Capitulo 8 - Danielle's POV

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Estava agora no carro com um homem, que, como um furacão entrara na minha vida, e mudara toda a minha visão do que era aceitável ou não para mim.

Não fazia ideia de onde iamos e, sinceramente, não queria saber. Apenas queria saber que ia estar com ele. Tinha essa necessidade. Essa noção. A noção de que, depois da Astrid, o meu mundo tinha ficado diferente e sem sombra de duvida, um pouco parado. Monótono. 

Ele tinha mudado isso tudo. A maneira como o cabelo dele era espelhado por aquele sol frio, agradava-me.

- Diz-me lá onde vamos mesmo? -ri curiosa para saber onde ele conduzia. - É a tua casa? -solto uma pequena gargalhada enquanto ele me acompanhava na mesma gargalhada.

- Huuum... -murmurou- Mais ou menos isso, sim -sorriu.

Ao fim de uns minutos, já tinha ligado ao meu patrão e ele disse para ir lá buscar a Astrid quando quisesse, tinham chegado há uns minutos e ela estava entretida a brincar com os filhos dele.

Ele venda-me os olhos com uma grava que tinha no porta-luvas e de repente a minha mente vagueia, pensando o que ele fazia lá com uma gravata. 

"Concentra-te Danielle"

- Bem... -oiço a voz rouca dele- Chegamos -apesar de não ver, sabia que ele sorria. Apenas não conseguia perceber porquê. Nunca tinha visto ninguém tão feliz por estar comigo após eu ter a Astrid.

E no entanto, ele, estava. Bem ou mal, ele estava.

- Tu vais-me levar para longe de minha casa não é? -oiço a porta do lado dele do carro fechar e, segundos depois, a minha a abrir e ele agarra a minha mão, ajudando-me a sair do carro, solto uma pequen gargalhada, vendo o ridiculo de toda aquela situação, pareciamos duas crianças. - Harry -ri assim que o sinto a pegar-me ao colo- Larga-me! Vais te aleijar -ri baixo- A sério, juro!

- Danielle, tu não és pesada, tira isso da cabeça -beijou-me a testa enquanto caminhava- Não quero que caias, não há necessidade de ter de te levar ao hospital -solto uma gargalhada funda quando lhe bati no braço, rindo.

Ouvia-o abrir uma porta e subir alguns degraus, será que era mesmo a casa dele? Os meus braços procuraram o seu pescoço, quando tinha medo que me deixasse cair, e apenas sentia as suas mãos, enlaçarem-me mais contra ele. Segundos depois, sinto que me encostava na parede fria e oiço o barulho de umas chaves.

- Desculpa amor, já te aqueço -beijo os meus labios rapidamente e o meu pescoço, pondo a chave na fechadura enquanto a sua outra mão o ajudava a segurar-me. Havia tentado ir para o chão, mas ele não me deixara. Ele solta uma gargalhada e assim que a porta se abre, entra e só ai me põe no chão e tira a venda.

- É a tua casa? -sorri de leve ao olhá-lo- É gira -sorri levemente.

- Não -ele abana a cabeça- É a minha antiga casa, bem... É minha, mas moro noutra agora -riu baixinho- E esta, é para ti -sorriu.

Arregalo os olhos, totalmente perplexa-

-Hum? M-Minha? Não não, estás enganado, eu não preciso de casa -sorri de canto. Não é que o meu cubiculo fosse bom, esta casa tinha dois quartos, dava para ver, contando apenas as portas, mas não queria que ele me achasse pobre.

- A sério Danielle, sem compromissos, sem te pedir nada, apenas... Fica aqui a dormir com ela, morem aqui, por favor -sorriu de leve- Só o cantar no bar e o trabalho que tens lá à noite... Danielle, aceita.

Olhei os olhos dele e juro que podia ver a expressão de contentamento e sei que o ofenderia se não aceitasse. Aceno, sorrindo e digo que sim, que aceitava.

Lágrima InesquecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora