem terminar de chegar no quarto.

No outro dia eu acordei com uma baita dor de cabeça, passei o domingo inteiro deitada, assistindo série e esperando que me dê uma luz, para que eu possa escrever pelo menos algum conto.

Já era a noite quando ouço a campainha tocar, vou atender e dou de cara com o cara gato de ontem.

— Oi - ele diz meio sem jeito - desculpa não ter te ligado hoje, é que eu pensei se depois do que aconteceu ontem a noite você não iria querer me ver de novo.

— Desculpa, mas não entendi.

— Ontem a noite eu apenas te trouxe pra casa, e depois fui embora, achei que me acharia um covarde.

— Você está se desculpando porque você não me violou, eu estava bêbada, então eu te agradeço por apenas ter me deixado em casa, eu achei que foi muito cavalheiro da sua parte, e muito fofo.

— Nossa, que alívio, eu achei que você não quisesse me ver nem pintado de ouro.

— Que bobagem, mas entra, eu não quero que as minhas vizinhas escutem a nossa conversa - depois disso nós rimos e ele entrou - você aceita uma taça de vinho?

— Claro.

Depois de uma garrafa, nós já estávamos meio soltos, ríamos de tudo.

em um lugar distante de Las Vegas (Brasil)

— VINICIUS - é a última coisa que eu escuto, antes do meu mundo desabar, tudo parece estar em câmera lenta.

Eu corro até onde minha namorada está caída, é o pior momento da minha vida, ela levou um tiro no meio do peito, eu sei que ela não tem mais chances, mas isso dói demais.

Eu levanto cego de raiva, eu vou pegar quem atirou nela e pelo meu estado vou fazer justiça com as próprias mãos.

Olho pra trás e reconheço de imediato o filho da mãe, correndo tentando escapar, mas eu não vou deixar, nem que seja a última coisa que eu faça.

Chego cada vez mais perto, e quando o alcanço não penso em mais nada, o pego pelo pescoço e só solto quando o sujeito fica literalmente sem ar, ele cai sobre os meus pés, e é aí que percebo o que eu acabei de fazer... eu matei um homem a sangue frio.

— O que você fez? - olho pra trás e vejo meu superior olhando pro cara caído.

— Ele matou minha namorada, eu tinha que fazer alguma coisa - eu falo desesperado.

— Desculpa Vinicius você é e sempre foi um ótimo policial, mas eu vou ter que te levar preso.

Eu não culpava Uriel por estar me prendendo ele tinha todo o direito.

Na delegacia nós conversamos, e por ter sido em legítima defesa não aconteceu nada. Quando estava saindo Uriel pediu para conversar comigo.

— Eu queria te fazer uma proposta - ele diz enquanto me sento.

— Sou todo ouvidos.

— Você sabe que nós somos muito amigos da central do Rio certo - eu apenas assinto - eles ligaram hoje, um pouco antes do ocorrido com sua namorada - nesse momento o meu corpo todo treme, só de lembrar - eu sei que esse não é o melhor momento, mas eles pediram para que mandássemos um dos nossos melhores homens, e depois do que aconteceu eu acho que você é o mais qualificado, além do que eu acho que seria bom ficar fora por uns tempos. Você tem uma semana para pensar. Agora acho melhor você ir para casa descansar.

E é exatamente o que eu faço, vou para casa, mas não para descansar e sim me prepar para o velório.

de volta a Las Vegas

Depois que o Lucas foi embora (sim o nome dele é Lucas) no dia seguinte, sem se despedir. Olhei pro relógio no criado mudo, ao lado da cama, e já estava na hora de levantar, apesar de não ter hora para entrar no jornal, aliás se eu não quiser ir, e escrever em casa, eu posso, o que eu não posso é deixar de entregar minhas histórias.

Depois de um bom banho, eu vou até a cozinha, pego uma maçã, saio do apartamento, pego o elevador e vou direto para garagem e entro no meu Onix (carro da mídia), o jornal não fica longe de casa, mas na hora do almoço eu pretendo dar uma passada no centro.

Chegando lá, eu dou de cara com Verônica, minha melhor amiga nos últimos tempos.

— Nossa amiga você tá com uma cara ótima, já sei não precisa nem falar, você dormiu com o bonitão da boate, não dormiu?

Se alguém falasse que Verônica tem vergonha na cara, eu riria na cara dessa pessoa.

— Sim Verônica, nós dormimos juntos.

— Eu sabia - depois disso o prédio inteiro sabia o que tinha acontecido.

Hoje foi um dia produtivo, escrevi quase 15 contos, mas claro, todos seriam revisados mais de uma vez, um pouco antes de ir, recebo um telefonema de um número que eu não conheço.

— Alô

— Oi boneca, aqui é o Lucas, tá lembrada de mim?

— Oi Lucas, claro que eu lembro.

— Então, eu to ligando, pra me desculpar sobre eu ter saído da sua casa sem ao menos ter deixado um bilhete, é que eu recebi uma ligação a trabalho, e eu tive que pegar um avião para Califórnia, mas hoje mesmo eu to voltando, será que a gente pode se ver?

— Desculpa Lucas mas hoje não vai dar, eu to cheia de coisas pra fazer, pode ser outro dia?

— Claro gatinha, sem problemas - depois desse "gatinha" eu desliguei na hora, odeio que me chamem assim.

Difícil de ExplicarOnde histórias criam vida. Descubra agora