DIA 2

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Depois de um ótimo café da manhã de Natal, nós passamos o dia montando enfeites pelo apartamento, junto com uma árvore que era o dobro do meu tamanho.

A noite chega e, enquanto eu penso em aproveitar uma noite calma de Natal, com um bom chocolate quente com marshmellow, Carol tem planos bem diferente pra essa noite, quando chega com um lindo vestido azul escuro com alguns brilhantes.

Eu pulo do sofá.

- Meu deus que lindo! Onde você conseguiu?

Carol faz sua melhor cara de convencida e uma pose ao lado do vestido.

- Bem... digamos que no meu trabalho, as vezes algumas coisas são esquecidas...

Eu fico em choque.

- Você roubou um vestido?!

Carol joga o vestido no sofá e revira os olhos.

- Pegar emprestado não é roubar.

Carol solta uma risada enquanto senta no sofá e eu continuo chocada com a rebeldia de minha prima.

- Ok prima, agora se arruma porque nós temos uma festa pra ir!

Nos levantamos do sofá.

Depois de deixar que Carol me maquie, coloco meu mais novo vestido, e quando olho no espelho, percebo que não sou mais só aquela garotinha de Carolina do Norte, sou uma mulher, prestes a terminar a faculdade, e pronta pra começar uma vida fora de casa.

Carol se coloca do meu lado no espelho, com um vestido vermelho com um decote que vai quase até a barriga, juntamente há um colar dourado do mesmo comprimento do decote.

- Você esta linda prima. Pronta pra conquistar o mundo!

Carol da um aperto carinhoso nos meus braços, e descemos pra pegar o taxi.

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Ainda no taxi, percebo que não faço a mínima ideia para onde estamos indo. Depois de mais ou menos uns vinte minutos, nós chegamos em um luxuoso hotel, com enfeites de Natal dourados e milhares de luzes! Era simplesmente deslumbrante, meus olhos se iluminaram. Eu nunca tinha visto nada tão lindo!

Saímos do taxi e entramos no hotel. Carol deu seu nome para o recepcionista e nós entramos no salão, estava lotado. Milhares de vestidos dançavam, fiquei encantada. Carol me deixa para conversar com uns amigos do trabalho e some por um bom tempo, apesar de ainda estar encantada com o lugar, acabo ficando um pouco entediada. Pego uma taça de champanhe e me aproximo da janela. Aos poucos consigo ver flocos de neve caindo do céu. Não pensei que fosse ver neve, não estava preparada pra isso! Mas admito, é lindo de ver. Perdida nos meus pensamentos, nem reparo quando alguém do lado de fora toca no vidro. Mas não é qualquer pessoa; é o garoto da livraria. Ele me observa com os seus olhos verdes curiosos.

Eu aceno meio desajeitada e ele me acena de volta e sorri de um jeito encantador.

Ele pega um bloquinho de notas no seu bolço junto com uma caneta. Enquanto ele escreve eu olho para todos os lados pra garantir que ninguém está me vendo conversar com um estranho que está andando sozinho pelas ruas em plena noite de Natal. Pensando dessa maneira...o que eu estou fazendo aqui mesmo?

Antes que eu possa pensar mais um pouco, ele vira o bloquinho na minha direção.

"Oi, quer ir pra algum lugar legal?"

Eu arregalo as sobrancelhas. Como está frio, eu assopro o vidro pra que ele fique embaçado e escrevo: "Como eu sairia com alguém que eu nem conheço!"

Ele solta uma risada que arrasta junto um pouco do frio impregnado no ar, e volta a escrever no seu bloquinho.

"Meu nome é Patrick, tenho 25 anos , moro em Manhattan e trabalho meio período em uma livraria, mas dessa você já sabia."

Quando termino de ler, olho para o tal de Patrick, que me lança uma piscada cheia de humor.

Eu reviro os olhos enquanto ele escreve, o que eu espero ser o último bilhetinho. Já que eu preciso voltar pra festa logo.

"Pronto, agora nós nos conhecemos! Podemos ir ?"

Que cara insistente!

Reviro meus olhos e saio de perto da janela. Vejo a cara de confuso e triste de Patrick pensando que eu desisti da ideia, mas eu apenas fui me despedir de Carol e pegar meu casaco.

- Onde você vai toda alegre?

- Você que disse que eu deveria me divertir mais.

Carol coloca as mãos na cintura, impressionada com a minha ousadia.

- Muito bem prima, vá pra sua diversão!

Ela solta uma risada enquanto eu me afasto para pegar meu casaco na recepção.

Assim que saio do hotel, vejo Patrick parado na janela, ainda esperando que eu volte.

Eu me aproximo dele devagar.

- Bem, e pra onde você vai me levar?

Ele leva um susto com a minha presença, mas logo abre um sorriso digno de propaganda.

Ele beija a minha mão e eu solto uma risada, tão natural que eu me assusto.

Meu subconsciente diz que é loucura sair com uma pessoa que você acabou de conhecer, mas quem liga, é meu último dia em Nova York, eu posso cometer algumas loucuras!

- Bem é uma surpresa, você terá que confiar em um estranho.

Eu observo seus olhos esperançosos esperando por uma resposta.

- Ok, acho que eu consigo fazer isso.

Ele segura a minha mão e nós corremos por umas duas ou três quadras, o que em Nova York significa que nós corremos quase três cidades inteiras!

Chegamos em um prédio que estava quase vazio. Entramos no elevador, que não parava de subir! Parecia que iriamos subir até o céu.

- Bem vinda ao Top of the Rock!

Chegamos no topo e, nossa, que vista! A neve rodeava Nova York, criando um manto branco por toda a cidade.

Enquanto observo encantada a vista da cidade que nunca dorme, sinto os olhos de Patrick em mim. Eu devolvo seu olhar e ele se aproxima.

- Eu ainda não sei seu nome, dama misteriosa.

Eu me volto para a cidade.

- Bem, você não perguntou, então, dama misteriosa está bom.

Solto uma risada baixa.

- Eu te trouxe ao meu lugar preferido em toda a cidade, o mínimo que eu poderia saber é o seu nome.

- Você confiou seu lugar preferido da cidade à um total estranho?

Ele me observa, como se estivesse tentando desvendar alguma coisa.

Olho pra cidade novamente. O que eu estou fazendo aqui? Em um lugar desconhecido, com um total estranho, em uma cidade que eu não conheço nem um pouquinho! Acho que é hora de ir pra casa.

- O passeio foi ótimo, mas, acho melhor eu ir pra casa. Já devem estar preocupados comigo.

Começo a andar em direção ao elevador e Patrick corre pra tentar me alcançar.

Entro no elevador que começa a fechar as portas devagar até demais. Patrick me observa partir.

- Posso pelo menos saber seu nome?

- Hanna...Hanna Parker.

O elevador se fecha e o enquanto desço daquele arranha céu, meu coração lateja numa velocidade alucinante. O que acabou de acontecer? Deveria ter ficado?

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