Os piores dias de Sirius Black

Epílogo- O final feliz de Sirius Black

Sirius podia sentir a adrenalina percorrendo todo o seu corpo, enquanto duelava com Bellatrix. Ele sabia que era um pensamento imprudente, mas após um ano preso em Grimmauld Place, a sensação de adrenalina, de objetivo, chegava a ser libertadora.

É claro que estava preocupado com Harry em meio àquela batalha, sua parte responsável, que nada mais queria que proteger o afilhado, sabia que aquilo tudo era muito arriscado e que Harry e seus amigos precisavam sair logo dali.

Entretanto, duelar com sua tão odiada prima era de fato satisfatório. Principalmente considerando o quão irritada ela parecia por não estar ganhando.

O homem se desviou de um feitiço lançado pela Lestrange, e riu ao lembrar de quando sua família botava-os em mini duelos, quando menores (o que era totalmente injusto, sendo Bellatrix dez anos mais velha que ele) e ela sempre ganhava. Agora, parecia muito frustada em não conseguir ganhar de seu priminho.

Sirius riu de seu pensamento, lançando um Estupefata, o qual ela se desviou por pouco. Ela retornou o feitiço, e o Black novamente riu ao desviar dele. Não conseguindo resistir, a provocou, berrando:

-Vamos, você sabe fazer melhor do que isso!

Foi naquele momento que avistou o afilhado e se distraiu por um breve segundo, o suficiente para ser atingido bem no peito antes que pudesse se defender de um raio vermelho. Sirius arregalou os olhos de choque. Bellatrix conseguira.

Ele sentiu-se caindo, atravessando o estranho arco com o véu negro com uma extrema lentidão. Sentia-se apavorado, não fazia a mínima ideia de onde levava esse véu. Considerando que estavam no departamento dos Inomináveis, poderia ser qualquer coisa. Desde o estudo de alguma área secreta da magia até o estudo de algo mais profundo e filosófico, como o amor ou... A morte.

A realização do que aquele estranho véu negro poderia talvez causar fez Sirius ter vontade de gritar por ajuda. Remus certamente saberia o que fazer. Mas, ao abrir a boca para berrar, percebeu que nenhum som saía dela, que seus lábios não se mexiam.

Finalmente, Padfoot atravessou o véu. Mas, no exato momento em que terminou a passagem, sentiu tudo ao seu redor escurecer...

Quando acordou, viu-se rodeado por uma névoa branca. Estranhamente, ele percebeu ao levantar-se, não estava com nenhuma roupa.

Mas o que mais o chocou foi, ao dar uma breve olhada pelo seu corpo, já pôde perceber que havia algo de diferente nele. Não havia nenhuma cicatriz, estava muito mais saudável e musculoso. Quando tocou em seu rosto, percebeu que não havia mais barba. Parecia que havia voltado aos 20...

Foi quando Sirius localizou uma cômoda com roupas em cima. Chegando perto, percebeu que (além das peças íntimas) havia o que ele amava usar na juventude: uma calça jeans rasgada nos joelhos, uma blusa branca com os dizeres Beatles, um All Star e... Sua tão amada jaqueta de couro.

Cada vez mais atordoado, Sirius viu o ambiente ao seu redor mudar. A densa névoa branca se dissipou, até que era perfeitamente possível distinguir o jardim da antiga Mansão Potter, que começava na frente da casa (era possível ver a porta) e a contornava, até chegar nos fundos em que havia um grande campo em que ele e James costumavam jogar quadribol.

Sentia-se muito confuso, sem saber o que fazer. Deveria tentar entrar na casa? Dar a volta e ver se o campo ainda estava lá? Ou talvez atravessar o portão que se encontrava aberto e pedir ajuda para alguém do vilarejo...

Entretanto, tinha uma forte sensação de que não deveria atravessar aquele portão. Enquanto olhava fixamente para ele, não percebeu uma figura se aproximando... Saindo da casa.

Não até ouvir uma voz apreensiva e com um toque de nervosismo lhe chamando:

-Padfoot?

Sirius virou-se devagar, não acreditando em seus próprios ouvidos, pois tinha certeza de que reconhecera aquela voz. Quando deu de cara com o seu dono, teve certeza de que estava morto. Mas estranhamente, não conseguia se sentir mal com isso. Sentiu apenas uma euforia e uma sensação arrebatora de alegria ao olhar para seu melhor amigo que não via há 14 anos.