Chapter 2

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As fortes e geladas rajadas de vento fizeram Dahyun encolher todo o seu corpo; em pleno final de outono, o frio castigava quase severamente. A garota estava guardando seu crachá em sua bolsa quando suas chaves caíram no chão. Imagine ter que tocar no metal, agora molhado, em pleno nove graus Celsius?

Serenava devido à hora.: Pouco mais das onze da noite. Dahyun fez o que mais cedo ou mais tarde teria de fazer, e acabou pegando a chave do chão. A garota voltou a se levantar, todavia, algo não a deixou de mover. Ela fechou os olhos ao cair em percepção de que deveria ter ido visitar a Senhora Yumi e Sana.

Seus passos foram desajeitados e apressados para dentro do hospital e logo ela estava no elevador rumo ao quarto da garota. Por sorte não precisou ter que gravar outros números de quartos aquele dia, senão, com certeza teria problemas em se lembrar do número do quarto de Sana.

Assim que chegou ao piso em que deveria descer, ela rumou para o quarto. Deu três suaves batidas na porta e logo a mesma foi aberta.

-- Olá. -- Ela disse docemente. -- Muito tarde? Se quiser eu posso voltar amanhã e...

-- Não se preocupe, criança. Entre. -- Yumi disse, vendo Dahyun (agora não uniformizada) entrar. A garota deixou a bolsa no canto da sala e se aproximou de Sana.

-- Olá, Sana. Como está? -- Dahyun disse, vendo Yumi voltar a se sentar em sua cadeira. -- Vejo que pentearam seus cabelos. Está linda!

-- Ninguém a visitava e, bem, ela sempre gostou de ficar bem arrumada para as visitas. Dei uma leve ajeitada. -- Yumi disse sorrindo fraco e Dahyun agradeceu mentalmente por ter lembrado de visitá-la. A mulher teria se chateado caso o cérebro de Dahyun resolvesse falhar em lembra-la de algo novamente.

-- Oh! -- Dahyun disse. A menor analisou a expressão da mãe de Sana. Aquela mulher carregava consigo uma dor tão profunda que transparecia no brilho de seus olhos. -- Viu só, Sana? Sua mãe ainda se lembra seus gostos. -- Yumi riu baixinho e assentiu.

-- Você é muito especial, Dahyun. -- Yumi disse, causando um sorriso no rosto da menor.

-- Obrigada, senhora. -- Ela disse sentindo -se lisonjeada. -- Sana, vou contar para você e sua mãe sobre o meu chefe, quer escutar? -- Dahyun perguntou sorrindo. -- Ele brigou muito comigo por ter entrado aqui mais cedo. Ele realmente não deve gostar de mim. -- Falou rindo.

-- Oh, querida. Enganos acontecem. Por que ele brigaria com você?

-- Por importunar a paz de uma família. Eu deveria ter ido à outro quarto. Levei bastante xingo, mas sabe, Sana? Gostei de conhecer vocês duas. -- A porta foi aberta de supetão, roubando a atenção do momento para o doutor que entrava na sala.

-- Boa noite, moças. Como estamos por aqui? -- O homem que aparentava seus trinta e poucos anos era ligeiramente grisalho, mas incrivelmente bonito e simpático. -- Temos visita nova para você, Sana? -- O homem diz em um tom alegre e empolgado.

-- Dahyun é nossa nova amiga, Doutor Heechul. -- Yumi disse sorrindo, se afastando para dar lugar ao médico, que retirava sua pequena lanterna do bolso de seu jaleco.

-- Vamos lá. -- Ele disse, abrindo um dos olhos de Sana e jogando luz nele. Dahyun pôde ver que os olhos eram castanhos também, uma tonalidade incrível, se fosse ser honesta.

-- Você não se incomoda com isso, Sana? Se alguém jogasse luz nos meus olhos eu choraria de raiva. -- Dahyun disse rindo. -- Sou meio explosiva na TPM.

-- Como disse que se chamava? -- O médico perguntou, se virando para Dahyun.

-- Bem, eu não disse. A senhora Yumi que me apresentou. Sou Dahyun.

-- Certo. Dahyun...

-- Já sei. Pedirá silêncio. Desculpe! -- Ela disse rindo um pouco envergonhada.

-- Muito pelo contrário. Continue falando. -- Dahyun arqueou uma sobrancelha.

-- Bem, eu não entendi, mas tudo bem. Sou fácil em falar coisas aleatórias do nada. Isso me faz parecer louca? -- Ela perguntou, vendo Yumi rir.

-- Não, querida. -- A mulher respondeu gentilmente.

-- Dahyun, ande até a porta, por favor. -- O homem pediu e Dahyun assentiu confusa. -- Vá falando. -- Que espécie de louco aquele médico era? Dahyun resolveu acatar seu pedido mesmo assim.

-- Eu não posso ficar falando sozinha, Doutor. O senhor me pede para falar, mas é complicado e isso compromete a minha imagem na frente de Sana.

-- Repita o nome dela. -- O homem pediu com veemência.

-- Está tudo bem, doutor? -- Yumi perguntou preocupada. O homem jamais fizera algo assim em todos os anos que estivera ali. Ele era apenas um interno quando foi apresentado ao caso é permaneceu até os dias atuais ao lado daquela família.

-- Sim. Só preciso que Dahyun repita o nome de Sana.

-- Claro. Sana, eu não sei o porquê o doutor quer que eu repita seu nome, mas gosto de "Sana". É um bonito nome e por isso repeti sem problemas.

O homem soltou uma risada animada e apagou a lanterna, olhando para Yumi visivelmente comovido. Ele havia se apegado à garota e dizia que naqueles quatorze anos Sana lhe ensinava sobre perseverança todos os dias.

-- Senhora Yumi, podemos trocar uma palavra? -- Ele perguntou e Yumi olhou confusa e assustada para ele.

-- Eu prefiro que Dahyun esteja comigo. -- Ela confessou. -- Você sabe que eu não tenho... mais ninguém doutor. -- Os olhos negros do homem se direcionaram para Dahyun antes de ele assentir.

-- Tudo bem. -- Ele disse. -- Senhora Minatozaki, de alguma maneira a sua filha parece responder quando ouve. As pupilas se dilatam e se movem, porém...

-- Oh meu Deus. -- Yumi disse levando a mão à própria boca. -- Ela nos ouve? Oh meu Deus. Minha filha... -- A mulher começou a chorar e o doutor respirou fundo.

-- Preciso que se acalme, senhora. Ainda tem mais. -- Ele disse, vendo-a limpar as lágrimas e voltar a tirá -lo. Yumi sentiu um aperto cálido em sua mão, virando-se apenas para ver que era de Dahyun.

-- Prossiga, Doutor.

-- Bem, o mais estranho de tudo é que, bem... Sana só responde à voz de Dahyun. Eu falei e nada, a senhora falou e nada, Dahyun falou e seus olhos a seguiram. Quando Dahyun proferiu o nome dela era como se seus olhos quisessem se aproximar dela.

-- Está dizendo... -- Yumi foi cortada pelo doutor.

-- A voz de Dahyun é o estímulo que procuramos todos esses anos para Sana, Yumi. -- Dahyun piscou lentamente, tentando processar o que acabara de escutar. Como raios seu dia se tornara tão louco?

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Como estamos?

Num piscar de olhos [Saida Ver.]Onde histórias criam vida. Descubra agora