Sōzō Dekinai

Hōmon-sha

Sasuke havia saído há mais ou menos meia hora, e pelo visto a missão de Sarada era bem mais complicada do que parecia ser.

Sakura, vestida com uma regata que não chegava a cobrir totalmente sua barriga e shorts tactel, está sentada no sofá com duas almofadas nas costas, tomando sorvete de baunilha. Ela só tinha desejo por esse sorvete, e nada mais, e nem vontade de comer comidas estranhas, mas em compensação devorava uma tigela de sorvete por dia, isso quando não acordava indisposta e deprimida, tinha que ter um estoque na geladeira.

Acariciava sua barriga sorrindo, enquanto levava mais uma colher com sorvete na boca, e ao mesmo tempo sentia seus bebês chutarem. Sabendo que eles gostam. Ela nunca pôs pra fora nenhum sorvete que comeu. Ela já sabe que eles serão agitados, sorriu ao pensar que eles poderiam se parecer com ela, sempre soube que os genes de Sasuke são mais fortes, mas não deixava de sonhar com uma mistura dos dois, um resultado de harmonia entre os dois sangue. Mas independentemente de como eles serão ela já os ama e já são tudo na vida dela, assim como sua primogênita, Sarada que dela pegou o formato dos olhos e um pouco de seu temperamento. Também ama sua filha e todas as suas perguntas, que ela continua a fazer sobre como era o relacionamento dela e de Sasuke antes dela nascer.

Estava distraída quando passou a sentir um chakra desconhecido muito próximo, quando brutalmente a porta é arrombada. Ela deixa cair o pote de sorvete no chão ao se levantar rapidamente para encarar o invasor.

一 Quem é você, e o que quer? - falou entrando em posição de de ataque.

Sabia que não tinha nenhuma chance de vitória numa batalha, mas faria de tudo para pelo ao menos atrasar o motivo da visita do homem.

一 Husaki-sama terá o quer - e partiu para cima de Sakura com apenas uma kunai na mão direita.

Sakura apenas se esquivou a tempo. Ele é rápido ao nível de um genin, mas para ela estava sendo difícil. Estava cansada e a dor nas costas não dava uma trégua. Pela primeira vez ela quis que Sarada não chegasse logo, se fosse preciso se sacrificaria mais uma vez para tirar sua filha de qualquer possibilidade de perigo.

O homem com cabelos castanhos, olhos escuros e pele clara, parecia ter mais ou menos 24 anos, era jovem mas com essa idade as habilidades de Sakura eram esmagadora, comparado ao modo como ele se movia. Percebeu que pra quem quer que ele trabalha talvez seja tão inexperiente quanto ele a ponto de ter um capanga com esse nível de treinamento.

Ele mostrou um sorriso, que se não fosse casada com um homem que se torna um pervertido entre quatro paredes, não saberia que aquele sorriso era de cobiça.

“Por Kami! Eu tô grávida! Ele está tão desesperado assim?”

Sakura sentiu ódio, não podia sequer aturar esses pervertidos que merecem ficar presos. Apertou os punhos. Mas então começou a se sentir tonta e sua visão estava embaçando. Apoiou-se no hack pondo a mão na testa.

一 Esta tonta não é? - ele falou dando uma risada 一 Você se moveu lento de mais, e me deu espaço o suficiente para apenas passar de raspão minha kunai envenenada no seu braço.

E então agora que ela sentiu uma ardência no seu braço esquerdo. Olhando pro corte que foi fino demais para sentir qualquer coisa, mas o veneno conseguiu entrar. Ela se sentiu cair, mas ele correu e a segurou antes encontrar o chão.

Ela não podia lutar, então se desesperou como uma mulher normal que não possuir treinamento, que não é ninja. Seu corpo estava muito pesado e com toda sua força a única coisa que conseguia fazer era tentar se desfazer do braço que a envolvia pela cintura.

一 Não se preocupa linda, Hisaki-sama disse que eu não posso machucá-la, e o veneno não vai fazer mal às suas crias.

Foi a última coisa que ela ouviu antes de perder a consciência.

Sasuke estava se aproximando de sua casa, quando vê que tinha bastante gente aglomerada na entrada da mesma. Franziu a testa percebendo dois anbus na porta com como se estivessem de guarda e mais alguns jounins.

一 Sakura! - pensou alto na esposa, e correu o mais rápido que pode passando por todos que o olhavam com cara de pena. Aquela era a segunda vez que o olhavam assim, e ele sentiu seu coração ser apertado com um punho de aço.

“Os bebês! Talvez eles tenham vindo mais cedo.”

Pensou em qualquer coisa menos em como aquele momento se parecia com um dejavü.

A porta de sua casa estava arrombada e foi onde ele parou, não sabia o que fazer, não queria entrar e ver… Mas e se for os bebês? Ela deve estar precisando dele.

一 Sasuke - era Naruto que vinha de dentro da casa dele com uma expressão séria.

一 Naruto! O que aconteceu? Onde está a Sakura? - o moreno perguntou engolindo em seco e entrando na casa com Naruto o seguindo.

一 Ainda não sabemos, o pessoal rastreador percebeu uma infiltração na vila. Eles o seguiram mas não conseguiram chegar a tempo. O invasor sequestrou a Sakura-chan.

Naruto viu a cor do rosto de Sasuke ir embora, quando ele se dirigiu a sala de TV, onde perceberam um vaso que ficava na mesinha de centro quebrado no chão e sorvete derretido no sofá escorrendo com o pote no chão.

Sasuke trincou os dentes ao entender que o sorvete caiu com o susto que ela levou ao arrombarem a porta.

一 Sarada!? - perguntou assustado ao amigo.

一 Ela ainda não chegou, a missão os leva ao bairro da última estação de trem. Mas creio que a qualquer momento ela chega.

Ele tinha que agir rápido, dessa vez Sakura não está em condições de se defender como naquela vez que o maldito Shin a sequestrou.

一 Perto do hack nós encontramos umas gotas de uma substância - falou Shikamaru vindo de um dos cantos da sala 一 Estamos fazendo uns testes pra saber o que é, só vai levar alguns minutos.

一 Não tenho tempo pra gastar com minutos. Vou buscá-la.

一 Espera um pouco, se nós descobrimos o que é essa substância, vai ser mais fácil de  saber quem é ou de onde vem - falou Sai, que tinha acabado de entrar 一 Monitorei toda a área num raio de 100km ao redor da casa e nenhum sinal.

Sasuke esfregou os cabelos com as mãos desesperado.

“Ela tem que estar em algum lugar perto”

一 Vocês não vão me dizer o que fazer! - explodiu o Uchiha. Não era a esposa deles que estava sumida, por isso eles falavam tão calmamente. A sensação de que estava acontecendo tudo de novo o deixou aflito, e não conseguiu seguir o próprio conselho que deu a filha: “os sentimentos em uma missão só atrapalham”, mas ele não conseguiu camuflar o desespero e a impotência ao saber que sua esposa em seu estado frágil estava nas mãos de um desgraçado que ele nem sequer sabe quem é.

Sussurros de várias pessoas falando chegaram até a sala o que fez Sasuke ir até o hall de entrada.

一 É o… - tentou falar um jounin mas sua voz foi pra um sussurro que sumiu.

一 Otouto.

Todo mundo por instinto olhou mas se lembraram que lá ninguém tinha irmão mais velho. Sasuke não ligou até reconhecer a voz. Ele parou de supetão levantando o rosto. Será que…

一 Ita… - ele não conseguiu terminar pois a frente dele ele não só confirmou que era sim o seu irmão, mas também ao lado dele estava seu pai, Fugaku e sua mãe, Mikoto 一 Tou-san? Kaa-san?