Futuro Sombrio - File#1: Sussurros de uma revolução

CAPÍTULO VII: Uma luz de esperança

— Você sabe que foi ela, Lykos. – Hades insistiu.

— Cala a porra da boca! – Lykos investiu contra hades com sua cimitarra em mãos.

A cabeça rolou no chão, revelando fios, que agora faiscavam. O corpo do andróide caiu inerte. A voz de Hades eccou pelos alto-falantes.

— Você não achou que eu realmente estaria "aqui", sabendo que vocês viriam, achou? – ele fez uma pausa – Sim.... eu sabia que vocês atacariam o prédio. Tudo, desde a facilidade com que vocês entraram, até a emboscada de seus colegas no subsolo, foi tudo calculado. Ou você achou que entrou aqui tão facilmente porque você era bom, ou algo assim? Lilian nada mais foi do que a isca perfeita. Peguei dois coelhos com uma só cajadada. Mas sair não vai ser tão fácil assim. Você logo estará cercado, mais de cem andares acima do solo. As suas chances de fugir são quase inexistentes... sua única chance de sobrevivência é abandonar Lilian para trás, assim como seus amigos. O que faria sentido, afinal, uma deles matou seu pai. Sabe se lá os segredos que os outros guardam, não é mesmo? Então abandone-os. Rendá-se. Eu o aceitarei de braços abertos em minha legião. Vi como você mata. Vi como você será um bom Inquisidor. Você irá crescer rápido no meu exército, Lykos. Tem um futuro brilhante conosco. Uma luz de esperança para aqueles cuja mente ainda está mergulhada nas trevas, pessoas cuja fé foi apagada por mentes fracas, por crianças tolas que não sabem que a esperança está ao alcance de um mero gesto. A decisão é sua, Lykos. Junte-se a nós... ou morra com pessoas que lutam por uma causa vã, com pessoas como as que lhe fizeram mal nos becos escuros de Genôvia. Ladrões, terroristas, meros hereges que o vêem apenas como uma aberração e como uma arma para aniquilar tudo o que restou de bom no mundo depois da guerra. Decidá-se, Lykos. O tempo está passando.

O punho de Lykos apertou a empunhadura de sua espada. Olhou para as duas lâminas no chão. Lembrou-se de como Lilian é. Se um dia ela já foi assim, ela mudou. Ela fugiu, foi presa, arriscou a vida por essa causa. Não, ela não é a pessoa que matou seu pai. Pelo menos, não mais. Foi até a cela e olhou para a densa porta de metal. Levou o dedo ao comunicador.

—Shani, Axel e Caver, como estão indo aí embaixo? – seu tom era gélido. Ele não podia deixar suas emoções interferirem. Tinha que se manter calmo, no controle. Só havia uma chance de impedir o que Hades disse que aconteceria, e essa chance era apostar todas as fichas de uma vez.

—Caver acabou de plantar os explosivos, mas estamos sem condições de sair. São muitos! – Shani respondeu.

—Procure um local de cobertura. Axel, Caver, explodam o teto do andar. Façam ele desabar de preferência perto da porta por onde eles estão entrando.

—Ou seja, nossa única saída? – retrucou Axel.

—Vocês vão abrir uma nova.

—Cara, se a gente fizer isso, a estrutura do prédio vai se desestabilizar muito, – explicou Caver – fora que o reator pode começar a entrar em colapso antes mesmo de eu detonar a bomba. E isso vai detonar a bomba.

—Eu sei. Estou contando com isso. Alcancei a Lilian. Não vai demorar para chegarmos até o elevador de emergência. Quero vocês fora do prédio em menos de dois minutos.

—Mas--

—Shani, só faça o que eu digo. Por favor. Kane, como está aí no elevador?

—Estou conseguindo segurar eles. Quanto tempo você acha que leva até aqui?

—Temos menos de cinco minutos.

Dizendo isso, ele comandou ao painel que abrisse a porta.

O cheiro de sangue seco estava forte. Lykos entrou e olhou em volta. Em um canto do quarto, ele viu primeiro os pés de Lilian. As pernas estavam cobertas de hematomas e apresentavam alguns cortes, assim como seu torso. Lykos prendeu a respiração ao notar que não havia nada abaixo dos ombros de Lilian. Ele correu até ela.