Os piores dias de Sirius Black

Natal

AVISO DE GATILHO: Abuso parental.

Eram férias de Natal do seu quinto ano em Hogwarts, e Sirius estava mortalmente entediado.

Seus pais o obrigaram a voltar para casa esse ano, invés de passar na escola, como tinha feito desde o primeiro ano. Porque, ele não sabia.

O Black tinha passado todo seu tempo em casa preso no quarto. Só saía para comer (porque Monstro o odiava, então não o traria comida).

Mas, infelizmente, sabia que aquele dia seria diferente. Afinal, era 24 de dezembro, ele seria obrigado a ceiar com a família.

Ao menos se Andrômeda estivesse ali...

Sirius suspirou, pensando em sua prima. Ela era a única da família que ele realmente gostava (tirando Regulus, porém era complicado), mas havia cortado relações com os Black's ao fugir com seu namorado nascido-trouxa. O que era ótimo para ela,  Padfoot só desejava que não tivesse que suportar sua família insana sozinho.

A tarde se arrastava, assim como todas as outras. Sirius passara seus dias basicamente: ouvindo músicas de rock trouxas, escrevendo e recebendo cartas de seus amigos e falando com James pelo Espelho de Duas-Faces. Estava tentando aprender a desenhar, também, com o objetivo de copiar as fotos das meninas trouxas de biquíni da sua parede. Ele estava tão entediado que tinha pensado até em ler algum livro ou estudar. Merlim, Moony estava o contagiando.

A noite se aproximava, e Sirius ia ficando cada vez mais nervoso. Sabia que logo, logo chegaria a hora que ele mais temia...

As próximas horas passaram mais rápido do que Padfoot imaginara, e então uma batida na porta foi ouvida.

— Sirius — disse Regulus friamente, por trás da porta. — Mamãe e papai te mandaram descer, nossos tios e primas já chegaram.

Então ouviu passos, indicando que ele descera as escadas.

O Black mais velho saiu do quarto, sem nem se importar em tirar a calça jeans e o moletom dos Beatles que vestia. Se ia ser obrigado a conviver com sua família preconceituosa, ao menos faria isso nos seus termos.

Sem nenhuma surpresa, suas roupas foram o primeiro comentário de sua mãe quando o viu.

—Que vestes são essas, Sirius Orion Black?— ela perguntou, fervilhante de raiva.

—Gostou? É a última moda no mundo trouxa— ele respondeu, abrindo um grande sorriso (na verdade não era, mas Sirius não tinha nenhuma calça boca de sino ainda).

— Sirius...— Orion rosnou. — Vá trocar de roupa. Agora.

— Não tem problema— ouviu uma voz sibiliante dizer. —Tenho certeza que resolveremos isso futuramente.

Só naquele momento Sirius percebeu uma figura loira de cabelos platinados ao lado de Narcisa. O Maroto infelizmente o conhecia. Era Lucius Malfoy, ele estava no sexto ano quando o Black e seus amigos entraram em Hogwarts. Costumava ser monitor da Sonserina e tinha uma implicância particular com os Marotos.

E, uma informação que acabara de lembrar, namorou Narcisa no último ano em Hogwarts, em 1972. Ele supôs que ela ainda estava com o traste, então. Não que isso o surpreendesse.

—Olá, Sirius— Lucius disse, com um sorriso "simpático".

— Oi. — Foi a resposta seca do primogênito Black, enquanto se sentava ao lado de Regulus.

Walburga o lançou um olhar reprovador, mas ele não fazia a mínima questão de agradar a mãe e ser mais educado com Lucius.

Tudo o que queria era estar em algum lugar longe dali. Longe de seus pais, de Regulus, de seus tios, suas primas e Lucius. Longe do sorriso maníaco de Bellatrix, do olhar calculista de Lucius, da reprovação de seus pais... De tudo aquilo.