CAPÍTULO V: Chamas e Sangue

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—Vamos! – dizia Sasha. – Podemos avançar!

Uma granada explodiu não muito longe, levantando ainda mais poeira. O som das metralhadoras e armas de choque retumbava. O pequeno grupo avançou, dando a volta ou pulando por cima das barricadas, abrindo fogo contra os inimigos. Um soldado lançou uma granada de fumaça. Ao entrar em contato com o solo, a granada soltou uma fumaça densa e esbranquiçada, quase como se fosse pó de giz.

—Fósforo branco! – gritou alguém.

—Recuar! – dizia outro.

—Avancem! – gritava Sasha.

Um soldado da Glorya Crux conseguiu forçar a barricada e a atravessou, mas foi surpreendido por um cristal de gelo atravessando seu peito e logo ele começou a congelar. Com o punho em chamas, Axel estourou o gelo, deixando o soldado caír aos pedaços. Kane vinha logo atrás e absorveu o sangue para si. Dividiu a espada de sangue em sua mão em duas e girou-as ao lado do corpo. Axel fez uma barreira de fogo, e começou a derreter as armas dos guardas que vinham no estreito corredor que ele deixou livre, que acabavam vítimas de Kane.

—Vai queimar todos eles? – perguntou Kane.

—Congelar uns também.

—Se eu fosse você, eu os queimava até sobrarem só cinzas.

—Gostei da ideia – o garoto sorri, com seus olhos lampejando em laranja – Vamos ver se dá.

Axel então incendiou um rastro na parede da caverna. Um rastro que se acendeu em chamas até as linhas inimigas. Então, uma coluna de fogo saiu da parede. Os soldados, antes focados em seus alvos, saíram correndo desesperadamente, sendo almejados pelas balas da Revolução.

—Eles estão recuando! – gritou um revolucionário.

—Vamos empurrá-los de volta até a ponte! – gritou Sasha – E de lá, expulsaremos esses canalhas daqui! Esse é o território da Revolução!!

Os revolucionários gritaram com extremo vigor, então avançaram. Alguns eram acertados por rajadas das armas de choque ou pelas balas, mas mesmo perdendo companheiros, as tropas avançavam. Axel tomou a frente, derretendo as balas com uma mão e soltando rajadas de fogo com a outra.

Quando chegaram no meio da ponte, ela deu um tranco.

—Estão subindo a ponte!— gritou alguém.

—Alguém faz isso parar ou vamos morrer! – gritou outro

Sasha ainda estava do outro lado. Olhou o mecanismo da ponte levadiça. Estava quebrado.

—Alguma coisa errada, senhora? – perguntou uma jovem soldado.

—Alguém está levantando a ponte manualmente. – Sasha respondeu. – Axel! Kane! Destruam a corrente da ponte!

Os dois miraram na tal corrente. Kane usou o sangue das pessoas mortas como projéteis, enquanto Axel lançava pequenas facas de gelo, mas o fato de a ponte estar cada vez mais íngreme não ajudava na pontaria. Kane reuniu todo o sangue desperdiçado e se concentrou. Ele fez uma leve careta de dor e as correntes começaram a queimar, quase como se o sangue fosse ácido, até que elas se partissem e, com um estrondo, a ponte caísse de uma vez, de ambos os lados, derrubando soldados e achatando alguns que foram ousados o suficiente para tentar pular de um lado para o outro.

Um momento de tensão aconteceu quando ambos os exércitos se encararam.

—Abrir fogo! – gritou um dos homens da Glorya Crux.

Mas Axel já esperava por isso. Com uma rajada de calor, ele não só queimou as balas e as armas, mas os homens também. Mas ele não teve tempo de comemorar a tacada de sorte.

Futuro Sombrio - File#1: Sussurros de uma revoluçãoWhere stories live. Discover now