Quando saio do avião, depois de algumas horas de tensão, vejo minha prima. Carol está com um macacão escandalosamente amarelo, combinando com a cor de seu cabelo. Ela agita os braços e grita pelo meu nome. Nem se quisesse poderia fingir que não estava vendo ela. Corremos e nos damos um abraço apertado e cheio de saudade. Minhas roupas são bem mais discretas que as de Carol, estou usando uma caça jeans e um moletom da WCU, bem simples.
Carol começa a falar o quanto vou amar Nova York, e como nós vamos ter o melhor Natal de nossas vidas!
Observo com olhos famintos as luzes de Nova York, enquanto minha prima dirige e fala sobre as vantagens de viver em uma cidade como essa.
Finalmente chegamos ao apartamento. Fico impressionada com o tamanho e com o quão bonito ele é. É simplesmente enorme!
- Com o que você disse que trabalhava mesmo?
Carol solta uma risadinha convencida.
- Eu trabalho em uma revista de moda em Manhattan.
Como já é de noite, inclusive bem tarde, resolvemos ir em um bar perto do apartamento, para ir conhecendo aos poucos a cidade.
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Sentamos na mesa do bar e conversamos sobre todo tipo de coisa, parando de cinco em cinco minutos, já que vários homens vinham abordar Carol. Eu a observa, sim, ela é mesmo muito bonita e tem uma enorme classe enquanto bebe mais um pouco do seu Gim Tônica.
- Como você consegue se sentir à vontade com tantos caras chegando em você?
Ela ri da minha aparente inocência.
- Com o tempo você acaba se acostumando. Mas, me conta...achou alguém daqui interessante?
Olho em volta, e meus olhos não se entusiasmam muito com o que veem. Um homem, com uma barriga de cerveja quase maior do que a de uma gravida, um cara com o nariz maior que seu rosto e um bêbado.
- Prefiro ficar aqui bebendo com você do que falar com qualquer um desses homens, obrigada.
Carol balança a cabeça em negação.
- Você tem que aprender a se divertir!
Depois de mais drinks que conseguimos contar, e depois de uma hora e meia perdidas, conseguimos chegar no apartamento. Jogamos os sapatos em qualquer canto e desmaiamos no sofá.
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Na manhã seguinte, manhã de véspera de Natal. Acordo me sentindo completamente suja. Assim que levanto, me arrependo. Minha cabeça, juntamente com meu corpo inteiro doem. Chamo por Carol, que não responde. Procuro em todo o apartamento e não a encontro. Volto para sala e percebo que tem um pequeno pedaço de papel na mesa da cozinha. Me aproximo, e seguro o papel em minhas mãos.
"Prima, tive que sair pra trabalhar. A geladeira esta cheia, pode ficar bem a vontade, a casa é sua. Preparei café também. Volto tarde então não me espere acordada. XOXO"
Não deixo de ficar um pouco frustrada. Gosto da companhia de minha prima. Jogo o papel no lixo enquanto pego um pão e tomo uma boa xicara de café.
Após um bom banho, volto a colocar minha calça jeans e uma blusa simples.
Depois de um tempo, começo a ficar entediada dentro do apartamento, então decido explorar os arredores. Pego algumas coisas, e atravesso minha bolça no corpo.
Nova York é tão linda durante o dia quanto durante a noite.
Nunca tinha visto tanta gente diferente junta! Fico simplesmente deslumbrada. Tantas cafeterias, livrarias, tantos lugares com um ar diferente!
Depois de passear por praticamente todo o bairro, encontro uma livraria particularmente mais bonita que as outras. No momento que atravesso aquela porta, sinto um cheiro especial. Se conforto tivesse cheiro, seria aquele.
Meus olhos brilham de empolgação. Pego praticamente todos os livros que vejo pela frente e sento em um sofá perto da parede. Enquanto praticamente devoro os livros, sinto que alguém me observa. Ergo o olhar e me deparo com um rapaz atrás do balcão da cafeteria. Ele tem cabelos pretos carvão, e algumas tatuagens no braço. Seus olhos verdes são de uma intensidade absurda.
Nos perdemos no tempo enquanto nos olhamos. Alguém chama a atenção do garoto, um senhor tentando pedir um café, a faísca que nos mantinha foi cortada. Com o rosto corado, volto a focar nos livros.
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Day
Teen FictionHanna, uma menina que tem um estilo de vida simples na Carolina do Norte, resolve passar o feirado de Natal com sua prima em Nova York, onde tudo muda. Hanna sempre acreditou sem um desastre em relacionamentos e nunca se deixou levar por conto de fa...