Capítulo 14 - Vamos jogar?

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Longos minutos de silêncio se seguiram e pensei que o Louis tivesse percebido o erro que ambos cometeramos e tenha finalmente ido embora. Virando-me em direção à saída do cemitério, senti uma mão a pegar a minha, mas não fazendo força para me virar, apenas ficando ali a segurar-me.

- Ma belle - disse fazendo círculos na palma da minha mão.

 - Para Louis não posso, não podemos! - afastei os nossos corpos tentando manter uma distância segura para ambos.

Começava a sentir arrepios pois a temperatura daquele local começava a diminuir drasticamente com o passar das horas. Afagava os meus braços com as minhas pequenas mãos, tentando manter uma temperatura corporal razoável para manter esta conversa. O Louis parecia tão perdido, as suas ações lembravam-me aquela noite em que apareceu bêbado em minha casa.

- Mas Belle, porquê? - deu um passo na minha direção dando eu um passo contrário, evitando qualquer proximidade.

Sentia que não gostaria que alguém se aproveitasse de mim num momento destes e inspirando profundamente olhei-o.

- Louis, anda comigo eu levo-te de volta - sorriu maliciosamente o que me fez mandar uma sonora chapada na minha teste. Levá-lo de volta seria sem dúvida complicado.

Depois de meia hora de chamar o táxi, pedir ajuda para colocar o Louis no banco de trás e pagar ao taxista lá chegamos aos dormitórios. O vento fusgitava-me os cabelos, traçando um percurso próprio neste.

O corpo do Louis apoiava-se pesadamente em cima de mim, com os seus braços à volta dos meus ombros. No momento em que coloquei o pé dentro do edifiício apercebi-me que não sabia onde era o dormitório do Louis. Amaldiçoei-o silenciosamente, por me fazer passar figuras parvas! Só tinha uma solução. Com uma enorme necessidade de equílibrio alcançei o meu telemóvel e chamei imediatamente para a pessoa que melhor conhecia o Louis, o Harry!

Depois de três toques atendeu.

"Fala a minha pequena preferida?"

Suspirei, não estava com cabeça para brincadeiras.

"Harry, por favor ajuda-me! O cabeçudo do teu amigo está cheio de febre e não sei onde é o dormitório dele! Se gostarias de ver preservada a minha sanidade mental, por favor anda à entrada dos dormitórios!"

" Estou aí em 5 minutos Isa" - desligou rapidamente. Esperava turtorosamente pela chegada do Harry e tentava equilibrar o peso do Louis, de modo a mantermo-nos ambos em pé. As folhas rodopiavam juntamente com o vento, dando-me profundos calafrios.

Ouvi passos ao fundo do corredor e vi ao longe a silhueta do Harry. Um enorme riso troçista espelhava-se na sua face. Gozava comigo pela situação em que me metera. Realmente a sorte ultimamente não me acompanhava!

- É impressão minha ou inscreveste-te como voluntária em alguma instituição de caridade? - piscou-me o olho e deslizou os dedos no seu cabelo arranjando-o.

Frustada com toda esta situação, elevei o meu dedo do meio ao Harry pronunciando alguns palavrões em italiano, para assim não perceber o que dizia.

- É impressão minha ou queres comer o cabelo à chapada? Ajuda-me aqui mas é Harry, ele é pesado! - o Louis murmurava incoerentemente umas palavras e sorria. Coloquei a minha mão livre na sua testa e reparei que a febre começara a diminuir, o que era um bom sinal.

Cuidadosamente coloquei o peso nos ombros do Harry e este encaminhou-nos ao seu dormitório. Ao passar pelo meu decidi ir descansar, pois isto tudo não estava nos meus planos.

Soul DancerOnde histórias criam vida. Descubra agora