Public Enemy [Frerard AU]

10

Frank percebeu que não tinha ido investigar a casa dos Way há um tempo. Dessa vez, quando ele bateu na porta, Sra. Way olhou para ele de cima abaixo e o convidou para entrar. Ela deu para ele café forte e biscoitos gostosos com muito chocolate, então Gerard devia estar em contato frequente com ela. Aqueles eram petiscos fornecidos para um Convidado Especial, não um detetive curioso. Ele se perguntou quanto ela sabia, e o que exatamente, e o quão estranho ele devia se sentir.

Havia uma grande vitrine de bonecas estranhas. Frank sentiu que isso explicava muito sobre Gerard e Mikey.

Sra. Way mostrou para ele fotos dos seus meninos crescendo, especialmente de Gerard em várias fantasias. Ela devia saber de alguma coisa, então. Frank estava desconfortável, mesmo que Sra. Way conversasse com ele como se o conhecesse há anos. Ele não sabia o que deveria fazer, e ele odiava isso.

Mas Sra. Way tinha muito em comum com Gerard, isto é, ser capaz de conduzir longas conversas sozinha. Frank apenas se sentou e concordava, dando respostas educadas. Ele não perguntou nada sobre onde os filhos dela estavam ou o que eles estavam fazendo. Ela tinha um belo par de brincos de ouro, novos e aparentemente caros, mas ele não perguntou sobre isso também. Ela não perguntou nada sobre Gerard, ou o que Frank fazia no trabalho, então parecia uma troca justa.

"Eles são bons garotos," ela disse, se referindo aos filhos. Frank arqueou uma sobrancelha, e Sra. Way riu, uma risada grave de fumante.

"Pobre Gerard," ela suspirou, de repente melancólica. Gerard era igual a ela nas mudanças de humor, também. "Ele tentou tanto, sabe? Ele realmente tentou. Mas nunca dava certo para ele. Não por muito tempo, sabe?"

Frank sabia. Ele conseguiu rastrear alguns antigos patrões. Gerard tinha sido demitido de um lugar por "se recusar a obedecer", o que parecia um motivo bosta para ser demitido quando você foi contratado por ser um artista. Ele foi mandado embora de outro lugar por não ser "o tipo de funcionário" que a empresa queria. Frank assumiu que isso significava "homossexual", que era uma palavra que ele nunca dizia e quase não pensava sobre. Era difícil não estremecer agora.

"Você é um bom menino também, não é, Frank?" Sra. Way disse.

Frank achava que não ia conseguir esconder dela nem se tentasse. "Eu acho que sim, madame."

Para o privilégio de Frank, ela o mandou para casa com uma caçarola. "Traga a louça de volta quando tiver a chance, querido," ela falou enquanto acenava para ele da porta.