Capítulo 6

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Mal entro no carro, conduzo em direcção ao hospital... Mais precisamente à maternidade. Parecia que a nossa saída já estava comprometida, de certa forma nao me importei, apenas nao queria ter de deixar Danielle tão cedo.

Estaciono o mais rápido que posso, vendo o carro de Zayn que provavelmente teria trazido os outros 3.  Entro no hospital e vejo-os sentados na cadeiras, com cara de quem tinha estado à espera, Louis passa as mãos pelo cabelo.

- Chegaste! -olha-me.

Não Louis, é o meu holograma, penso revirando os olhos e rio baixo.

-Sim cheguei -sorri- Já a viram? -esboço um sorriso animado.

- Já já! -Niall fala, sorrindo e a Dianna já me ligou a perguntar se era bonita, mas cá para mim todos os bebés são feios quando nascem.. -ele não consegue acabar de falar pois Zayn espeta-lhe um calduço, que me faz rir a mim e a Louis.

- Epá se o Liam te ouvisse agora... Bem, tu já nao existias, lembraste quando um iraniano tentou insultar alguem da familia dele? 

Todos acenamos, mas nenhum disse nada. Liam tinha ficado passado, mesmo mesmo passado, como se aquilo fosse o fim do mundo para ele. Bem, para Liam, sem duvida alguma a familia era tudo.

Uma porta abre-se e vê-se o Liam.

- Finalmente chegaste! -afirma sorrindente. - Vai lá vê-la, é perfeita -murmurou com aquele orgulho que provavelmente os meus pais não usariam.

 Ri baixo ao olhá-lo e aceno e nem teria oportunidade de recusar pois ele agarra-me no braço e começa a puxar-me para o quarto onde a mulher dele estava. 

Nop. Enganei-me, para a área dos bebés.

-E aquela -ele aponta- Aquela pequenina ali -ele sorriu orgulhoso.

A menina era pequenina, tinha para aí uns 45 centimetros e dormia... Acho eu.

- Diz lá que não é linda -Liam sorriu.

- Sim é -sorri ao olha-lo e passo uma mão no ombro dele. - Calma Liam, é só um bebé...

- Só um bebé? Ela e a Sophia são a minha vida -ele sorriu.- Nao gostavas de ter um? -olhou-me piscando os olhos.

E eu comecei a pensar, eu não gostava.

Não.

Tinha vivido toda a minha vida com aquela ideia aparente de que filhos só trazem problemas, mas depois de ver Danielle com Astrid, eu ter pegado na menina enquanto caminhavamos, as coisas haviam mudado, eu sabia  melhor, pelo menos eu devia saber  não é? 

- Hum.. Liam... -olho-o pressionando os meus lábios um contra o outro.

- Sim? -ele sorri enquanto desvia o olhar da filha até mim.

- Eu conheci uma mulher...

- Outra -ele suspira.

- Não não, mas esta é diferente! -falo mais alto.

- Diferente como?

E ai começo a explicar-lhe tudo, desde o momento em que a vimos no bar, à minha corrida matinal, para o nosso pequeno almoço, o almoço, o beijo, a Astrid...

- Bem, se ela a quer vir visitar, que venha! Quero conhecer a míuda que te deixou a pensar -ele ri.

- Eu... eu só não sei sabes? E se ela nao gosta de mim? E nós temos uma merda de vida, não posso viver e deixá-la a pensar se estou vivo ou não. Alias, nem sei porque estou com estes sonhos todos -murmuro- Eu nem sei se ela gosta de mim.

Ele toca-me no ombro e olha-me sério, esquecendo, talvez por segundos a pequena Rose.

- Achas que eu queria por a Sophia numa situação destas? Achas que eu gosto que ela esteja assim? Achas ainda por cima agora que me sinto feliz ao saber que a Rose pode ficar sem pai? É uma vida de cão, é verdade. Mas a escolha também dependeu da Sophia. E ela escolheu ficar comigo, chama-me egoista, é isso que sou ao deixa-la ficar comigo, sabendo o que pode acontecer. Não é justo, nem fácil, mas a verdade é que a amo. 

Suspiro. O Liam era sempre com quem eu tinha conversas mais profundas, e as palavras dele me assaltavam sempre os pensamentos, deixando-me com ideias do melhor ou do pior.

- Mas ela nem deve sentir nada por mim -encolho os ombros.

- Mas tu queres que isso aconteça, nao queres?

Sim, queria. Mas nao podia dizer lhe isso assim, por isso apenas meio que aceno com a cabeça.

- Entao pronto -sorriu de leve ao olhar-me. - Não te preocupes com mais nada -sorriu- Apenas deixa as coisas seguirem o seu curso.

E ai me apercebi, apesar de o Liam ter apenas mais um ano que eu. Mentalmente ele era muito mais velho, dira mesmo sábio. Ele tinha uma visão rica da vida e de como aproveitar tudo o que pudesse.

E tinha alguém que o amasse. E isso lembrou-me a minha casa, os meus pais, eles amavam-me a cima de tudo. Eles tinham dedicado toda a sua vida a cuidar de mim, já os pais de Danielle tinham-se chateado com ela, porque ela se tinha apaixonado e tinha arranjado alguém. Não era, de nenhuma maneira, justo. Não era.

Ela nao tinha culpa que um idiota a tivesse decidido deixar. A ideia de ver alguém magoa-la meio que me irritava. 

Voltamos os dois para a sala de espera, indo ter com os outros três, Niall já dormia na cadeira e a cada 5 minutos um ronco saia. O que nos fizera rir no inicio, mas que agora era apenas perturbador para nós.

- Bem, então.. -deixo as paavras escorregarem da minha boca- Vemo-nos amanhã? -levanto-me olhando-os e os outros seguem-me o exemplo o Liam sorrientemente acena.

- Sim claro, obrigado por virem - e nisto, como um irmão, abraça-nos no seu gesto de agradecimento.

Saimos enquanto Louis falava de ir ter um jantar romantico e que tivera de adiar por uma hora só para poder estar aqui e que ele planeava ser hoje o pedido de casamento. Afinal, já nao iria ser hoje, a sua namorada estava já lá há meia hora à espera, pois era perto da casa de ambos e ela trabalha lá ao pé também a vender roupas numa loja.

Só eu é que hoje não teria Danielle nos meus braços.

Abano a cabeça recusando-me ao pensamento. Não pode ser, eu queria conquista-la nem que de certo modo fosse da maneira antiga.

Eu queria que ela se sentisse diferente. Ela sentia-se comum, triste, numa monotonia, eu queria tirá-la dessa mesma monotonia e parecia que tinha de começar a fazê-lo apartir de amanhã, tinha um mês até partir de novo.

Tinhamos todos um mês.

Vejo-os a abalar no carro enquanto Niall falava qualquer coisa sobre comer frango assado. Como ele adora frango assado. Um pequeno sorriso aparece, ao lembrar-me que eles são agora a minha familia mais proxima e que não os trocaria por nada.

Conduzo de novo para casa, tinha o atendedor a dar sinal e apago imediatamente as mensagens, sabia o que eram. Começo a pensar no meu apartamento antigo que tinha, eu iria dá-lo a Danielle. Apesar de ser antigo, era maior e melhor do que o que ela tinha neste momento, este valia  a pena ter. E além disso não me custaria nada.

Caminho para a banheira e tomo um duche rapido antes de secar o cabelo ainda mais rapidamente. Deito-me apenas de boxers e adormeço naqueles lençois carinhosos, entrando num sono pesado, permitindo-me apenas dormir sem sonhar com mais nada. Nem Danielle, nem guerra felizmente. Mas mesmo assim, era sempre perturbado a cada movimento que dava e sentia a falta de braços ao meu redor, tudo isso me marcava e me fazia falta de um modo que eu não posso, nem quero imaginar.

Mas que no entanto, marca a minha mente como se não desaparecesse.

N.A:

Digam o que acham :)

Votem e comentem, o proximo capitulo deve sair mais rapido pois tenho uma ideia fantastica e nao a quis já divulgar neste :)

Lágrima InesquecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora